Não-Me-Toque, 6 de março de 2018 – O ministro da Agricultura, Blairo
Maggi, tranquilizou a população em vídeo divulgado nesta segunda-feira quanto
ao consumo de aves após a operação realizada com apoio do Mapa em
laboratórios que realizam testes para detectar a presença de Salmonella.
“Trata-se de uma operação para resolver problemas da relação entre
laboratórios empresas produtoras de alimentos. O Ministério da Agricultura tem
trabalhado junto com a Polícia Federal, com o Ministério Público Federal e
posso garantir a população brasileira que não há nenhum risco no consumo de
carnes de aves produzidas por qualquer uma das empresas citadas ou não. Como
todos nós sabemos Salmonella desaparece quando cozida ou quando frita, a uma
temperatura de 60”.
O regulamento brasileiro é diferente do de determinados países que não
permitem a presença de Salmonellla, explicou Maggi. “A investigação é sobre
a exportação para alguns países e a adulteração de análises para produtos
com esses destinos. Estamos absolutamente tranquilos defendendo a agricultura,
os agricultores, o agronegócio brasileiro e queremos que a coisa seja feita de
forma correta, transparente e assim será feito”.
Auditoria
O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, disse que,
desde o ano passado, o ministério começou a trabalhar modelos de auditoria
mais intensos e sofisticados em laboratórios com atenção especial sobre
Salmonella. “Fomos até onde podíamos com as nossas ferramentas
administrativas e, agora, contamos com a colaboração da polícia para
desbaratar esse tipo de fraude”, comentou Rangel sobre operação conjunta com
a PF relacionada à fraude na emissão de resultados de análises.
A investigação conjunta do Mapa e PF apurou falsificação de resultados
dos exames de laboratórios privados, credenciados pelo ministério, omitindo em
algumas amostras a existência da bactéria salmonela spp. A Salmonella é
comum, principalmente em carne de aves, pois faz parte da flora intestinal
desses animais. Se a carne for cozida ou submetida à fritura não oferece
risco, mesmo assim a bactéria enfrenta restrições em determinados países.
Cinco laboratórios estão envolvidos nas irregularidades apontadas. Três
credenciados pelo ministério e dois de autocontrole das empresas. Esses cinco,
de um universo de 496 credenciados pelo Mapa, não podem mais fazer análises
até o fim das investigações, que podem resultar em descredenciamento
definitivo.
Houve também a suspensão das exportações pelos frigoríficos envolvidos
para 12 destinos onde são exigidos requisitos sanitários específicos de
controle e tipificação de Salmonella spp: África do Sul, Argélia, Coreia do
Sul, Israel, Irã, Macedônia, Maurício, Tadjiquistão, Suíça, Ucrânia,
Vietnã e União Europeia.
Estão sob investigação quatro plantas industriais da BRF, sendo duas de
frango, uma em Rio Verde (GO) outra em Carambei (PR), e uma de perus em Mineiros
(GO), além de uma fábrica de rações em Chapecó (SC). A volta da
exportação pela unidade excluída da lista dependerá de auditoria sanitária
do país importador.
As empresas envolvidas terão aumento na frequência de amostragem até o
fim do processo de investigação. Se forem comprovadas práticas que afetam
também o mercado interno serão adotadas medidas cabíveis.
O secretário da SDA destacou as iniciativas de aprimoramento de
ferramentas de combate a fraudes em alimentos e a continuidade de ações já
desempenhadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), possibilitando
redução de não conformidades a curto e médio prazo.
Operação de 2017
De 34 pessoas investigadas na operação da Polícia Federal, ocorrida em
17 de março do ano passado, dois eram ocupantes apenas de cargo em comissão e
foram exonerados, Júlio Cesar Carneiro, no dia 20 de março, e Fábio Zanon
Simão, em 14 de junho.
Em relação aos servidores ocupantes de cargo efetivos, foram instaurados
Processos Administrativos Disciplinares (PADs) para apuração das condutas,
sendo que a maioria se encontra em andamento, conforme determina o art. 41,
1, inciso II, da Constituição Federal.
O resultado de um dos PADs instaurados, culminou com a demissão de Renato
Menon, publicada no Diário Oficial (DOU) desta segunda-feira (05 de março).
Depois da Operação da PF do ano passado, a instituição passou a
trabalhar em conjunto com o Mapa em todas as ações relacionadas a
investigações de estabelecimentos fiscalizados pelo ministério.
Com informações da assessoria de imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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