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CARNES: Confinamento em Mato Grosso pode recuar 3,3% em 2021 – IMEA

18 de maio de 2021
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Porto Alegre, 18 de maio de 2021 – Em abril, o Instituto Mato-grossense
de Economia Agropecuária (IMEA), realizou o primeiro levantamento das
intenções de confinamento em Mato Grosso. Nesse viés, o estudo contou com a
participação de 126 pessoas -sendo elas técnicos, gerentes, secretários e/ou
proprietários. A amostra contou com 175 unidades de confinamento,
representando 72,00% da amostra. É valido ressaltar que neste ano a amostra
contou com um número de propriedades à mais no levantamento e, diante disso,
os resultados observados neste ano e no ano passado também sofreram
alterações diante dessas novas informações adquiridas.

Com isso, no último relatório, o dado consolidado de 2020 passa de
709.933 mil cabeças, para 759.233 mil animais. Desse modo, do total das
informações levantadas, observou-se que aproximadamente 50,00% dos
entrevistados informaram ter a intenção de confinar em 2021. Enquanto 15,08%
ainda não tem a previsão e cerca de 34,92% disseram que não pretendem
confinar neste ano.

Quando se compara esse resultado com os anos anteriores, observou-se que o
percentual daqueles que pretendem confinar é o menor dos últimos cinco anos,
sendo em 2016 o menor resultado para o período (46,47%). Em sentido oposto, a
quantidade de informantes que não irão confinar é o maior nesse mesmo
comparativo.

Vale destacar que 2019 apresentou incremento significativo por aqueles que
pretendiam confinar (78,95%). Esse cenário foi motivado pelo mercado
internacional, uma vez que a China recém começou a demandar volumes grandes de
carne bovina por conta da peste suína e, com isso, as expectativas no mercado
futuro apontavam preços elevados.

A expectativa é de que o estado confine um rebanho bovino de 606,134 mil
cabeças, recuo de 3,30% em comparação com o volume estimado em abril do ano
passado, de 626,850 mil cabeças. Já quando se analisa o consolidado de 2020, a
queda foi mais intensa, de 20,16%.

Segundo a pesquisa do IMEA, é valido ressaltar que as regiões que
apresentaram maior incremento no volume de animais a serem confinados foram a
norte (+184,62%) e a médio-norte (+116,75%). A primeira foi influenciada pelo
sistema mais usual da região – cria e ciclo completo – sendo assim, as
preocupações com a aquisição de animais foram menos abordadas pelos
produtores.

Já o aumento do rebanho na região médio-norte foi justificado pela
agricultura, uma vez que os municípios que a compõem atuam fortemente com a
produção de grãos e isso tende a facilitar a obtenção dos insumos por
preços mais acessíveis. Por outro lado, as regiões centro-sul e nordeste
apontaram para uma queda de 48,80% e 36,42%, respectivamente, no volume de
animais. De modo geral, as principais preocupações levantadas pelos
informantes consistiam em: preços dos insumos, preocupações com a baixa
lucratividade e preço do boi gordo.

No que tange à preocupação com os insumos (34%), o principal fator que
deu sustento para este cenário foi, principalmente, a cotação do milho e
farelo de soja, já que correspondem com a maior parcela da dieta desses
animais. Para se ter ideia, em abril de 2021 o preço do milho disponível
aumentou 88,48% no comparativo anual, enquanto o farelo de soja subiu 62,81%.
Outros gargalos como as preocupações relacionadas às incertezas de
lucratividade da propriedade (27%), o preço da reposição (12%) e o preço do
boi gordo (15%), também foram pontos levantados pelos pecuaristas do estado.

Para se ter ideia, neste ano de 2021 todos as categorias dos animais de
reposição apresentaram acréscimos relevantes no seu indicador. Em especial,
aquelas categorias mais procuradas para confinamento como o garrote e o boi
magro, resultaram no aumento de 72,32% e 71,17%, respectivamente, no comparativo
anual.

No que tange a entrega desses animais, diante da maior cautela por parte
dos produtores, a venda está prevista para ocorrer de forma tardia ao comparar
com os anos anteriores. Além dos fatores mencionados, as preocupações
voltadas para o comportamento da demanda pela carne bovina ainda tem sido uma
incógnita. Isto porque, no mercado interno o país ainda vivencia a crise
gerada pelo novo coronavírus. Apesar da liberação dos auxílios emergenciais,
as parcelas estão menores, e isso pode acarretar o menor consumo doméstico.
Dito isso, as cotações da arroba do boi gordo podem ser pressionadas. No
mercado internacional, as preocupações se voltam, principalmente, para o
consumo da China, uma vez que o país continua aumentando seu rebanho de suínos
de forma mais intensiva nos últimos anos.

Diante disso, em números, estima-se que cerca de 20,00% dos animais serão
entregues em dezembro de 2021, enquanto o menor volume ocorre em maio/21 e
junho/21, que juntos somam 4,00% dos envios de bovinos ao abate. No entanto, é
importante destacar que essas preocupações levantadas foram, em sua maioria,
das fazendas com capacidade para confinar menos que 4.000 animais (maior parcela
da amostra). Inclusive, foram elas que destacaram a possibilidade de confinar
menos cabeças que o ano passado. Já os confinamentos maiores relataram que
pretendem confinar uma quantidade maior que o realizado no ano anterior.

Além disso, apesar dos preços futuros apresentarem certa estabilidade na
cotação da arroba do boi gordo, é valido ressaltar que a quantidade de
pecuaristas que informaram ter realizado contratos à termo ou o travamento de
preços na B3 ainda é muito baixo. Em números, esse resultado foi de 0,80% e
5,62%, respectivamente.

Por fim, ao analisar a estrutura dos confinamentos do estado nesse primeiro
levantamento de 2021, foi observado que a capacidade estática das
instalações apresentou incremento de 0,46% no comparativo anual, e ficou em
824,79 mil cabeças.

Quando se distribui o resultado da utilização dessa capacidade instalada
nas macrorregiões do estado, observou-se que as regiões centro-sul e nordeste
foram a de maior destaque quanto ao recuo da utilização. Não por acaso, são
as regiões que também apresentaram maior queda no rebanho confinado estimado
para esse ano.

Considerações finais

Na primeira intenção de confinamento para 2021, foi observado um recuo de
-3,30% no rebanho de bovinos confinados com comparar com o mesmo período do
ano passado. Esse cenário foi puxado pelos pequenos confinamentos, uma vez que
os grandes apontaram para um aumento no rebanho de animais a serem confinados.

Apesar de apenas metade da amostra informar que pretende confinar este ano,
as principais preocupações que foram levantadas por eles estão relacionadas
à suplementação animal, uma vez que os insumos têm apresentado incrementos
significativos em suas cotações; como também a aquisição de animais, já
que todas as categorias dos animais mais jovens seguem com os preços em
patamares recordes. Outro ponto de atenção se volta para a compra dos animais,
uma vez que apenas 23,13% estão garantidos até o momento.

Quando se analisa o mesmo período do ano anterior, esse resultado era de
56,40%. Desse modo, apesar de toda essa conjuntura, a capacidade estática dos
confinamentos de Mato Grosso estimada para 2021 ficou praticamente estável, com
acréscimo de apenas 0,46%, ficando em torno de 824,79 mil cabeças. As
regiões que mais impactaram para esse cenário foram a noroeste e norte do
estado. As informações partem do IMEA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

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Estrela Alimentos - base leitão

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Pamplona* base term.

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Pamplona* base suíno leitão

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