Porto Alegre, 4 de setembro de 2019 – O debate sobre preservação
ambiental já pressiona as gigantes brasileiras do setor de carne. Elas se
mostraram as mais atentas do mundo em relação a desmatamento, embora no
conjunto dos parâmetros de sustentabilidade (ESG) sejam classificadas em alto e
médio risco, conforme estudo inédito da Fairr Initiative, associação
fundada pelo investidor Jeremy Coller. Com 163 membros – incluindo UBS,
Schroders e Robecco, a Fairr Initiative acompanha 107 empresas da cadeia de
proteína animal e elabora um ranking de sustentabilidade com as 60 maiores do
mundo.
O objetivo é identificar riscos e oportunidades no segmento. Quatro
brasileiras estão no ranking, o Coller Fairr Index. Três – JBS, Marfrig e BRF
– foram classificadas como companhias de risco médio em parâmetros ESG (riscos
de governança e socio-ambientais). A Minerva, que estreia no índice, foi
considerada de alto risco.
Ainda que melhor que a de outras regiões, a pontuação das brasileiras
também é medíocre (51%). Além do mais, seus compromissos parecem
relacionados só à Amazônia, ignorando o Cerrado e outros biomas. As empresas
brasileiras também se mostram pouco dispostas a assumir compromisso com a
rastreabilidade do gado e da soja para rações.
“O fogo na Amazônia e as subsequentes ameaças de sanções pelas
empresas europeias deixam claro que os problemas de sustentabilidade, como
devastação e emissão de gases de efeito estufa, são um risco material para
as companhias brasileiras. Este cenário manda um forte sinal ao mercado: as
empresas estão levando a sério os riscos ambientais”, diz Iman Effendi,
pesquisador e gerente de engajamento da Fairr Initiative.
“E os resultados do Coller Fairr Index também mandam uma mensagem clara:
a demanda por carne continuará a impulsionar a devastação ambiental e a gerar
outros riscos ambientais. Assim, é essencial que os produtores brasileiros
diversifiquem suas fontes de matéria-prima, reduzindo a dependência de ativos
mais arriscados e incluindo produtos mais sustentáveis, como a ‘carne
vegetal’, em seus portfólios.”
Outros insights no estudo da Fairr:
Rastreabilidade da soja: apenas a Marfrig tem controle do grão a partir das
plantações e do gado e a partir do pasto. A JBS só rastreia o gado de
fornecedores diretos, bem como o faz com a soja
Escassez de água: Marfrig e JBS reconhecem o debate sobre o uso de recurso nas
plantações, mas não discutem planos para mitigar o problema
Resíduos e poluição: Marfrig e Minerva não discutem o tema
JBS e BRF abrem os dados sobre emissões de gases de efeito estufa das
operações nas fazendas de gado, mas não das plantações para rações, que
representam 45% do volume das emissões do setor. BRF e Marfrig informam aumento
nas emissões. JBS afirma que suas emissões estão em queda, mas não
completou o questionário sobre o assunto
Proteínas alternativas: três das quatro anunciaram investimentos e lançamento
de produtos
As informações partem da assessoria de imprensa da Fairr Initiative.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30