Porto Alegre, 10 de janeiro de 2017 – Periodicamente há notícias sobre
abate de muitos animais, de um mesmo rebanho, que estão contaminados por
tuberculose. A tuberculose bovina (TB) é uma zoonose causada por uma bactéria
Mycobacterium bovis que apresenta sérios riscos tanto à saúde pública humana
quanto à veterinária. A doença tem impacto econômico e social para a cadeia
produtiva do agronegócio brasileiro, além de ser uma zoonose de ampla
distribuição. Diante disso, a médica veterinária doutora, Roberta Züge,
membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), dá dicas para evitar a
contaminação.
Evitar o máximo possível o contato de visitantes. Quando existir,
solicitar um período de “vazio sanitário” (prazo sem contato com outros
animais e estada em outras propriedades). Utilizar botas plásticas
descartáveis. Avisar que fotos sempre são bem-vindas, mas fazer o bezerro
mamar na mão (calçado, braço, roupa, etc.) do visitante, não; solicitar que
o médico veterinário ou inseminador, ou outros profissionais que adentrem a
propriedades e sejam contactantes dos animais, utilizam roupa ou macacão
limpos, que não tenham sido utilizados previamente em outros rebanhos.
“Além disso, os utensílios e equipamentos utilizados pelo médico
veterinário devem ter sido previamente higienizados/esterilizados. As luvas
descartáveis devem ser descartáveis, assim como as agulhas. Isto, de palpar
todo o rebanho com uma luva só, é um prato cheio para a dança das bactérias
e vírus”, alerta Roberta.
É importante manter cães e gatos longe dos animais de produção e de
seus alimentos. As fezes dos gatos podem transmitir toxoplasmose, os restos
placentários de cães podem transmitir neosporose. A toxoplasmose também é
uma zoonose (acomete os humanos), e é responsável por perdas de produção,
abortos, etc. A neosporose não é uma zoonose, mas também desencadeia perdas
no rebanho. Se possível, também manter longe de outros animais, como cachorros
do mato, guaxinins, morcegos, pombos, etc. Eles também são vetores de
diversas doenças.
Evitar que veículos passem nas áreas de circulação de animais ou de
pastagem. Tentar manter o estacionamento destes veículos bem distantes de onde
se concentram o rebanho. Uma caminhada (com as tralhas da lida) pode ser um bom
exercício.
Vizinhos, mesmo que também sejam produtores, devem seguir as premissas
impostas aos visitantes, tomar chimarrão e conversar não precisa ser perto das
vacas, nem dos locais de armazenamento de alimentos etc.
Evitar que os partos ocorram em pastos, para que os restos placentários
não sejam ingeridos por outros animais do rebanho. Esta é uma das principais
formas de transmissão da brucelose nos rebanhos bovinos. Caso não tenha outra
opção, criar piquetes menores, individualizando o acesso. Somente introduzir
outros animais depois de verificar que não existam mais restos placentários.
Outro ponto, muitas vezes negligenciado, é a qualidade da água fornecida.
Diversas enfermidades podem ser transmitidas pela água. Assim como a água, os
alimentos também podem ser fontes de contaminação. Controle de roedores é
muito importante, do mesmo modo, as características do armazenamento. Áreas
úmidas podem proporcionar que fungos, além de estragarem parte da comida,
ainda gerem toxinas que são bem prejudiciais aos animais. Também, clostrídios
podem contaminar os alimentos, causando doenças nos animais. As informações
são da assessoria de imprensa da CCAS.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 15/05/2025 09:30