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CARNES: Acordo viabiliza primeira área de estudo oficial de Baixo Carbono

29 de outubro de 2018
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Porto Alegre, 29 de outubro de 2018 – Na última semana foi assinado, em
São Paulo (SP), contrato entre a Embrapa e o Grupo Roncador. A parceria prevê
verificar até 2020 a viabilidade técnica de se considerar os sistemas de
pastagens intensificadas e de integração lavoura-pecuária (ILP), adotados nas
propriedades rurais Roncador e Água Viva do Grupo Roncador, em Mato Grosso,
como sistemas pecuários aptos a mitigar as emissões de gases de efeito estufa
(GEE) e passíveis de enquadrar-se nas diretrizes do protocolo Carne Baixo
Carbono (CBC), em fase de finalização pela Embrapa.

A assinatura ocorreu durante uma oficina de trabalho para debater o acordo
de cooperação técnica entre a Embrapa e a Liga do Araguaia, representada pelo
Grupo Roncador. O evento técnico, promovido pelo Observatório ABC, foi
realizado no Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas
(FGVAgro) e contou com a participação de representantes de diversas
instituições públicas e privadas.

“Será a primeira área de estudo oficial do CBC. Iremos coletar e
analisar amostras de solo dos sistemas propostos quanto ao teor de carbono e
estimar os estoques de carbono do solo, de acordo com o protocolo CBC, para
alinhamento ao plano ABC para pecuária de baixa emissão de carbono”, afirma
o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, um dos responsáveis pelo
contrato.

Giolo e os pesquisadores Eduardo Assad, da Embrapa Informática
Agropecuária, e Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte, estarão nos próximos
meses, in loco, escolhendo as áreas para coleta e acompanhamento, divididas em
três categorias – áreas de vegetação nativa, pastagens intensificadas e
degradadas.

A região do estudo encontra-se no bioma Cerrado. As 24 fazendas da Liga do
Araguaia, incluindo as duas em estudo, somam 89 mil hectares somente de
pastagem e estão no denominado Vale do Araguaia. Elas passam, desde 2015, por
um processo de intensificação (reforma e recuperação de pastagem) e
integração de sistemas. A iniciativa chamada Projeto Carbono Araguaia
evidencia, em resultados iniciais, o potencial que tais modelos apresentam de
neutralizar a emissão entérica dos animais. Entre os documentos orientadores
do projeto estão o Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) da Embrapa e
o Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da
Pecuária Sustentável (GTPS).

Segundo o consultor do grupo José Carlos Pedreira, a ideia é
“acompanhar e verificar se cientificamente isso, de fato, acontece. Se o
carbono aumentado no solo pela melhoria das pastagens neutraliza as emissões.
Ao avaliar esses modelos por 21 meses, e com a devida validação, os produtores
pretendem buscar a certificação CBC”, afirma. Ele comenta que a
intensificação reduz a idade de abate de 48 meses para 18 meses. Uma das
propriedades tem registro de abate aos 11 meses, o que reflete diretamente nas
emissões.

Para a Embrapa, a cooperação representa ainda “mais um passo da
ciência ao lado do setor produtivo, no sentido de desenvolver soluções
sustentáveis para a produção pecuária, que contribuam para a otimização do
desempenho agrícola e a conservação do meio ambiente”, afirma Ronney
Mamede, chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte. A expectativa é que a
proposta contribua, efetivamente, para a validar o conceito CBC, o qual
“possibilitará a oferta de carne de qualidade e produzida em conformidade com
rígidos critérios de sustentabilidade, reconhecidos internacionalmente”.

O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares,
explica que a Empresa está se aproximando do setor produtivo, por meio de
parcerias como essa, com o objetivo de disseminar conhecimentos, tecnologias e
boas práticas para o desenvolvimento sustentável dos territórios.

Além de Ronney Mamede, foram palestrantes do workshop em São Paulo:
Angelo Costa Gurgel, professor da FGV e coordenador do Observatório ABC;
Eduardo Assad e Roberto Giolo, pesquisadores da Embrapa; Roberto Strumpf,
sócio-diretor da Pangea Capital; Cleber Soares, diretor da Embrapa; Pelerson
Penido e Caio Penido, do Grupo Roncador.

Carne Baixo Carbono

O Conceito refere-se à produção em sistemas integrados ou não, com
pastagens sem a presença de árvores. A partir do tratamento adequado do pasto,
melhora-se a qualidade do solo e, consequentemente, sua capacidade de estocagem
de carbono.

O CBC tem apoio da Marfrig Global Foods e a parceria objetiva colocar a
carne baixo carbono no mercado e explorar um nicho de mercado com grande
potencial de crescimento, os alimentos produzidos por meio de processos
sustentáveis.

O Grupo Roncador

Considerado um dos principais grupos agropecuários do Brasil, iniciou suas
atividades em 1978, ano em que seu fundador, Pelerson Soares Penido, adquiriu
as primeiras terras no estado de Mato Grosso.

Referência em pecuária de corte na região do Vale do Araguaia, o Grupo
Roncador trabalha com cria, recria e engorda de gado e possui um plantel de
aproximadamente 50 mil animais das raças nelore, angus, rubia gallega, caracu e
araguaia. Em 2008, a Fazenda Roncador iniciou o plantio de soja no sistema
integração lavoura-pecuária. Na safra 2014/15, foram plantados 40 mil
hectares do grão na fazenda.

O grupo também possui minas e usinas de beneficiamento de calcário,
insumo fundamental para a agricultura na região. As informações partem da
assessoria de imprensa da Embrapa Gado de Corte.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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