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CARNE SUINA: Preço da carcaça se aproxima do frango, mas mercado reage-ABCS

30 de setembro de 2021
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Porto Alegre, 30 de setembro de 2021 – Enquanto a carcaça de frango
resfriado no atacado, vem subindo mês a mês, atingindo valores nominais
recordes em setembro, o preço da carcaça suína patina e deve fechar o mês
com um dos mais baixos valores médios do ano. Segundo o consultor de mercado da
Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Machado, este
paralelo entre as duas proteínas, trouxe uma situação inusitada na qual a
carcaça suína em agosto ficou apenas 24% mais cara que a de frango, sendo que,
por alguns dias em setembro, na cotação do CEPEA, a diferença se aproximou
de 10%, quando, historicamente a diferença entre as duas carcaças supera 50%
em favor da suína.

Ainda segundo o CEPEA, no mercado de frango, a forte tendência de alta nos
preços foi sustentada pelas maiores procuras internas e externas pela
proteína. O poder de compra limitado da maior parte da população brasileira
faz com que muitos consumidores optem pela proteína animal mais em conta, como
é o caso da carne de frango. Esta diferença reduzida de preços entre as duas
carcaças é uma nítida distorção conjuntural que não deve perdurar por
muito tempo.

As exportações de carne suína in natura em agosto/21 fecharam com recuo
de 7% em relação a agosto do ano passado. Porém, no acumulado do ano o Brasil
já embarcou 12,65% a mais que o mesmo período de 2020, o que representa 88
mil toneladas de diferença, sendo que, só para a China foram exportadas 70 mil
toneladas a mais de janeiro a agosto.

A boa notícia é que, até 17 de setembro, faltando 9 dias úteis de
embarques, o mês de setembro/21 já contabilizava a exportação de 66,6 mil
toneladas de carne suína in natura mostrando uma clara tendência da
manutenção dos embarques em bom ritmo. A má notícia é que os preços da
carne suína no mercado doméstico chinês continuam em baixa, muito próximos
ao patamar de 2018, antes do surto de PSA (Peste suína africana) que assolou
aquele país.
Este preço baixo na China certamente influenciou a queda dos preços da
carne suína embarcada pelo Brasil (em dólar), cujo valor médio acumulado no
mês de setembro/21 está em US$ 2,381/kg, o menor do ano de 2021, sendo que o
mês de junho apresentou o valor médio mais alto (US$ 2,612) ao longo dos meses
deste ano. Já sobre o futuro do mercado chinês, que hoje representa quase 60%
da exportação de carne suína brasileira, há projeções divergentes entre
as informações oficiais do gigante asiático e relatório do USDA. Enquanto, o
governo chinês projeta redução das importações para 2022 para quase metade
do que será comprado este ano, o último relatório do USDA fala em aumento da
ordem de mais de 7%, em função de queda na produção chinesa de 14%
decorrente dos surtos de PSA ocorridos no início de 2021. Os sinais indicam que
é mais provável que se concretize a projeção do USDA, mais uma boa notícia
no horizonte da suinocultura brasileira.

Conforme detalhamos no último boletim de mercado, sobre dados de abate do
IBGE, é fato que a produção de suínos no Brasil continua crescendo ao longo
deste ano e, mesmo com o aumento das exportações houve um aumento da
disponibilidade interna num Brasil ainda em crise sanitária e econômica, com
altos índices de desemprego e corrosão do poder aquisitivo (inflação). A
oferta maior determinou queda do preço pago ao produtor que, ao contrário do
frango, não conseguiu passar para frente a alta dos custos de produção,
contabilizando prejuízos durante praticamente todo o ano.

Porém, para o último trimestre do ano, em função da demanda sazonal que
tradicionalmente aumenta à medida que se aproxima o fim do ano, é esperada
uma recuperação paulatina dos preços de venda do suíno. Em 2019 o pico de
preço foi em dezembro, já em 2020 foi em novembro. Analisando o comportamento
dos preços de carcaça (SP) e suíno vivo (MG) nesta segunda quinzena de
setembro, quando houve um aumento substancial numa semana, seguido de
manutenção na semana seguinte, já há sinais claros de aquecimento de demanda
que deverá ser crescente nos próximos meses. Lembrando que, normalmente na
última semana do mês há uma demanda menor em função da natural redução de
recursos financeiros dos assalariados que recebem no início do mês. Ou seja,
há motivos sim para esperar um cenário de preços mais atrativos para o
suinocultor nos próximos meses.
Término da colheita da segunda safra e cancelamento de exportações fazem
preço do milho recuar

O custo de produção continua sendo a principal preocupação do
suinocultor. O cereal, que ultrapassou 100 reais a saca em algumas praças, já
há algumas semanas, tem demonstrado recuo nos preços. Isso se explica por dois
principais fatores: aumento das operações de washout (cancelamento de
exportações), e a segunda safra recém-colhida, mesmo com quebra recorde; com
isso há boa disponibilidade de grãos para os próximos meses.

Quanto ao estoque de passagem para final de janeiro de 2022, a CONAB estima
algo ao redor de 5,7 milhões de toneladas, desde que as exportações fechem
ao redor de 22 milhões de toneladas no período. Porém, analistas de mercado
ouvidos pela ABCS acreditam que as exportações de milho devam ficar entre 18 e
19 milhões de toneladas. Concretizando-se esta projeção de menor
exportação poderemos ter um estoque de passagem mais alto, reduzindo o risco
de escassez de produto ou altas absurdas de preço no final de 2021 e início de
2022.

Com base na análise, o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, enxerga motivos
para ser otimista. “Pela expectativa de chuvas e intenção de plantio no
Brasil, há motivo para sermos otimistas quanto a acomodação e até recuo dos
custos de produção. Por enquanto é esperada uma ótima produção de grãos
para a safra 2021/22, sendo que já na primeira safra é possível que haja um
aumento na produção de milho em relação aos anos anteriores, devendo
ultrapassar as 30 milhões de toneladas produzidas. O que mais preocupa, no
curto prazo, é uma expectativa de quebra na safra norte-americana que já está
sendo colhida. Nos próximos meses é preciso ficar de olho na colheita dos
EUA, no regime de chuvas do Brasil e na demanda chinesa por grãos e carnes”,
conclui. As informações partem da assessoria de imprensa da ABCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Cotação semanal

Dados referentes a semana 09/05/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,42

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.835,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 71,75
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Preço base - Integração

Atualizado em: 08/05/2025 09:40

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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