Porto Alegre, 4 de novembro de 2021 – A entrega de duas novas unidades de
quarentena de suínos em Cananéia (SP), nesta quinta-feira (4), vai dobrar a
capacidade de recepção de animais que chegam ao Brasil. Até então, a
Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) conseguia monitorar 11 lotes de
suínos por ano e, a partir de agora, poderá receber 22 lotes no mesmo
período. As duas unidades que já existiam tinham capacidade para 500 animais
cada uma. Com a expansão, cada uma das novas unidades pode receber 400 suínos.
A EQC é vinculada ao Departamento de Saúde Animal, da Secretaria de
Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). Cabe a essa secretaria a prevenção e o combate de
doenças de animais que possam ameaçar a preservação do patrimônio pecuário
nacional.
No evento de inauguração das duas novas unidades, realizado nesta
quinta-feira (4), o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme
Leal, agradeceu a disposição do setor privado na conclusão da obra e
destacou o importante papel da suinocultura na segurança alimentar da
população brasileira, na geração de empregos e na geração de divisas para
o país.
“Todo o desenvolvimento e o crescimento da suinocultura brasileira acaba
passando por aqui. Estamos falando da garantia de poder continuar avançando na
questão da genética com a proteção necessária para a sanidade”, disse o
secretário.
A ampliação foi viabilizada por meio de uma parceria público-privada. O
acordo de cooperação técnica que permitiu as obras foi celebrado em 2020, com
o objetivo de manter a suinocultura brasileira geneticamente atualizada e, ao
mesmo tempo, preservar o alto status sanitário do rebanho nacional.
Investimentos na faixa de R$ 10 milhões foram realizados pela Abegs
(Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos) e ABCS
(Associação Brasileira de Criadores de Suínos). Além da expansão, o aporte
permitiu executar obras de melhoria da estação de tratamento de efluentes, da
rede de abastecimento de água e do processo de compostagem e destinação de
carcaça.
O evento também contou com a presença do presidente da Associação
Brasileira de Empresas de Genética de Suínos (Abegs), Alexandre Furtado Rosa,
presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo
Lopes, do prefeito de Cananéia, Robson da Silva Leonel, e da superintendente de
Agricultura de São Paulo, Andréa Moura.
Quarentena
Os suínos, provenientes dos Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, França e
Noruega, passam pelo menos 30 dias na quarentena. “Se detectamos algum
problema no lote, a presença de algum agente de doença infectocontagiosa que o
Brasil controla ou que nunca tenha registrado, a gente detém esse lote para
investigação. Confirmado o risco, o lote é sacrificado. Com isso, evitamos
que animais doentes ingressem no território nacional e protegemos o plantel
brasileiro”, explica o chefe da EQC, Mateus Carvalho Silva Araújo.
Os animais chegam no aeroporto de Viracopos e, de Campinas, seguem em
caminhões até Cananéia. Desde que a primeira unidade de quarentena de suínos
importados começou a operar, em 2014, apenas um lote apresentou problemas. Foi
em 2020, quando animais observados apresentaram síndrome respiratória e
reprodutiva e o ingresso no país foi impedido. Já os suínos saudáveis são
destinados a quase todas as regiões brasileiras.
A EQC não recebe apenas suínos destinados à reprodução. No local há
também uma unidade de aves ornamentais com finalidade comercial ou de
reprodução. Elas permanecem 21 dias em quarentena e são testadas para
influenza aviária e doença de Newcastle, duas patologias causadas por vírus.
Só depois de comprovada a sanidade, as aves são liberadas para os criadores
que as importaram.
História
Nem sempre a estação quarentenária teve esse foco na importação.
Quando foi concebida, em 1971, a ideia era realizar a quarentena de
exportação. Segundo Mateus, o Brasil previa, na época, exportar grande volume
de bovinos vivos, especialmente para a América Latina. A dificuldade de se
tornar área de livre de aftosa, no entanto, inviabilizou esses planos.
O chefe da EQC conta que, mesmo assim, a estação serviu para atividades
de pesquisa e para o desenvolvimento de produtos até hoje considerados
relevantes para a agropecuária. Na década de 1990, o espaço passou por um
período de declínio. “Mas em 2006 houve uma reestruturação e a EQC passou
a ser usada para quarentena de importações, para treinamentos e para pesquisas
na área de Defesa Sanitária Animal,” afirmou.
A seleção das espécies animais que vão passar pela estação depende do
tipo de mercadoria a ser importada, da situação sanitária do país de origem
em relação aos perigos identificados, do destino e da finalidade do objeto da
importação e das medidas gerais e específicas de gestão do risco, adotadas
ainda no país de origem e após a sua chegada ao país. Nos últimos anos, já
passaram por quarentena na EQC avestruzes, embriões de bovinos e alpacas.
“Hoje estamos com um fluxo de suínos que nunca tivemos. Isso mostra a
importância econômica desses animais para o Brasil”, disse Mateus.
Atuam na EQC 42 trabalhadores, sendo seis servidores do Mapa. A maioria do
quadro é terceirizada. As informações partem da assessoria de imprensa do
Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 05/08/2025 09:30