Porto Alegre, 26 de abril de 2022 – A Associação de Criadores de Suínos
do Rio Grande do Sul – ACSURS, através de seu presidente, Valdecir Luis
Folador, participou na manhã de segunda-feira (25) de audiência pública para
debater as causas da crise da suinocultura no RS e as alternativas para
viabilizar o setor, em uma realização da Comissão de Agricultura, Pecuária,
Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do RS – AL/RS.
O dirigente da entidade iniciou contextualizando sobre o aumento de 18% na
produção gaúcha de suínos no período de 2016 a 2021, considerando plantel e
ganhos de produtividade. A partir de meados de 2019, houve um novo crescimento
na produção com a entrada da demanda chinesa, em função dos problemas que a
China enfrentou no período.
Desde o segundo semestre de 2021, no entanto, com a recuperação do
plantel chinês, houve a redução de valores no envio da carne suína para a
China. “Não em relação a volumes e sim em relação a preços pagos pela
exportação. A China continua comprando carne suína brasileira, mas os preços
recebidos têm caído. O mercado importador tem sido um grande balizador quanto
a termos um equilíbrio de oferta e demanda no mercado interno”, comenta
Folador. O mercado interno representa em torno de 75% da produção e o externo
25%.
Além disso, Folador mencionou as três secas, ou seja, três safras de
milho quebradas, tanto no Sul quanto no Centro Oeste. “Até meados de 2020,
nós tínhamos um custo de produção. Milho a R$40/R$50, soja de R$80/R$90 a
saca. A partir do segundo semestre de 2020, o milho saiu do patamar dos R$40 e
foi para R$80/R$90 a saca. A soja saiu do patamar de R$80/R$90 a saca e foi para
R$170/180 a saca”, pontou Folador, ressaltando que o aumento nos valores
influenciou muito no custo de produção.
Atualmente, o produtor tem o custo médio de R$8,01 (média março, Embrapa
Suínos Aves) para produzir um suíno e, por ele, recebe cerca de R$5,92
(Pesquisa Semanal da Cotação do Suíno, Milho e Farelo de Soja, cotação
14/04). “Estamos vivendo essa crise por causa do aumento da produção para a
China, pelo alto custo de produção que enfrentamos desde meados de 2020 e
pelos baixos preços pagos ao suinocultor”, frisa.
Neste cenário, o produtor independente é aquele que vem sendo mais
afetado pela crise. “O produtor independente carrega todo o custo:
alimentação, vacinas, medicamentos. O integrado, verticalizado, recebe o
suíno, a ração e todos os insumos e ganha um valor por animal que ele vai
devolver para a indústria em cima de índices de produtividade. Quem arca com o
prejuízo, neste momento, é a agroindústria, a cooperativa. Essa é a grande
diferença, o produtor que mais está tendo problemas, realmente, é o produtor
independente”, reforçou.
Medidas
Segundo Folador, as seguintes medidas, já encaminhadas ao Governo Federal,
podem ser adotadas para minimizar os problemas enfrentados pelos suinocultores:
prorrogação de custeios e investimentos e reativação da linha retenção de
matrizes; junto ao Governo Estadual, a isenção ou redução (de 6% para 3%)
na alíquota sobre o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços nas vendas interestaduais de suínos vivos.
Proponente da audiência, o deputado Jeferson Fernandes sugeriu enviar um
documento com a situação exposta ao longo da sessão ao Governador do RS,
Ranolfo Vieira Júnior.
A audiência pública contou com a coordenação do presidente da Comissão
de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da AL-RS, Adolfo Brito.
Também acompanhou a reunião o vice-presidente da ACSURS, Mauro Gobbi. As
informações partem da assessoria de imprensa da ACSURS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45