Porto Alegre, 1 de novembro de 2017 – Passados 17 anos desde que o Imposto
de Exportação entrou em vigor, o que se observa é que houve uma redução
substancial nas exportações de calçados de couro, que passaram de US$ 1,39
bilhão em 2001 para US$ 476,41 milhões em 2016, queda de 65,7% no período. Ou
seja, as exportações de calçados de couros representam, atualmente, cerca de
1/3 em relação a 2001, demonstrando a total ineficácia da medida em agregar
valor por meio das exportações de calçados.
Atualmente é anacrônico e injustificável manter Imposto de Exportação
incidente sobre o couro wet blue, que retira renda da pecuária brasileira e
dificulta a melhoria da qualidade do couro produzido no País.
Para o Presidente Executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos
(ABRAFRIGO), Péricles Salazar, o baixo valor pago pelas peles no País
dificulta a melhoria do manejo com vistas a evitar danos ao couro. O dirigente
ressalta que “é preciso eliminar imediatamente este Imposto de Exportação
do couro wet blue para que haja melhor remuneração e incentivo à melhoria de
qualidade desse importante subproduto bovino”. “O Brasil perde muitas
divisas devido à baixa qualidade do couro produzido no País. É preciso mudar
essa realidade e o primeiro passo é a revogação desse nefasto e retrógrado
Imposto de Exportação”, afirma Péricles Salazar.
Como agravante, o Imposto de Exportação levou a uma queda nos preços
pagos pelo couro verde, produto vendido pelos frigoríficos para os curtumes,
prejudicando o agronegócio da carne bovina e, em consequência, os pecuaristas.
Atualmente, o preço do couro verde vendido pelo frigorífico representa menos
de 2% do valor pago por um boi gordo de 17 arrobas, sendo que essa relação já
chegou a ser superior a 12%, antes do Imposto de Exportação do couro wet blue
entrar em vigor.
Tendo em vista os enormes prejuízos que a pecuária e o agronegócio da
carne bovina sofrem há 17 anos, a ABRAFRIGO pleiteou à Câmara de Comércio
Exterior – CAMEX a imediata eliminação do Imposto de Exportação incidente
sobre o couro wet blue. O fim dessa política ultrapassada de se tentar
estabelecer reserva de mercado para a compra do couro contribuirá para
fortalecer o agronegócio da carne bovina, com benefícios para os pequenos e
médios frigoríficos e para os pecuaristas brasileiros. A pecuária brasileira
é uma das mais competitivas do mundo. O País é o maior produtor e o segundo
maior exportador mundial de carne bovina, tendo faturado US$ 5,364 bilhões com
a venda do produto no mercado externo em 2016.
Somando-se as exportações de couros, da ordem de US$ 2,5 bilhões no
mesmo ano, as exportações do segmento da pecuária de corte giram em torno de
US$ 8 bilhões anuais. As informações partem da assessoria de imprensa da
ABRAFRIGO.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50