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CARNES: Brasil está em alerta contra Influenza Aviária, diz ANFFA Sindical

27 de dezembro de 2022
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Porto Alegre, 27 de dezembro de 2022 – Focos de Influenza Aviária de alta patogenicidade
(IAAP), também conhecida como Gripe Aviária, doença viral altamente contagiosa, que afeta
principalmente aves domésticas e silvestres, foram identificados na Colômbia, Equador, Venezuela,
Peru e Chile, países da América do Sul que nunca haviam registrado casos da Influenza Aviária. O
Brasil permanece livre da doença até hoje.

Mesmo com as diversas ações previstas no Plano de Vigilância de Influenza Aviária e doença
de Newcastle, que integra o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), os auditores fiscais
federais agropecuários (Affas) já atuam para prevenir o ingresso da doença na avicultura e
também para o pior cenário, que seria o ingresso da doença em criações comerciais. “Todos os
Affas que atuam nessa área, e também os médicos veterinários dos órgãos estaduais, estão
preparados e de prontidão para atender de forma imediata as notificações de suspeitas e os casos
confirmados que possam vir a ocorrer, caso a IAAP seja detectada no Brasil”, antecipa Ronaldo
Teixeira, coordenador-geral de Planejamento e Avaliação Zoossanitária do Departamento de Saúde
Animal (DSA), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa).

Segundo o coordenador-geral, já foram realizadas capacitações de Affas e dos técnicos dos
órgãos estaduais e também o reforço na preparação desses profissionais com equipamentos de
proteção individual (EPI) e materiais para coletas de amostras nas granjas, pequenas criações e
em aves silvestres, que são mais difíceis de se adquirir quando a doença está disseminada em
vários países. Antecipou ainda que o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MAPA), de
Campinas-SP, especializado em análises para doenças de aves, já está com capacidade de
atendimento reforçada para atuar no pior cenário — o de emergência zoossanitária. Antecipou
ainda, que os outros LFDAs, estão sendo preparados, caso haja necessidade de se expandir os
diagnósticos. “Temos diversos colegas já capacitados para fazer os atendimentos a suspeitas e
também a gestão de emergências zoossanitárias “, revela Ronaldo e esclarece que essa rede de
prevenção e preparação é coordenada por Affas.

O Departamento de Saúde Animal revisou o Plano de Vigilância de Influenza Aviária e doença
de Newcastle, que integra o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), e iniciou sua execução
em todo o país em julho de 2022, já contando com um risco aumentado da influenza aviária no
mundo. Desde o início de novembro o nível de alerta está elevado, pois é o início do período
de migração das aves do hemisfério Norte para a América do Sul. O Plano prevê ações de
vigilância passiva e ativa direto nas granjas e pequenas criações de aves e a reformulação
visou maior eficiência, direcionando as ações para áreas de maior risco de contatos de aves
migratórias com as aves domésticas, contando com a colaboração do ICMBio.

Com o aumento e melhoria dos mecanismos de vigilância e comunicação de risco sobre a doença,
Ronaldo informa que é esperado haver aumento de notificações de suspeitas. “Já estamos recebendo
mais notificações que rotineiramente, tanto do sistema de produção industrial quanto da
avicultura de subsistência e de aves silvestres. Isso demonstra que a sociedade está sensibilizada
e atenta às ocorrências de doenças e que as ações de comunicação estão funcionando. Mas,
felizmente, ainda não temos nenhum caso confirmado da doença, nem em aves domésticas e nem em
aves silvestres”, assegura.

O período de novembro a abril é o mais crítico para a disseminação do vírus no Brasil,
segundo Ronaldo, porque as aves migratórias vêm para a América do Sul fugindo do inverno rigoroso
do Norte e buscando condições ideais para alimentação e reprodução. Muitas aves migratórias
são resistentes e portadoras do
vírus e geralmente não morrem, mas podem disseminar a outras aves, tanto as silvestres quanto as
domésticas, o que constitui forte ameaça à avicultura comercial e à preservação das aves da
nossa fauna silvestre.

Foi o que ocorreu recentemente na Colômbia, Equador, Venezuela, Peru e Chile. “Não há como
evitar a migração das aves e já está provado que não é viável e nem eficaz interferir no meio
ambiente, então temos é que intensificar as medidas preventivas, reforçando a biosseguridade das
granjas e pequenas criações, para evitar as possibilidades de contatos diretos ou indiretos com
aves silvestres, e também a vigilância, para a detecção precoce, permitindo a rápida
contenção da doença e evitando grandes impactos sociais, econômicos e ambientais”, informa e
acrescenta: “Já foram coletadas mais de 35 mil amostras no plano de vigilância ativa e a
vigilância passiva está reforçada, na qual recebemos as notificações sobre a doença e vamos
até o local investigar”, explica o coordenador-geral e reforça: “é assim que detectamos
precocemente o ingresso da doença, caso ela ocorra”.

“Nessa prevenção e preparação para a IA no país, o sistema de saúde animal funciona de
forma compartilhada, com o MAPA, como instância central, que planeja, coordena, avalia e executa
ações, os órgãos estaduais de sanidade agropecuária, que coordenam e executam as ações de em
todos os estados, e o setor privado, que executa ações sanitárias nos seus sistemas de produção
e são responsáveis pelas notificações de suspeitas”, explica o coordenador-geral. Os Affas do
Departamento de Saúde Animal é que fazem a gestão dos programas de saúde animal, do sistema de
informações epidemiológicas e planos de vigilância e do sistema de gestão de emergências
zoossanitárias.

