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CARNE SUINA: Rabobank projeta exportação recorde para Brasil em 2021

26 de novembro de 2020
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Porto Alegre, 26 de novembro de 2020 – O Rabobank publicou o estudo
Perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2021 no qual indicou que as
exportações de carne suína do país devem manter níveis muito positivos,
batendo mais um recorde, guiados principalmente pela China, mesmo com as
expectativas de se aproximar (ou até ultrapassar) a marca de 1 milhão de
toneladas embarcadas em 2020, algo inédito para o setor.

Por parte do consumo doméstico, que tem sido impactado pelos altos
preços, queda no poder de compra e redirecionamento do que seria destinado ao
mercado interno para o mercado externo, as expectativas são de recuperação.

O Rabobank lembra que a alta volatilidade do mercado, que acompanhou o
setor este ano, também deve permanecer em 2021. Isso porque a Peste Suína
Africana (PSA) continua afetando a estratégia de recuperação da produção
chinesa e de alguns países do sudeste da Ásia. Relatórios recentes da OIE
indicam que o vírus continua ativo nessas regiões.

Outro ponto importante, foi a entrada da PSA na Alemanha através da
fronteira com a Polônia, que por conta da suspensão dos embarques para a China
tem desequilibrado os níveis de oferta e demanda no país, e também elevado a
preocupação de uma possível entrada do vírus na Holanda, Dinamarca e
Espanha, o que agravaria a disponibilidade de carne suína no comércio global.
Os estudos para desenvolvimento de uma vacina para PSA tem evoluído nos
últimos meses, porém, ainda sem expectativas de data para lançamento
comercial.

Maior clareza com relação à demanda por carne suína da China, que deve
continuar direcionando o mercado brasileiro, e por conta das projeções de
recuperação mais significativa no rebanho suíno no próximo ano, deve
resultar em queda na dependência do mercado internacional. Vale lembrar, que
mesmo com a menor procura, os níveis de oferta no mercado mundial ainda serão
abaixo da demanda.

Com isso, as exportações no acumulado de janeiro a outubro 2020 já
ultrapassaram os volumes atingidos em 2019 e estão 41% superiores em volume e
49% em faturamento, o que indica não só melhora nas margens por conta das
vendas, mas também preços médios maiores, principalmente por conta da maior
demanda chinesa e a forte desvalorização da moeda local.

No próximo ano, as exportações para o mercado chinês devem se manter
aquecidas e o Rabobank projeta um novo aumento recorde de 6% no volume
embarcado. Vale ressaltar que a dependência das importações da China se
elevou este ano e já representa cerca de metade de todo volume exportado. Se
considerarmos Hong Kong, cerca de 67% das vendas no comércio internacional vão
para esses dois países.

O Rabobank sinaliza que novas habilitações para exportação seguem no
radar do mercado. Filipinas que tem sido severamente afetado pela PSA,
credenciou 5 plantas e o Vietnã recentemente habilitou 1 planta brasileira.
Vale mencionar que, assim como no caso da carne bovina, algumas plantas suínas
também aguardam aprovação da China para começar os embarques. Com as
projeções de redução gradual na demanda chinesa por carne suína a partir de
2021, crescem também as expectativas de aprovação de mais plantas
frigoríficas para exportação, principalmente para os países do sudeste da
Ásia que, assim como a China, estão enfrentando a PSA e estão economicamente
em desenvolvimento, o que resultaria em maior demanda pela proteína suína.

Em relação à oferta, de acordo com dados da PTA-IBGE, a produção de
carne suína cresceu 8% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo
período do ano anterior, porém, deve finalizar o ano com aumento de 4,5%. Isso
porque os incrementos de produção no ano passado se concentraram no 2o
semestre. Para 2021, o Rabobank projeta crescimento da produção ao redor de
2,5%, puxado pelo cenário de recuperação da demanda interna e pela melhora do
setor neste ano, que deve estimular investimentos na produção com o intuito
de aproveitar o bom momento do mercado internacional.

O cenário de dicotomia entre mercado externo, em alta, e mercado interno
em queda, somado aos fortes aumentos de custos da ração e da reposição
animal, devem favorecer ainda mais a concentração do mercado tanto dentro como
fora da porteira. O início de 2021 será o primeiro desafio para o setor, com
a redução sazonal na demanda para a China em janeiro, somada ao menor consumo
doméstico nesse período, o que pode trazer um cenário de pressão nos preços
do atacado/varejo com o próprio mercado testando o poder de compra do
consumidor. Vale mencionar que os custos de produção elevados também não
devem permitir grandes quedas de preços ao consumidor.

O Rabobank ainda tece alguns pontos de atenção a serem observados pelo
mercado:

* PSA deve continuar afetando diretamente o mercado de suínos mundial e no
momento as atenções focam no mercado europeu e na Alemanha, com a recente
confirmação do vírus na fronteira com a Polônia.

* Mesmo com a expectativa de menor demanda chinesa por carne suína, os níveis
de oferta global ainda se mantem limitados com relação à demanda.

As informações partem do Rabobank.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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