Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2016 – Minas Gerais recebeu na primeira
quinzena deste mês parecer favorável da comissão científica da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para compor a área livre de Peste
Suína Clássica (PSC) brasileira com reconhecimento internacional. A
Comissão aceitou a solicitação, neste sentido, feita pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Junto com Minas Gerais, outros 13
estados e o Distrito Federal também obtiveram o mesmo parecer. O referendo
final da OIE está previsto para ser emitido em maio com consequente entrega
do certificado ao Brasil.
O reconhecimento de área livre de PSC pela OIE contribuirá para
garantir a manutenção e a ampliação das vendas de carne suína para
mercados internacionais, uma vez que Minas e Brasil já são exportadores deste
produto. Em 2014, Minas exportou 42 mil toneladas, com receita bruta de U$
156, 8 milhões, tendo a Rússia como principal comprador.
O Ministério da Agricultura já havia reconhecido Minas Gerais como
área livre de PSC desde 2001. A decisão da OIE , além de possibilitar a
ampliação das vendas mineiras para o mercado externo, configura o
reconhecimento do trabalho sério realizado pelo Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA), argumenta Júnia Mafra, coordenadora estadual do
Programa de Sanidade Suídea do IMA.
Na busca pela certificação internacional, representantes dos
produtores e empresários do setor suinícola mineiro e o IMA participaram em
junho de 2015, em Brasília, de reunião do Departamento de Saúde Animal do
Ministério da Agricultura onde foram discutidas estratégias que permitissem
ao estado solicitar o reconhecimento internacional de área livre da doença.
Para que Minas pudesse solicitar este reconhecimento foram adotadas
uma série de procedimentos que comprovaram o funcionamento correto do sistema
de vigilância da doença em Minas, como a coleta de soro de reprodutores em
frigoríficos e o atendimento pelo IMA às notificações de suspeita de
animais com PSC. Os últimos casos da Peste Suína Clássica foram registrados
no Brasil em agosto de 2009 no Amapá, Pará e Rio Grande do Norte.
Genética – De acordo com dados do IMA, Minas Gerais possui um
plantel com 3,2 milhões de suínos em 1,2 mil granjas, sendo 32 delas Granjas
de Reprodutores de Suínos Certificadas (GRSC). Além disso, Minas ocupa o
primeiro lugar nacional em exportação de genética para o mercado doméstico.
“Após a obtenção do reconhecimento, continuaremos o trabalho de vigilância
ativa e de qualidade de nossos suídeos. Somos o quarto produtor e exportador
da carne no Brasil, mas o fato de sermos o primeiro em exportação de genética
no mercado interno nos motiva a buscar melhorias contínuas nas granjas, a fim
de aumentar a produção e, consequentemente, a venda da carne suína para
outros países”,afirma Júnia.
Além de todo o trabalho de fiscalização, orientação e
acompanhamento junto aos produtores e granjas de suínos realizado pelo IMA, o
estado conta com instrumentos importantes de suporte e de responsabilidade
compartilhada como o Comitê Estadual de Sanidade Suína (Coesui-MG ), que tem
a função de colaborar com os órgãos oficiais nas ações e estratégias de
defesa sanitária voltadas para a suinocultura. Participam representantes do
IMA,
Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em
Minas Gerais (SFA-MG), associação estadual e as associações regionais de
produtores de suínos, laboratórios de diagnóstico, escolas de veterinária,
empresas de genética, Conselho Regional de Medicina Veterinária e associação
de frigoríficos, entre outros.
“O comitê coloca em prática uma nova premissa em vigor, que é a
de responsabilidade compartilhada, ou seja, governo e iniciativa privada
trabalham juntos não só para aprimorar a defesa sanitária, mas para promover
o desenvolvimento do setor de forma mais ampla”, explica Júnia Mafra. As
informações partem da Assessoria de Comunicação do Instituto Mineiro de
Agropecuária.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Atualizado em: 27/02/2025 09:20