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CARNE SUINA: Bem-estar animal traz pouco ao preço, mas agrada consumidor

9 de fevereiro de 2015
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Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2015 – Diversas pesquisas mostram que os
consumidores, cada vez mais, preocupam-se sobre como seus alimentos são
produzidos, mas a lógica de que produtos “melhores” custam mais pode não
valer quando o assunto é bem-estar animal, destaca o boletim informativo da
Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS).

O suinocultor interessado em elevar os níveis de bem-estar animal em sua
granja deve estar se perguntando: investir neste tipo de produção vai ou não
agregar valor ao meu produto?

Se agregar valor é receber mais pela carne suína, a resposta,
provavelmente, é não. “Infelizmente, ainda que o consumidor mostre-se
preocupado com o respeito ao meio ambiente, não existência de trabalho escravo
e bem-estar animal, isso perde a importância para o fator preço na maioria
dos casos”, constata a pesquisadora Maria Stella Saab.

De três produtores consultados sobre o uso de baias coletivas para a
série sobre bem-estar da ABCS, apenas um afirmou ter diferencial de preço.
Mas, se o produto estiver certificado, há uma pequena parcela de consumidores
brasileiros que paga mais pela carne diferenciado.

Uma pesquisa mostrou que, depois de assistir a um vídeo sobre maus tratos
a animais de produção, o percentual de pessoas dispostas a pagar 20% mais por
carnes certificadas saltou de 53% para 68%.

Este público tende a aumentar pela sensibilização promovida pelos meios
de comunicação, mas trata-se de um processo longo que, possivelmente, será
“deixado para trás” pela competição em busca da diferenciação dentro da
própria agroindústria.

“É claro que já existe uma parcela dos consumidores que busca isso e
aceita pagar mais para obter um produto que cumpra as exigências sobre o
assunto, mas é apenas uma parcela dos consumidores. Como um nicho de mercado,
algumas empresas rurais ou industriais, que se importam com o tema e acreditam
nele, investem no diferencial”, cita.

Na União Europeia, por exemplo, segundo o chefe da Comissão Europeia para
bem-estar animal, Andrea Gavinelli, foi observada uma remuneração de 1,06
centavo a mais por quilo de suíno produzido por meio de sistemas com maior
nível de bem-estar animal. Tal acréscimo está longe de ser um estímulo mesmo
em um mercado onde o tema é bem mais difundido.

A questão é que, apesar de muitos declararem estar dispostos a pagar
mais, poucos realmente desembolsam mais dinheiro pelos produtos certificados
atualmente. Se o preço não é um grande estímulo, a exigência do mercado ou
estar em conformidade com o que espera o consumidor são argumentos mais fortes.

“O varejo será o primeiro a perceber essa tendência de consumo e
criará exigências à indústria, que as repassará ao produtor. Ambos,
indústria e varejo, criarão maneiras de certificar-se de que suas exigências
estão sendo cumpridas, a fim de divulgar isso como um belo apelo de
marketing”, explica a pesquisadora.

Por exemplo, nos EUA, grandes redes de supermercados, agroindústrias e
restaurantes já adotam ou adotarão em breve o uso de baias coletivas como
requisito. No caso brasileiro, o mesmo processo já começou a acontecer. Os
exemplos mais emblemáticos são o da BRF e do McDonalds.

Enfim, elevar os níveis de bem-estar agrega valor à carne suína?
Enquanto a prática for um diferencial certificado e reconhecido por um nicho de
consumidores, é possível. Mas, quando a maioria da produção usar as baias
coletivas, por exemplo, o diferencial passará a ser requisito mínimo para se
manter no mercado.

“Ainda não é uma exigência, mas é algo que já se percebe como
altamente importante para o futuro. Certamente os produtores que se adiantarem e
se adequarem às práticas de bem-estar animal terão ganhos importantes”,
acrescenta Maria Stella.

Para ela, inclusive, depois da adoção de mais práticas de bem-estar, o
produtor reconhece que o principal benefício não é a remuneração maior pelo
quilo da carne suína. “Os animais tornam-se mais dóceis e fáceis de lidar,
há menos perdas por estresse, e os funcionários acabam adotando melhores
práticas de maneira natural”, diz.

De certa maneira, o debate sobre bem-estar animal na produção de suínos
pode demonstrar que agregar valor não é, necessariamente, receber mais pelo
mesmo produto. A demanda social sugere que valor agregado é, também, ser
bem-visto e respeitado pelos consumidores, o que talvez seja até mais valioso.
Com informações da assessoria de imprensa da ABCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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