Porto Alegre, 10 de maio de 2021 – Hoje, 10 de maio, avicultores de todo o
mundo comemoram o Dia Mundial do Frango, uma data estabelecida pelo Conselho
Mundial da Avicultura (IPC, sigla em inglês) para celebrar o papel social desta
que é a proteína animal mais consumida atualmente em todo o planeta. E a
data tem especial importância para o Brasil, que é o terceiro maior produtor e
líder absoluto nas exportações de carne de frango.
Apesar da referência positiva, a data marca um dos momentos mais
desafiadores para a sustentabilidade econômica setorial. De acordo com a
Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), diversos polos de produção
enfrentam altas históricas nos custos de produção, principalmente pela alta
do milho e da soja – insumos que compõem 70% da composição de custos do
setor.
De acordo com Indice de Custo de Produção (ICP) produzido pela Central
de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa Concórdia, os custos de
produção do setor acumularam alta de 43,43% nos últimos 12 meses. Conforme
levantamentos do CEPEA, a variação anual de abril em diversas praças
ultrapassa 115% no caso de milho, e se aproxima de 60% no caso do farelo de
soja. E há outros custos com impacto setorial, como os investimentos
realizados para a proteção dos colaboradores em meio ao quadro pandêmico.
Entretanto, o repasse ao consumidor não seguiu o mesmo ritmo, de acordo
com o presidente da ABPA, Ricardo Santin. “Se por um lado vemos os custos de
grãos dobrarem no comparativo anual de diversas praças, por outro verificamos
uma alta nos preços dos alimentos, que não conseguem acompanhar o aumento dos
custos. Por isso, é inevitável que novas altas alcancem as gôndolas nos
próximos meses”, explica.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o
Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo já apresenta altas acumuladas
nos preços do frango inteiro e nos cortes. Entretanto, não são suficientes e
tendem a aumentar, conforme explica o presidente da ABPA. “O repasse de
custos é inevitável. Os índices que vemos agora são reflexos da
utilização de insumos comprados há meses, em valores inferiores aos atuais.
Por isso, é provável que novas altas alcancem as gôndolas nos próximos
meses”, analisa.
Neste contexto de forte crise econômica, de acordo com o presidente da
ABPA, Ricardo Santin, o setor produtivo foi convocado a garantir e incrementar a
oferta de alimentos. “Solicitamos e fomos incluídos pelo Governo Federal
entre as atividades essenciais, pois entendemos nosso papel neste contexto de
crise. Exatamente por isso, temos pedido apoio ao Governo para reduzir os
efeitos do quadro perverso de forte especulação que o país enfrenta, com
oferta de insumos disponíveis, mas preços que impactam diretamente a
inflação e a capacidade de compra do consumidor. Isto, justamente em meio à
uma das mais fortes crises econômicas e sociais contemporâneas”, avalia.
Entre as medidas solicitadas pela ABPA está a informação antecipada de
contratos de exportação feitos de forma oficial pelo Governo Brasileiro. A
medida, explica Santin, não se relaciona com controle de exportações e, sim,
com transparência em um mercado que carece de informações que melhorem o
planejamento industrial. “Defendemos a liberdade de exportar e importar, e
não queremos impor qualquer empecilho. O que buscamos é o estabelecimento de
uma fonte oficial, idônea, como a Conab ou outro órgão no âmbito do
Ministério da Agricultura, que permita às empresas brasileiras o acesso a
estas informações assim como ocorre em outras grandes nações exportadoras,
como é o caso dos EUA. Sem este índice, estamos em desvantagem frente aos
nossos principais competidores internacionais, o que impacta, também, os 70% da
produção de carne de frango que fica no mercado interno”, avalia.
Outras medidas também estão entre os pedidos feitos pelo setor ao
Governo, como a viabilização total das importações de insumos provenientes
de países extra-Mercosul, desonerações referentes à cobrança de PIS e
COFINS, entre outros. As informações partem da assessoria de imprensa da ABPA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 08/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,28Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.630,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 69,00Preço base - Integração
Atualizado em: 12/08/2025 09:10