Porto Alegre, 8 de novembro de 2017 – Faltando pouco mais de 90 dias para
finalizar o prazo em que os avicultores brasileiros devem adequar as granjas
para evitar que a gripe aviária chegue ao Brasil, a Federação da Agricultura
e Pecuária de Mato Grosso (Famato) vê com preocupação a situação do
aviários do Estado. A Instrução Normativa n 10 assinada em fevereiro deste
ano pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi cria uma nova política com
requisitos para proteger o setor da doença. O prazo para as adequações das
granjas termina dia 22 de fevereiro de 2018.
Entre os requisitos para a adequação da granja estão por parte dos
avicultores os investimentos em cercas externas, áreas de desinfecção,
tratamento de água com cloro e telamento. Caso as adequações não aconteçam
até o prazo, o avicultor ficará impedido de alojar novos lotes no aviário.
“A gripe aviária nos preocupa bastante, por isso estamos hoje aqui
conversando e ouvindo os avicultores do estado. Queremos conhecer a real
situação dos aviários do estado, orientar os avicultores da importância
dessa adequação e salientar o cumprimento das exigências até o prazo
final”, apontou o analista de pecuária da Famato Marcos de Carvalho durante
uma reunião com o setor segunda-feira (7/11), na sede do Instituto de Defesa
Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), em Cuiabá.
Participaram da reunião avicultores de Tangará da Serra, Campo Verde e
Nova Marilândia, o presidente do Indea-MT Guilherme Nolasco, o senador Cidinho
Santos, o prefeito de Nova Marilândia Juvenal Silva e representantes da
Comissão de Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração
(Cadec) de Nova Marilândia, Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav),
Associação Campo-verdense de Avicultura (Acav), Associação dos Avicultores
de Tangará da Serra (Avitan) e Associação de Avicultores de Nova Marilândia
(Avimar).
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), o Brasil tem grande potencial na produção de aves e exporta para mais
de 160 países.
Para o senador Cidinho, é importante que o avicultor esteja consciente que
o investimento feito por ele, nada mais é do que a proteção do seu próprio
patrimônio. “O produtor estará investimento naquilo que é dele, portanto, o
retorno financeiro será dele mesmo e, de certa forma, estará contribuindo
para fomentar o mercado aviário e a economia do estado”, disse o senador.
Umas das polêmicas levantadas na reunião são os custos de adequação
para os pequenos produtores. Segundo o avicultor Gonçalo de Souza da Cadec de
Nova Marilândia, no município existem 48 aviários antigos, onde serão
necessários mais investimentos para adequação. “As granjas mais modernas
já estão adequadas, mas o problema é que ainda existem muitos aviários, de
pequenos produtores, com estrutura antiga”, ressaltou Souza.
Diante da situação dos produtores, o presidente do Indea Guilherme
Nolasco se propôs a ajudar, no sentido de intermediar junto ao Governo do
Estado para a criação de políticas de investimento, programas de incentivo e
desenvolvimento da agricultura familiar, políticas para pequenas cadeias ou
até mesmo financiamentos com juros reduzidos para ajudar o setor a produzir com
segurança e dentro dos padrões exigidos.
Para os avicultores, outro obstáculo são as grandes indústrias. Segundo
eles as indústrias dificultam para que os pequenos produtores consigam se
adequar. Para os produtores o ideal seria que as indústrias contribuíssem para
reestruturar os aviários antigos. Com informações da assessoria de imprensa
da Famato.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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