Porto Alegre, 3 de outubro de 2019 – O levantamento com foco nas
tendências do comportamento do brasileiro e o consumo da carne suína no país,
intitulado “Carne suína: atual visão do consumidor” e divulgado em setembro
pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o
Sebrae e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) identificou
que o brasileiro passou a consumir mais carne suína neste ano.
A pesquisa quantitativa com 1,3 mil entrevistados apresentou os aspectos de
compra da proteína, trazendo informações de qualidade à cadeia de suínos
nacional (produtor, indústria e varejo) e identificando possíveis estratégias
mercadológicas para o desenvolvimento na suinocultura e os incentivos ao
consumo da carne suína no Brasil. Os dados permitem compreender a evolução ao
longo das décadas e assim promover o debate diante das oportunidades e
desafios apresentados.
“A proposta de um trabalho inovador junto aos frigoríficos, varejo,
formadores de opinião, profissionais de saúde, gastronomia e parceiros
institucionais vem nos permitindo transformar a visão do consumidor brasileiro
em relação à carne suína”, destaca o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.
“Deixamos para trás os 13 kg per capita e celebramos o alcance dos 15,9 kg
devido a oferta maior, qualidade, preços competitivos e cortes variados e mais
adaptados ao cotidiano dos consumidores”, destaca.
Para o gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae, Cesar Rissete, o
estudo trouxe pontos positivos, principalmente em relação à saudabilidade da
carne suína. “Estamos em um momento em que o consumidor está cada vez mais
procurando produtos que favoreçam a sua saúde. Nesse sentido, a pesquisa
mostra que a carne suína se apresenta como melhor posicionada do ponto de vista
da saudabilidade e da escala necessária do processo produtivo para atender à
maior demanda de alimento, especificamente de proteína. Outro ponto importante,
foi o aumento do consumo per capita de carne suína e a quantidade de vezes que
o consumidor tem adquirido a carne. Isso se reflete em toda a campanha e nas
iniciativas em parceria com o Sebrae de valorização da carne suína e do
aumento desse consumo no Brasil”.
O estudo mostrou que a percepção de consumo e indicação pelos
profissionais de saúde mudou, já considerando positiva a inserção da
proteína suína numa alimentação saudável. Na visão dos consumidores o
produto também entra como opção no cotidiano, já que 76% dos entrevistados
consomem carne suína e 55% tem o hábito de comprar carne suína – aumento de
30% se comparado a 2015. Para a ABCS, o desafio é inserir a carne suína da
lista de compras da população, instituindo o hábito do consumo.
Outro dado que apresenta a mudança de percepção de consumo é no quesito
compra. O estudo informou que a cada 8,8 dias o consumidor coloca carne suína
no carrinho, ou seja, enquanto as opções bovinas e de aves permanecem nos
mesmos patamares, a carne suína aumentou a frequência na escolha dos
brasileiros.
Já a frequência de consumo nos lares também cresceu desde a última
pesquisa realizada. Em 2019, a cada 7,5 dias o consumidor consome carne suína,
enquanto em 2004 consumia três vezes ao mês. E a proteína é mais presente
nas principais refeições. Segundo o estudo, 77% dos entrevistados consomem a
carne suína no almoço/jantar, uma opção que se apresenta com bom
custo-benefício para essas refeições.
Na visão do responsável pelo estudo, pesquisador Francisco Rojo, é uma
transformação da realidade da carne suína. “Com o levantamento dos últimos
15 anos foi possível compreender o posicionamento das proteínas ao longo das
décadas e, assim, dar início a um novo debate diante das mudanças e desafios
apresentados”, afirma.
Os resultados reforçam um consumidor atento às mudanças, que busca
conveniência e praticidade. Entretanto, ainda há a necessidade da indústria e
do varejo focar em adequações, como por exemplo, o desenvolvimento de cortes
sem tempero e com maior shelf life, aponta o estudo.
“Ainda que haja um grau de conhecimento e imagem da carne suína, ainda
não está suficientemente disseminado em todos os segmentos: profissionais de
saúde, varejo e, principalmente, consumidores” explica Rojo. “O processo de
transformação precisa ser mais amplo e direto para mudar o hábito da
população em relação à carne suína”, esclarece.
Conquistas e oportunidades
Assim, o cenário desenhado pelo estudo é positivo e abre inúmeras
oportunidades para a carne suína, mas é preciso saber aproveitá-las, conclui
o estudo. Entre os desafios identificados está o esforço conjunto da cadeia
para mudança de hábito dos consumidores, entre eles esclarecer ao consumidor
benefícios do consumo de proteína em campanhas amplas e disseminar
massivamente orientações para preparo e dicas em diversos canais de
comunicação, bem como promover estudos técnicos sobre informações
nutricionais para profissionais de saúde. No levantamento, os trabalhos
realizados pelo setor também estimulam conclusões técnicas a respeito do tema
e influenciam profissionais de saúde e a cadeia de distribuição.
Também é abordado a necessidade da indústria e varejo investirem de
forma contínua e com maior intensidade na proteína e também a oportunidade de
aplicar novas tecnologias – como a embalagem com atmosfera protegida -, para
ampliar a variedade de cortes e conservação na gôndola.
Entre as oportunidades, a saudabilidade está em destaque, reforçando a
imagem da carne suína como uma alternativa saudável, a proteína suína entra
no âmbito positivo do equilíbrio entre os alimentos e entrará de forma mais
contundente na recomendação dos profissionais de saúde. No varejo, o estudo
destaca também bons caminhos ao incentivo do consumo por meio de campanha no
varejo como a “Semana Nacional da Carne Suína”, ação que amplia a presença
da carne suína porcionada e com boa apresentação, buscando padronização e
agregando valor a carne suína.
A ABCS visualiza um grande potencial na proteína para os próximos anos,
com visão positiva de negócios para toda a cadeia, segundo o presidente da
entidade. “Conhecemos o caminho e agora é tempo de nos unir para trilhar
juntos e agir para potencializar e aumentar ainda mais os resultados”, encerra.
Com informações da assessoria de imprensa da ABCS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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