Porto Alegre, 26 de janeiro de 2016 – Apesar do momento favorável às
exportações por conta da valorização do dólar, o setor avícola brasileiro
tem boas perspectivas também para o mercado interno em 2016, com aumento da
produção e do consumo.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), o consumo de carne de frango deve passar de 9,34 milhões para 9,6
milhões de toneladas, enquanto a oferta do produto deve subir de 13 milhões
para 13,5 milhões de toneladas.
A análise está no boletim Ativos da Avicultura, elaborado pela
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Além da possibilidade de
preços ainda elevados da carne bovina, com as projeções de baixo crescimento
da economia brasileira, o consumo de proteínas mais em conta, como o frango,
tende a se sobressair”, explica o levantamento.
O boletim alerta, no entanto, para o aumento dos custos de produção,
que já ocorreu em 2015, que também será impactado pela questão cambial,
embora a valorização dos preços da carne tenha compensado a elevação dos
custos. Este será um dos desafios neste ano, especialmente na parte de
nutrição animal, pois os preços do milho e do farelo de soja, principais
componentes das rações, devem subir.
A alta da moeda norte-americana também deve encarecer outros itens
importados utilizados na produção. Devem pesar, ainda, nos custos de
produção, a energia elétrica e a mão de obra.
O estudo constatou alta dos custos de produção da avicultura integrada
em 2015, na qual produtor e indústria firmam parceria em contrato para
criação de animais e fornecimento de matéria-prima para a indústria. Entre
as regiões analisadas pelo levantamento feito pela CNA e Cepea, o Custo
Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas no dia a dia da atividade,
subiu até 11% de janeiro a novembro, como ocorreu em Mato Grosso.
Um dos itens que mais pesou foi a energia elétrica, que teve aumento de
até 59% em São Paulo no mesmo período. O combustível também influenciou o
aumento do COE, principalmente em território paulista, com elevação de
21,66%. Em Minas Gerais, os gastos com a aquisição de maravalha, insumo
utilizado na cama de frango, suplemento usado na alimentação animal, subiram
mais de 20%. Em Mato Grosso, o uso do gás para aquecimento das aves nas granjas
teve valorização de 31%.
Exportações – Os embarques de carne de frango para outros países, que
atingiram recorde em 2015, devem continuar favorecidos pelo câmbio. Segundo o
USDA, as exportações do Brasil devem crescer 3,7% neste ano na comparação
com o ano passado, totalizando 3,88 milhões de toneladas. Segundo o estudo, as
exportações de carne de frango no ano passado foram beneficiadas pelo câmbio
e pelos casos de influenza aviaria nos Estados Unidos, principal concorrente do
Brasil neste mercado.
O Brasil também pode enfrentar maior concorrência no mercado
internacional. Os americanos, recuperados dos problemas com a influenza aviaria
neste ano, devem aumentar sua oferta de carne de frango.
“Além disso, é preciso ficar atento a novas configurações
políticas entre as nações, como é o caso do Tratado Transpacífico, acordo
comercial firmado em outubro entre o Japão, Estados Unidos e mais dez países,
que deve facilitar as transações entre eles, inclusive de carnes”, afirma o
boletim. As informações partem da Assessoria de Comunicação da CNA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45