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CARNE SUINA: Apesar da menor disponibilidade interna, oferta elevada de carne bovina impede reação dos preços, diz ABCS

21 de junho de 2023
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Porto Alegre, 21 de junho de 2023 – A tendência de redução drástica do ritmo de crescimento
da produção de suínos no Brasil foi consolidada nos últimos 5 meses de 2023, quando comparado
aos últimos anos. No acumulado de janeiro a maio de 2023, em relação ao mesmo período do ano
passado houve um aumento de aproximadamente 2% no abate em cabeças. Com números definitivos do
primeiro trimestre (IBGE) e preliminares dos meses de abril e maio/23, estima-se que o crescimento
da produção em toneladas de carcaças tenha sido ao redor de 1,2% somente.

A título de comparação, quando se analisa os primeiros 5 meses de 2023 em relação aos anos
anteriores, nos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022 o crescimento da produção em toneladas neste mesmo
período foi de 8,0%, 6,9%, 9,4% e 7,3%, respectivamente, reforçando a efetiva redução do ritmo
de crescimento da produção de suínos em 2023.

Do lado das exportações o volume embarcado tem sido recorde para o início do ano, chegando a
429,3 mil toneladas de carne suína in natura no acumulado de janeiro a maio/23, superando em quase
15% os volumes do mesmo período do ano passado. Números parciais de exportação do mês de
junho/23, publicados pela Secex, referentes aos embarques entre 01 e 16 de junho/23, indicam
manutenção do viés de alta, com média por dia útil de 5.150 toneladas, com potencial para
chegar próximo de 100 mil toneladas no fechamento deste mês, contra 83,6 mil toneladas de junho do
ano passado.

Quando se faz o balanço comparativo entre o que foi produzido e exportado nos primeiros cinco
meses de 2023 e 2022, estima-se que a disponibilidade interna de carne suína reduziu este ano ao
redor de 30 mil toneladas em relação a 2022. Esta redução, embora relativamente pequena,
significa um recuo projetado de 340g per capita/habitante/ano, sendo que nos últimos anos o consumo
per capita de carne suína vinha subindo acima de 1kg/habitante/ano. Com este recuo na
disponibilidade interna era esperado um aumento nos preços pagos ao produtor, porém desde
março/23, as cotações têm recuado, atingindo o menor patamar neste mês de junho.

Para entender melhor este movimento dos preços é preciso enxergar o contexto geral do mercado
de commodities em franca retração e principalmente o comportamento da carne bovina, que ao longo
dos últimos anos tinha perdido muito mercado para a suína, em função da escassez e preço muito
elevado. Enquanto nestes primeiros cinco meses a carne suína reduziu a disponibilidade interna em
30 mil toneladas, a carne bovina aumentou em quase 300 mil toneladas a oferta no mercado doméstico
quando comparado com o mesmo período de 2022.

Este aumento de oferta de carne bovina em 2023 se deve ao aumento do abate e à redução das
exportações em comparação com o ano passado. Não à toa, a cotação da carcaça bovina em São
Paulo vem despencando nos últimos meses, atingindo neste mês de junho o pior patamar dos últimos
anos.

Com a carne bovina mais ofertada e barata houve uma redução considerável da competividade da
carne suína no atacado, pois a diferença de preço entre as duas carcaças (spread) está bem
menor do que em anos anteriores.

Preço de insumos ainda em queda, mas relação de troca recua

O alento ao setor vem da queda consistente no preço dos principais insumos: milho e farelo de
soja nos últimos meses. Com a colheita da segunda safra de milho iniciada, e com perspectivas de
volumes ainda maiores do que o esperado quanto ao plantio, as cotações deste cereal devem se
manter em patamar relativamente baixo por alguns meses.

Porém, é preciso ficar atento ao comportamento da safra norte-americana, já plantada e que
deve ser colhida a partir de setembro. Segundo a consultoria MBAgro, a acentuada queda de preços do
milho e soja no Brasil nos últimos meses é uma realidade nacional e não mundial, refletindo o
momento de alta oferta diante dos entraves de armazéns e logística no país. Os prêmios nos
portos foram fortemente negativados, mas os preços no mercado externo não caíram na mesma
proporção que no mercado interno. Se a reação no mercado externo for consolidada pela piora da
condição das lavouras norte-americanas, esse movimento deve ser acompanhado no Brasil, visto que
uma eventual quebra na safra americana deve aumentar a procura pelo produto brasileiro.

Mesmo com a queda do preço do suíno nos últimos meses, a relação de troca do suíno vivo
com os principais insumos que em maio/23 aumentou significativamente, recuou um pouco até meados de
junho, mas se mantém acima de 5 no mercado de Minas Gerais. Lembrando que uma relação de troca
superior a 5 em granjas com produtividade boa, garante margem positiva na atividade.

Esta situação não se restringe ao estado de Minas Gerais ou outros da região sudeste e
centro-oeste do país, cuja cotação do suíno vivo normalmente é mais alta que os principais
estados produtores da região sul do Brasil. Mesmo nos estados sulistas o mês de maio já se
apresenta como um ponto de inflexão nas margens financeiras da atividade suinícolas.

Importante destacar que os custos e a relação de troca são baseados na cotação média do
mês. Porém, animais abatidos em determinado período “carregam” o custo de meses anteriores, além
disso, o valor médio real de insumos estocados ou mesmo comprados antecipadamente pelos
suinocultores são diferentes do “preço do dia”. Portanto, há um “delay” de alguns meses entre a
queda das cotações dos insumos no mercado e o reflexo efetivo nos custos de produção.

Considerações finais

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que em um mercado com oferta crescente de carcaça
bovina, cuja cotação continua em queda, não há ambiente para altas significativas no preço pago
ao produtor de suínos, a menos que a oferta de carne suína reduza substancialmente no mercado
doméstico. “Com as safras brasileiras recorde de soja e milho consolidadas, os olhos voltam-se para
o desenvolvimento da safra norte-americana, sob ameaça climática, e cuja redução pode resultar
em pressão para maior exportação de nossos grãos. Até que isso se confirme a janela de
oportunidade para aquisição dos principais insumos da atividade estará aberta.”

Ele completa explicado que a acentuada queda nos custos, mesmo com preço do suíno
relativamente baixo, já determina margens positivas na atividade. “Porém, além do tempo
necessário para que isso se reflita no fluxo de caixa dos produtores, há um prejuízo acumulado de
quase dois anos de crise, muitas vezes agravado pelo endividamento a juros elevados, que levará
algum tempo para que seja compensado”, conclui. As informações partem da assessoria de imprensa da
ABCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Preço base - Integração

Atualizado em: 07/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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