Eles ainda coordenam e executam o Programa de avaliação da qualidade e aperfeiçoamento dos
serviços veterinários nos estados, o Quali-SV. “Todo esse sistema atuando de forma conjunta,
colaborativa e coordenada é que garante a proteção e a valorização do patrimônio pecuário
brasileiro para atendermos às exigências sanitárias dos mais de 150 países importadores”,
esclarece Ronaldo e informa que no último ano, a Influenza Aviária eliminou mais de 51 milhões de
aves nos Estados Unidos e mais de 50 milhões na Europa.

Os gestores e técnicos da saúde animal também participam de todos os fóruns dos organismos
internacionais e com países vizinhos sobre a IA e outras doenças transfronteiriças, e mantêm
forte parceria com o setor privado para fortalecer os mecanismos de biosseguridade nas granjas
comerciais e criações em geral. “Fazemos reuniões semanais com o setor privado e fiscalizações
para monitorar as ações e a biosseguridade nas granjas comerciais, para fortalecer a prevenção
das doenças”, informa.

Desafios

Todo esse esforço mira também evitar graves impactos econômicos na produção e exportação
de carne de aves no país, pelas altas mortalidades causadas pela doença e restrições comerciais
previstas na certificação sanitária internacional. “A ocorrência de IAAP em produções
avícolas comerciais podem gerar muitas restrições no mercado de exportação de produtos e
material genético avícola. A maioria dos países, incluem restrições nos certificados para
exportação, no caso de contaminação pelo vírus em plantéis comerciais. Já as ocorrências
somente em aves silvestres ou em criações de subsistência ou não comerciais, não geraria
impactos nas exportações “, esclarece Ronaldo, de acordo com as regras da Organização Mundial de
Saúde Animal – OMSA.

De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado pelo Sindicato dos Auditores
Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), para o cenário que considera a ocorrência de
surto de gripe aviária no Brasil haveria perda direta anual de R$ 7,3 bilhões em exportações do
agronegócio, o que, por sua vez, ocasionaria perda adicional (indireta) de R$ 6,1 bilhões em
outros setores da economia, totalizando R$ 13,5 bilhões em perdas (diretas + indiretas). Os
impactos diretos se dão sobre os setores que compõem o agronegócio e os indiretos sobre os demais
setores da economia.

Além do aspecto econômico, outro desafio para os envolvidos no monitoramento e prevenção do
ingresso da doença no Brasil é a restrição de mão de obra, que desponta como uma forte ameaça
ao trabalho dos Affas. De acordo com o ANFFA, há um déficit de 1.620 auditores agropecuários na
carreira, o que explica o cancelamento de férias de fim de ano e remanejamento de Affas para suprir
carências graves em momentos como esse de alerta para o ingresso da Influenza Aviária e de outras
como a Febre Aftosa e Peste Suína Africana, por exemplo.

Na área de Saúde Animal do Mapa são menos de 200 Affas para atender todo o Brasil, nas mais
diversas atividades de auditoria e fiscalização inerentes à carreira. “Nessas ocasiões, a
avaliação é sempre de que uma quantidade adequada de Affas evitaria prejuízos econômicos e
sanitários ao país”, afirma Janus Pablo, presidente do ANFFA.

Riscos

Com o estado de atenção da Influenza Aviária no Brasil, doença de notificação obrigatória
à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o Mapa, por meio do DSA, está coordenando as
ações para prevenção e erradicação de doenças. O Departamento coordena todos os programas de
saúde animal, a priorização das doenças que devem ser trabalhadas pelo serviço oficial, os
planos de vigilância, estratégias de intervenções, gestão do sistema de informações
epidemiológicas e do serviço veterinário, sistema de vigilância de atendimento a suspeitas e
coleta de amostras compartilhado com todos os estados do país, coordenadas pelos Affas.

O coordenador-geral esclarece que a ocorrência da Influenza Aviária em aves silvestres ou em
aves de fundo de quintal (criadas para a subsistência) não compromete o status sanitário do
Brasil em relação à doença, ou seja, não afeta as exportações, porque não tem relação com
o sistema de produção industrial. No entanto, se ocorrerem focos no sistema de criação comercial
poderão haver impactos graves nas exportações.

A Influenza Aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta várias espécies de
aves domésticas e silvestres e, ocasionalmente, mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos,
suínos, assim como o homem. O risco de contágio humano pelo vírus não é alto e ocorre
especialmente com a exposição direta a aves domésticas ou silvestres infectadas, visto que estas
atuam como hospedeiras e são decisivas na manutenção e disseminação desses vírus. Esses tipos
de aves geralmente contraem a doença, mas não manifestam, o que facilita o transporte do vírus
por longas distâncias nas rotas de migração.

Cabe aos Affas que atuam diretamente nos serviços de saúde animal e fiscalização de produtos
veterinários – SISAs nas superintendências federais nos estados monitorar e coordenar os programas
de saúde animal e toda a rede de informação e comunicação entre os vários agentes envolvidos.
“Esses Affas é que coordenam, apoiam e supervisionam junto aos órgãos estaduais, nas 27 unidades
do país, as ações planejadas e coordenadas no nível central pelo DSA/SDA/MAPA”, explica Ronaldo.
Com informações da assessoria de imprensa do ANFFA Sindical.

Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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