Porto Alegre, 17 de julho de 2018 – Relatório divulgado pelo Rabobank
destacou que o comércio global de carne suína está enfrentando uma mudança
sem precedentes com a escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e
China, bem como na América do Norte, o que deve abalar os negócios no segundo
semestre de 2018.
De acordo com o analista Sênior de Proteína Animal do Rabobank, Chenjun
Pan, novas tarifas sanitárias sobre os produtos agrícolas colocarão uma
grande pressão em vários mercados, especialmente Estados Unidos, China e
México, embora a natureza dessa dependa de cada posição comercial.
Outro fator que deve pesar sobre os preços na segunda metade do ano é o
aumento da produção de carne suína registrada no primeiro semestre. Além
disso, segundo o banco, o fato da febre suína africana estar se espalhando na
Europa também pode trazer incertezas ao abastecimento e ao comércio de carne
suína. O banco fez alguns apontamentos sobre alguns mercados específicos.
China: O Rabobank disse que os preços do suíno registraram uma breve
recuperação, menor que a esperada. Os pequenos agricultores continuam a
reduzir seu rebanho, enquanto as fazendas maiores continuam a se expandir, de
modo que a produção geral de carne suína continua aumentando. A incerteza
resultante da escalada das tensões comerciais pode levar os agricultores a
adotar uma liquidação do rebanho mais cedo do que o esperado. Espera-se que as
importações de carne suína chinesa diminuam no segundo semestre, devido a
essas interrupções no comércio.
Estados Unidos: A produção de suínos do país continua à frente do nível do
ano passado, mas também há uma utilização mais lenta do que o esperado da
capacidade de abate recém-adicionada. Tarifas adicionais sobre as exportações
de carne suína dos Estados Unidos impostas pelo México reduzirão
significativamente os negócios de exportação do país.
As exportações estadunidenses para a China e Canadá também estão
desacelerando, devido ao aumento das tensões comerciais. Embora as
exportações para outros destinos devam melhorar, o maior fornecimento global
de carne suína pesará sobre os preços domésticos no segundo semestre de
2018.
União Europeia: O Rabobank sinaliza que o mercado segue relativamente estável.
Enquanto os preços da carne suína são 17% menores do que no ano passado, o
mercado não apresentou grandes altos ou baixos nos últimos meses. As
expectativas de crescimento da oferta e aumento dos custos de alimentação no
segundo semestre de 2018 podem reduzir a lucratividade dos agricultores. No
entanto, as exportações da UE provavelmente se beneficiarão das tensões
comerciais em outras regiões, com alguma oportunidade já vista no México. A
Febre Suína Africana continua sendo uma grande preocupação, pois se espalha
na Europa Central.
Brasil: O Rabobank indica uma melhora no desempenho para a indústria de carne
suína brasileira, após um primeiro semestre difícil. O aumento das tensões
comerciais em outras partes do mundo provavelmente beneficiará o Brasil,
oferecendo oportunidades para aumentar as exportações para os mercados
existentes e obter acesso a novos mercados. As informações partem do Rabobank.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
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Atualizado em: 05/06/2025 09:30