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CARNES: ABCS quer nova reunião com MAPA para buscar medidas contra crise

3 de fevereiro de 2016
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Porto Alegre, 3 de fevereiro de 2016 – Com a alta nos preços do milho e da
soja, o suinocultor brasileiro tem enfrentado dificuldades para manter o
equilíbrio na relação entre o custo de produção e o preço de venda. Há
cerca de três semanas, estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e São Paulo registram queda no valor pago pelo quilo do suíno vivo,
situação que para os suinocultores tem sido inviável. Como medida
emergencial, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) busca uma
saída para a crise no setor.

Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, após reunião realizada
semana passada com o ministro interino André Nassar e a equipe econômica do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a entidade
juntamente com a Frente Parlamentar da Suinocultura tenta agendar uma nova
reunião com a ministra Kátia Abreu. “Quanto à reunião ocorrida semana
passada recebemos o retorno de que para a Conab aumentar o limite de compra do
milho balcão será necessária a aprovação do Ciep – Conselho
Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos. No entanto, essa decisão
pode levar tempo e os suinocultores não estão em condições de esperar. Por
isso, buscamos agendar reunião com a ministra Kátia Abreu e tentar uma nova
negociação”, disse.

Ainda de acordo com Lopes, o objetivo do novo encontro é mostrar mais uma
vez ao Ministério que somente a realização dos leilões não será suficiente
para atender as necessidades do setor. “Precisamos adotar uma medida mais
emergencial e que atenda toda a cadeia produtiva, já que a quantidade de milho
disponibilizada para os leilões e a viabilidade econômica desses lotes não é
interessante para todos os produtores”, destacou.

É o caso do estado de Santa Catarina em que o custo da produção
independente está em torno de R$3,75, enquanto o preço de venda sai a R$3,00.
“O leilão realizado no dia 1 deste mês não foi economicamente viável para
nossos produtores, pois juntando o valor pago pela saca mais o frete, daria uma
média de R$ 60,00”, conta Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da
Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

Em Minas Gerais, onde o custo de produção está saindo a R$4,50 e o de
comercialização a R$3,80, a oferta dos leilões não será suficiente para
suprir as necessidades do setor produtivo. “De qualquer forma os leilões
trarão algum benefício, mas não o necessário para atender nossa demanda. A
situação aqui em Minas Gerais está insuportável, em média estamos perdendo
R$ 1,00 por quilo de suíno vivo, o que dá cerca de R$ 100,00 por animal. Caso
permaneça dessa forma, perderemos muitos companheiros de trabalho”, enfatizou
Antônio Ferraz, presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas
Gerais.

São Paulo e Rio Grande do Sul também registraram nova queda nos preços
pagos pelo quilo do suíno vivo ao produtor independente. No estado gaúcho a
queda foi de R$ 0,12, ficando em R$ 3,18, enquanto que em São Paulo o valor
caiu de R$ 4,00 para R$ 3,30 nas últimas semanas. “Em números podemos
considerar essa crise pior que a de 2012. Para se ter uma ideia, em São Paulo
estamos tendo uma perda de R$ 25,00 a R$ 30,00 por arroba, o que equivale a um
prejuízo de mais de R$ 100,00 por animal abatido”, conta Valdomiro Ferreira,
presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul
(Acsurs) e conselheiro de Relações com o Mercado da ABCS, Valdecir Luis
Folador, alerta que a crise atinge principalmente os pequenos e médios
produtores. “No caso dos pequenos e médios produtores a situação torna-se
ainda mais grave, porque eles fabricam a própria ração. Portanto, a adoção
de uma medida mais emergencial é fundamental para a sobrevivência desse grupo
de suinocultores que não tem fôlego para suportar a crise por muito tempo”,
salienta.

O próximo leilão da Conab foi marcado para o dia 16 de fevereiro. Na
última segunda-feira (1), a Companhia anunciou que vendeu 125,9 mil toneladas
de milho durante o primeiro leilão realizado. Ao todo, serão leiloadas 500
mil toneladas de milho dos estoques públicos em lotes de 150 mil neste primeiro
semestre de 2016. As informações partem da assessoria de imprensa da ABCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Cotação semanal

Dados referentes a semana 23/05/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,28

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 1.800,00

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.300,00

Milho Saca

R$ 69,25
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Atualizado em: 29/05/2025 09:40

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
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