Porto Alegre, 20 de maio de 2020 – Com o aumento de casos de Covid-19 em
funcionários de setor pecuário e de abastecimento muitas granjas e
frigoríficos no Brasil ameaçam fechar as portas temporariamente colocando em
risco a vida de milhares de animais de produção, como aves, suínos e bovinos.
Apesar do setor estar incluído na lista de atividades essenciais e, por isso,
não passar por nenhuma privação, nos últimos dias ao menos quatro plantas
tiveram as suas atividades suspensas por conta de um aumento exponencial de
casos entre os funcionários.
Para contornar a situação, a Proteção Animal Mundial, organização
que atua em prol do bem-estar animal, cobra uma resposta rápida e um plano de
contingência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e
outras instituições responsáveis, como as associações do setor e seus
associados.
“Não é a primeira vez que uma crise impacta diretamente os animais de
produção no Brasil. No passado, por conta da greve dos caminhoneiros, milhões
de animais, que ainda estavam nas granjas, passaram por privação de alimento,
água, medicamentos, inclusive registrando casos de canibalismo, devido à
escassez de comida e ao aumento da densidade. Nosso medo é que a situação se
repita com a pandemia do coronavírus”, afirma o gerente de Agropecuária
Sustentável na Proteção Animal Mundial, José Rodolfo Ciocca.
Para assegurar o bem-estar desses animais, a organização enviou ofício
ao MAPA solicitando que os órgãos responsáveis orientem produtores, empresas
e processadoras na elaboração de um plano de contingência que contemple os
seguintes itens:
– Garantia de que todos os animais recebam água e ração em quantidade e
qualidade adequadas para a espécie;
– Reparo de falhas elétricas no prazo máximo de 8 horas, pois a pane elétrica
pode levar a morte de muitos animais por conta do calor ou frio, principalmente
aves e suínos;
– Elaboração de um plano de logística de transporte para abate dos animais em
frigoríficos próximos ao que são habitualmente utilizados, quando estes
sofrerem reduções nas operações;
– Criação de um plano de bioseguridade para proteger seus funcionários e
evitar a disseminação da Covid-19 entre eles, mitigando assim os riscos aos
animais por possível falta de recurso humano para desempenhar o manejo desses
animais;
– Articulação por parte do MAPA da flexibilidade de abate em plantas próximas
caso haja redução ou paralização do processo de abate de algumas plantas,
garantindo assim o abate adequado, seguindo as normas de abate humanitário
previstas na Instrução Normativa n3, 2000.
“Mesmo em tempos de pandemia, não podemos nos esquecer desses animais
que, por conta do possível fechamento de plantas, diminuição no consumo,
bloqueio em estradas e todos os outros entraves do período, sofrem pela falta
de um cuidado adequado. Por isso, é vital que todos estejam juntos para
minimizar os riscos e o sofrimento desses animais”, cita Ciocca, explicando
que o Brasil precisa desenvolver planos de contingência robustos e estratégias
que priorizem o bem-estar dos animais em situações de riscos que contemplem a
possibilidade de sacrifício desses animais nas granjas.
A Proteção Animal Mundial entende que o sacrifico de animais nas granjas
deve ser evitado ao máximo, por trazer prejuízos aos animais, pessoas e meio
ambiente. Métodos que não causam a inconsciência ou morte imediata do animal,
como desligar o sistema de ventilação ou espuma à base de água, são
inaceitáveis cientificamente do ponto de vista do bem-estar, pois causam
angústia e sofrimento extremo por estresse térmico prolongado ou condições
de asfixia ao animal. As informações são da assessoria de imprensa da
Proteção Animal Mundial.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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