Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2016 – Em artigo divulgado à imprensa,
o presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o
agronegócio da FIESC, Mário Lanznaster, destacou que somente as ferrovias
impedirão a migração de agroindústrias de Santa Catarina. Acompanhe maiores
informações abaixo.
Só um alienado não consegue enxergar que as agroindústrias do grande
oeste de Santa Catarina estão paulatinamente se transferindo para o
centro-oeste brasileiro. A insuficiência de milho catarinense para abastecer as
gigantescas cadeias produtivas da avicultura e suinocultura obriga as
indústrias de processamento da carne a buscar, todos os anos, de 3 milhões a
3,5 milhões de toneladas de grãos no Brasil central. Para isso é necessária
uma operação rodoviária que, de tão grande e tão cara, está se tornando
irracional e absurda.
Estamos falando de mais de 100 mil viagens de carretas com capacidade
média de 30 toneladas que fazem o percurso de 2.200 quilômetros (imaginem o
custo ambiental e humano) para trazer o precioso grão. Isso representa mais de
5 bilhões de reais em fretes, todo ano. Ora, com esse dinheiro é possível
construir em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás as mais avançadas
indústrias do Planeta.
O Brasil está refém do rodoviarismo, enquanto o mundo desenvolvido adota
a multimodalidade: recomenda-se o emprego do transporte rodoviário até 500
quilômetros e, acima dessa distância, o transporte ferroviário. A diferença
de custo é de quase 50%.
Só há um meio para evitar a fuga das agroindústrias: construir a
ferrovia norte-sul, ligando o oeste catarinense ao centro-oeste do País. O
oeste barriga-verde está longe dos grandes centros de consumo e distante das
áreas produtoras de milho, seu principal insumo. Com a ferrovia será possível
unir os dois pólos, levando o alimento industrializado para as grandes cidades
e trazendo, principalmente, milho e soja. Além dos produtos alimentícios,
inclui-se todo o transporte de fertilizantes, calcário, grãos, farelo etc
demandados nessa região.
De outro lado, o custo de transporte, caso mantenha-se a atual matriz,
inviabilizará grandes empreendimentos do agronegócio em solo catarinense. Esse
quadro é agravado pelas rodovias em péssimas condições que neutralizam a
competitividade das empresas.
A dependência dessa matéria-prima e as deficiências da infraestrutura
logística brasileira, localizadas fora da porteira dos estabelecimentos rurais
e agroindustriais, anulam a aptidão e a competência do agronegócio e
prejudicam muito mais a agricultura do que as chamadas barreiras externas, como
subsídios, quotas e sobretaxas.
Cada vez mais o transporte terá um peso crescente no preço final dos
produtos. Quem estiver longe dos centros de consumo ou de produção acabará
mortalmente penalizado. O modal ferroviário é a alternativa viável para
baratear custos de transporte e o custo final dos produtos.
O transporte ferroviário é a alternativa mais viável para baratear o
transporte e o custo final dos produtos. É o segundo transporte mais barato,
depois do marítimo. Caso tivéssemos esta alternativa na região, não
precisaríamos temer o avanço da fronteira agrícola para o centro oeste e
norte, juntamente com as agroindústrias de carne.
Quando há vontade política e engajamento das lideranças, tudo anda com
mais facilidade. Infelizmente não enxergo nada acontecendo neste sentido. Todos
os países desenvolvidos investiram em infraestrutura de transporte, mas
deixaram as rodovias em segundo plano quando se tratava de transporte de cargas.
Optaram em otimizar o transporte fluvial e ferroviário como fator de
integração e desenvolvimento. Infelizmente, o Brasil está na contramão da
história e da racionalidade econômica. As informações partem da assessoria
de imprensa da Aurora Alimentos.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 22/05/2025 09:15