Porto Alegre, 23 de abril de 2015 – Rondônia tem potencial para
desenvolver a suinocultura, mas ainda é preciso profissionalizar a cadeia
produtiva na região. A avaliação é da Secretaria de Agricultura, Pecuária,
Desenvolvimento e Regularização Fundiária (SEAGRI) local. Hoje, o estado
conta com apenas 3.000 matrizes tecnificadas. Para incentivar a organização da
atividade em Rondônia e a produção em escala industrial, o governo estadual
e os produtores buscaram apoio da Associação Brasileira dos Criadores de
Suínos (ABCS) e do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS).
A estruturação da cadeia produtiva interna é o primeiro passo para o
desenvolvimento da suinocultura no estado. Com esse objetivo, os produtores
rondonienses se organizam para criar a primeira associação estadual da região
norte, filiada à ABCS. As tratativas com a entidade nacional envolvem
orientação sobre o mercado, apoio técnico e treinamentos. No último dia 25
de março, o diretor executivo da entidade, Nilo de Sá, esteve reunido com
produtores na Câmara Municipal de Colorado do Oeste, onde apresentou a
dinâmica do funcionamento do mercado nacional e internacional da carne suína,
além de compartilhar a experiência da entidade com a gestão do PNDS, com seis
anos de atuação, a iniciativa da ABCS em parceria com o Sebrae levou
sustentabilidade a suinocultura de vários estados, em todo o território
nacional.
Considerada a nova fronteira agrícola no País, com destaque para a
região do Cone Sul, Rondônia caminha a passos largos para se tornar um grande
celeiro de alimentos, impulsionado pelo crescimento das linhas de crédito
rural, investimentos em maquinário e o clima favorável. A expansão das safras
de grãos que servem de base para a ração de animais, – segundo dados da
SEAGRI, o estado colheu, em 2014, 613 mil toneladas de soja, sendo o 3 maior
produtor da oleaginosa na região Norte, e 542 toneladas de milho, o que
representa a 4 maior safra na região -, e o atendimento aos critérios do
programa de sanidade suína do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA) são pontos que contribuem para a ampliação da produção
suinícola na região.
Ao participar da reunião em Colorado, o secretário de Agricultura de
Rondônia, Evandro Padovani, disse que o governo do estado busca o
desenvolvimento sustentável das diversas cadeias produtivas: café,
bovinocultura de corte, leite, a piscicultura e agora suinocultura. “Temos o
grão, água e produtores com vontade de produzir. Buscamos a ABCS, pois ela tem
o know how da tecnologia e produtividade que o estado precisa para ter uma
suinocultura forte e pujante. Já plantamos a semente da associação estadual
de produtores”, afirmou o secretário.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, reforça que a organização dos
suinocultores contribui para fortalecer a atividade em Rondônia. “A criação
de uma associação de representatividade, filiada ao sistema nacional,
possibilita o acesso desses produtores a políticas nacionais para o crescimento
e financiamento do setor e a construção de parcerias”, mencionou. Segundo
Lopes, entre outras medidas, a existência de um corpo associativo no estado
abre portas para a participação em iniciativas como o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), criado no final do ano passado para
potencializar o trabalho do setor e o PNDS.
A visão do presidente da ABCS é partilhada também pelo coordenador de
suinocultura do Sebrae Nacional, João Fernando Nunes, para quem a instituição
de uma entidade forte que represente a base produtiva do estado é fundamental
para trazer legitimidade aos pleitos dos produtores junto ao setor privado e aos
órgãos públicos de fomento. “Em coletividade, os produtores poderão
comprar insumos para ração mais baratos, investir em treinamento e outras
ações que beneficiarão o setor, além de facilitar o acesso a
financiamentos”, destacou. “O Sebrae tem interesse em estruturar um projeto
que apoie o desenvolvimento, a formação dos suinocultores e da cadeia em
Rondônia”, complementou.
Para o suinocultor de Colorado do Oeste, Gustavo de Moura, proprietário de
500 mil matrizes, fortalecer a atividade na região é uma oportunidade para o
produtor diversificar seus investimentos e gerar emprego e renda para
população local. “Hoje boa parte da carne suína consumida em Rondônia vem
de outros estados, então temos um potencial de mercado grande na região”,
ressaltou.
O Plano de ações do governo local para expansão da produção suinícola
prevê ainda a implantação de um frigorífico suíno no município de
Colorado do Oeste que irá beneficiar os criadores do Cone Sul. A iniciativa
conta com o apoio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado
de Rondônia (Idaron) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado de Rondônia (Emater-RO). Com informações da ABCS e da Seagri.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 17/06/2025 09:45