Porto Alegre, 16 de dezembro de 2014 – A necessidade de trabalhar com
informações mais precisas sobre a oferta e demanda de carne suína e no
compartilhamento das informações com os interessados em Minas Gerais e no
Brasil foram o ponto de partida para a Associação dos Suinocultores do Estado
de Minas Gerais (ASEMG) estruturar o MERCOMINAS, que será responsável por
coletar, analisar e publicar informações sobre a produção, comercialização
e rumos do mercado nacional e internacional, fatores considerados fundamentais
para estabelecer a cotação do suíno vivo.
Tais fatores, incentivaram a associação, em parceria com o Sebrae Minas e
a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) a criarem indicadores
para orientar os produtores. “Com o Mercominas será possível reunir
informações fundamentais para balizar os suinocultores em relação à
produção e à comercialização” contou o presidente da ASEMG, médico e
suinocultor, Antônio Ferraz de Oliveira.
Para Fernando Machado Ataíde, analista técnico de agronegócio do Sebrae
Minas e um dos gestores do Mercominas, este projeto inovador promete ser um
marco na suinocultura nacional. “Desde 2012, quando visitamos as Bolsas de
comercialização de suínos da Espanha e da França, viemos observado o modelo
de negócios da Europa e projetando uma estrutura que se encaixasse à realidade
da Bolsa de Minas Gerais. Assim surgiu o Mercominas, cujo escopo cresce e se
torna cada vez mais consistente, agregando novos serviços como a ferramenta
Radar Mercominas”, explicou o gestor do Sebrae.
Consultores técnicos e mercadológicos foram contratados para levantar e
analisar os dados de produção, como a quantidade de animais vendidos, seu peso
médio e a projeção da oferta futura de suínos no mercado, conjuntamente a
isto está sendo desenvolvido um trabalho econométrico para apoiar o processo
decisório e projetar o cenário futuro da carne suína através do
monitoramento do preço semanal de cortes suínos e bovinos no varejo da capital
mineira que podem ser acessados através do site da ASEMG.
O Mercominas reunirá informações seguras sobre os três elos do mercado
suinícola. Uma das dimensões é a técnica que irá monitorar as informações
sobre a produção e já disponibilizada pelo Radar Mercominas. “Há alguns
meses vem sendo realizada uma pesquisa através da coleta de dados do sistema de
gestão de algumas granjas, onde por amostragem podemos avaliar dados sobre o
volume da oferta de animais vivos no mercado, não só no momento presente, como
a curto e médio prazos. Esses dados são disponibilizados aos produtores nas
quintas-feiras durante a reunião da Bolsa de Suínos em Belo Horizonte para que
estes consigam entender melhor o mercado no qual estão inseridos,
influenciando assim a decisão do produtor ao trabalhar o preço de
comercialização do quilo do suíno vivo” explicou o consultor e médico
veterinário formado pela Universidade Federal de Viçosa, Alvimar Lana da Silva
Jalles.
Outra dimensão é a mercadológica que monitora os preços e volumes da
comercialização entre os elos da cadeia suinícola que resultaram na
estruturação do conceito denominado “MARGEM MERCOMINAS”, ou seja, a
análise da diferença do preço do quilo da carne suína entre os atores da
cadeia. Através deste fator chave de sucesso, foram construídos cinco
indicadores ASEMG/MERCOMINAS. A ASEMG, através do seu departamento de
Inteligência de Mercado, irá analisar semanalmente os indicadores para avaliar
a “margem-mercominas” entre o produtor e o frigorífico, entre o
frigorífico e o varejista e entre o varejista e o consumidor final. Em seguida
será possível avaliar as tendências e simular os cenários futuros do preço
do quilo do animal vivo e medir o impacto do preço ao longo da cadeia.
Resultados das análises quantitativas nas últimas 13 semanas demonstram que os
cortes da carne suína acompanharam a alta da carne bovina subindo 5,1%
enquanto que os cortes da carne bovina subiram 5,06%.
Cabe ressaltar que no mesmo período da análise o kg do animal vivo
reduziu 6,89%, saindo de R$ 4,50 em 18/09 para R$ 4,19 na semana passada. Outro
ponto de destaque refere-se a diferença ao preço médio dos principais cortes
de suínos que apresentaram ser em média 28% mais baratos que o preço médio
dos principais cortes bovinos na capital mineira. Pode-se concluir que apesar da
queda do quilo do suíno vivo pelos produtores nas últimas semanas esta queda
não foi absorvida pelo atores da cadeia e repassados ao consumidor final.”
disse Gustavo Vanucci, mestre em administração com especialização em
Inteligência de Mercado e sócio-diretor da VANUCCI | Inteligência em
Negócios.
“A disponibilização de informações precisas sobre o mercado de animas
vivos (bovinos, aves e suínos), das carcaças e dos cortes no varejo da
região metropolitana de Belo Horizonte irão contribuir consideravelmente para
retratar a elasticidade de preços entre estes três segmentos, o que
possibilita, através do mapeamento geográfico que inclui integração das
técnicas de pesquisa e de geoprocessamento, monitorar o preço até o
consumidor final. Estes dados de mercado juntamente com os de produção, além
da exportação de Minas Gerais e de todo o território brasileiro serão
disponibilizados a partir do início de 2015 de forma on-line aos produtores
mineiros através de um aplicativo para celular chamado Mercophone. Temos que
nos adaptar a velocidade das informações e a volatilidade do mercado,
oferecendo aos nossos associados ferramentas modernas que o ajudem a tomar
decisões mais seguras e profissionais, esta é a filosofia do Mercominas”,
explicou Sabrina Cardoso de Moura, especialista em marketing pela Fundação Dom
Cabral e gerente executiva da ASEMG.
Sobre o Setor
Minas é hoje o quarto maior produtor de carne suína no Brasil e o
principal consumidor da proteína. O país tem o consumo per capita por volta de
15kg e em Minas esse número gira em torno de 21kg, fruto da cultura
gastronômica do estado. O plantel conta com cerca 258 mil matrizes, emprega
aproximadamente 15 mil pessoas e tem o PIB em torno de 2 bilhões. As
informações partem da assessoria de imprensa da ASEMG.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 06/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,37Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.725,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 67,50Preço base - Integração
Atualizado em: 05/06/2025 09:30