Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2019 – O mercado de genética bovina
registrou crescimento nas vendas de sêmen em 2018, conforme aponta o relatório
INDEX ASBIA, que acaba de ser divulgado pela Associação Brasileira de
Inseminação Artificial.
Foram comercializadas 13.831.149 doses contra as 12.134.438 doses de 2017,
elevação de 14%. “Para a pecuária, tanto de corte quanto de leite, 2018 foi
um ano de recuperação importante. O País vinha de uma situação complicada e
de incertezas econômicas e políticas, mas, com uma melhor definição do
cenário eleitoral no segundo semestre, houve mais otimismo por parte dos
produtores. Os dados das vendas de sêmen no segundo semestre confirmam isso. O
período concentrou mais de 60% do volume comercializado”, informa o presidente
da ASBIA, Sergio Saud.
A pecuária de corte ficou acima da média geral, surpreendendo
positivamente o setor com um volume de 9.622.282 doses comercializadas (+19,2%).
Um cenário que teve os maiores picos nos dois últimos trimestres do ano,
quando foram vendidas 6.683.612 doses. “Em 2018, tivemos uma demanda muito
forte por bezerros cruzados no Brasil, em função do aumento da exportação de
animais vivos para países do Oriente Médio. Esse aumento no preço do bezerro
estimulou os pecuaristas a investir mais em inseminação artificial para
ampliar a produção. As raças Angus e Brangus tiveram um crescimento bem
acentuado, puxando para cima as vendas de sêmen”, esclarece Saud. Esta deve
ser uma tendência também em 2019, já que o bezerro cruzado continua
valorizado.
Além desse aspecto, houve um crescimento do mercado como um todo em
relação ao uso da tecnologia. “Esse crescimento não foi só de vacas
inseminadas em uma mesma fazenda que já utiliza a técnica. Propriedades que
antes não inseminavam passaram a adotar a inseminação em 2018, provavelmente
em função até dessa procura maior por bezerros cruzados”, destaca.
Na pecuária leiteira, o índice registrado foi de 3,6%, com o segmento
correspondendo por 4.208.867 doses. “No leite, também tivemos um desempenho
acima do esperado. O ambiente não era favorável, pois fatores como a greve dos
caminhoneiros e a queda no preço do leite tiveram impacto negativo no mercado.
Além disso, em 2017, muitas fazendas abandonaram a atividade. Mesmo assim,
houve uma recuperação, impulsionada pelas propriedades mais tecnificadas que
passaram a investir na robotização da ordenha, no sistema de instalação
compost barn e em outras tecnologias para elevar a produção leiteira”, conta
Saud. Segundo ele, a raça Holandesa puxou as vendas de sêmen, seguida por
Girolando e Gir Leiteiro.
Crescimento também nas exportações, com 418.988 doses exportadas,
elevação de 22,5%. Neste caso, as raças leiteiras foram as mais demandadas,
com liderança do Girolando. “Esse dado deixa claro a valorização da
genética brasileira no exterior. A procura pelo Girolando é cada vez maior e
não tenho dúvidas de que, futuramente, as exportações de sêmen da raça
vão superar até a demanda interna”, acredita.
A elaboração do Index ASBIA 2018 ficou a cargo do Cepea (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada) que, desde o ano passado, passou a
fazer as análises das vendas de sêmen trimestralmente. Este é o primeiro
relatório que traz os dados separados por trimestre, medida que visa a
facilitar a tomada de decisão de toda a cadeia produtiva em relação a novos
investimentos. “A parceria com o Cepea está sendo fundamental para
conseguirmos especificar cada vez mais as informações sobre o uso da
inseminação artificial. O próximo passo será disponibilizar os dados de
vendas a cada trimestre, e não mais por semestre. Também pretendemos trazer as
vendas por município. Hoje, divulgamos os dados por estado. Além disso,
estamos conseguindo antecipar o fechamento do relatório para que a informação
esteja disponível no início do ano”, informa Saud.
Produção
Esse foi outro item de crescimento em 2018. O mercado brasileiro registrou
a entrada de 16.825.448 doses (+19,9%). Foram importadas 7.195.145 doses e
9.630.303 doses produzidas nacionalmente. Já as doses oriundas da Prestação
de Serviço foram 1.391.327 (+7,7%).
Expectativa para 2019
O presidente da ASBIA acredita que o cenário econômico está mais
favorável e deve ajudar a aquecer o mercado de genética. Entre os fatores
está a melhora da economia do País, com a redução do índice inflacionário
e a retomada dos empregos, o que deve elevar o poder de compra do consumidor.
Também deve influenciar a produção recorde de grãos no Brasil e a queda do
preço da soja e do milho, reduzindo os custos de produção. Com menos custos,
a tendência é que o produtor invista mais em tecnologias, como a
inseminação. As informações partem da assessoria de imprensa da ASBIA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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