Porto Alegre, 23 de maio de 2019 – Em audiência na Comissão de
Agricultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22), a ministra Tereza
Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) fez um balanço detalhado da
viagem a Japão, China, Vietnã e Indonésia, da qual regressou na noite de
terça-feira (21). Em relação à habilitação de novas plantas para
exportação de carnes à China, Tereza Cristina disse que pediu ao governo do
país a abertura de um canal de negociação estreito e permanente, sugerindo
que as equipes técnicas dos dois países façam missões a cada dois ou três
meses.
“O que eles precisam de carne o mundo inteiro, junto, não terá
condições de suprir. Eles vão perder por causa da peste suína africana. Se o
Brasil tivesse mais 20 plantas para habilitar na área de suínos, a gente
teria chance de exportar. Isso se a gente tiver juízo, for sério, e cumprir o
que está no protocolo (de exportação) com a China. Eles vão perder o
equivalente a 13% do mercado interno (de carnes). O mundo inteiro não consegue
exportar para lá mais do que 6% ou 7%. É muita coisa, e essa proteína vai ter
de ser suprida por bovinos e aves. O Brasil tem suínos, mas é pouco diante do
tamanho e diante da necessidade do mercado chinês e de outros países da Ásia
que estão com o mesmo problema”, disse Tereza Cristina.
Segundo a ministra, inicialmente os chineses se dispuseram inicialmente a
habilitar mais 20 plantas de frigoríficos brasileiros, mas ela disse achar
pouco, pelo tamanho do mercado brasileiro de carne bovina. O Brasil tem 210
milhões de cabeças e abate, por ano, 30 milhões de cabeças. Ela pediu uma
abertura maior aos chineses, e ficou acertado que caberá ao Ministério da
Agricultura brasileiro atestar oficialmente as plantas que estão aptas à
exportação, tendo cumprido os protocolos assinados com os chineses e também
com os mais variados países do mundo.
“Se Deus quiser, num futuro próximo vamos pôr isso no site do
ministério. Quando abrir lá, teremos 100 frigoríficos, 200 frigoríficos
habilitados para os mais diversos países do mundo, e aí o chinês poderá vir
aqui e comprar de quem quiser. O Ministério da Agricultura tem de dar a
confiança de que eles estão comprando de uma planta habilitada, com
credibilidade para cumprir os protocolos. Tivemos muito cuidado nesta
negociação e acho que teremos boas notícias”, disse a ministra.
Ela convocou uma reunião nesta quarta-feira com os representantes das
associações de frigoríficos para discutir os critérios para habilitação e
quantas plantas serão habilitadas para exportação à China quando o governo
daquele país formalizar o pedido. A ministra disse que, na reunião com os
chineses, também tratou sobre exportação de laranja, açúcar, carne de
frango, melão e outros produtos. “A gente ainda exporta muito pouca coisa,
precisamos começar a agregar valor aos nossos produtos, porque nossa balança
tem muitos produtos sem agregação de valor”, disse ela.
No Vietnã, Tereza Cristina disse ter recebido uma grata surpresa nas
negociações, que incluíram até uma reunião com o primeiro-ministro. O país
também vai se abrir, ainda este ano, para as exportações de carne
brasileiras, inclusive para o boi em pé, e também se propõe a comprar melão
e vender camarão para o Brasil. A Indonésia, segundo a ministra, também tem
interesse na carne brasileira, porque a Austrália, grande fornecedora para o
Sul da Ásia, está enfrentando problemas de inundação, que provocaram perda
de rebanho.
Com o Japão, a ministra ressaltou a retomada da confiança que o Brasil
perdeu em governos anteriores, e que prejudicam o comércio bilateral. Ela disse
que foi iniciada uma conversa sobre abertura do mercado japonês aos produtos
lácteos brasileiros, e também para as frutas tropicais do Brasil. “Temos mais
de 300 produtos que podemos levar para o Japão”, disse Tereza Cristina. As
informações partem da assessoria de imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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