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CARNES:Crise de insumos ameaça indústria de proteína animal em SC e no país

24 de maio de 2021
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Porto Alegre, 24 de maio de 2021 – A indústria da proteína animal vive
uma crise sem precedentes em razão do super encarecimento dos preços dos
grãos (milho e soja) – insumos que representam 70% dos custos do setor –
situação que ameaça uma gigantesca cadeia produtiva que somente em
território barriga-verde sustenta 60 mil empregos diretos e 480 mil empregos
indiretos. O alerta está sendo feito, nesta semana, por todas as entidades de
representação do setor.

Em documento distribuído nesta segunda-feira, 24, (ver abaixo), a
Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), a Associação e o Sindicato da
Indústria de Carne e Derivados no Estado de SC (AINCADESC e o SINDICARNE) fazem
uma dramática exposição sobre a preocupante situação provocada pela
escassez de grãos e seu insuportável encarecimento.

Os dirigentes Irani Pamplona Peters (AINCADESC), José Antônio Ribas
Junior (SINDICARNE) e Ricardo Castellar de Faria (ACAV) deixam claro que os
impactos deste quadro alcançarão inevitavelmente o mercado consumidor, em um
momento crítico para o país, com a perda de renda das famílias, em função
da pandemia de covid-19.

São impactos diretos na segurança alimentar do País e na necessidade
básica nutricional dos brasileiros. Em 12 meses, conforme o monitoramento feito
pelo Indice de Custos de Produção (ICP) da EMBRAPA Suínos e Aves mais
recente (abril 2021), produzir frango está 39,79% mais caro em relação a
abril de 2020 – já em um momento de forte alta de custos. O mesmo ocorre com o
setor de suínos, com alta de 44,5%. O ICP é um índice médio – o preço do
milho atualmente é o dobro em relação ao ano anterior, que já acumulava
altas em relação a 2019. Outros custos impactam o setor: aumento do diesel (+
– 30%), embalagem de papelão (+60%), embalagens rígidas e flexíveis (+ 80%),
entre outros.

Altas dos custos de produção já alcançaram as gôndolas, com impactos
ao consumidor, segundo o IPCA (Indice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE.
No caso da carne de frango, a alta é de 15%. De suínos, supera 20%. São
elevações que, entretanto, estão muito aquém dos índices oficiais dos
custos de produção -, segundo o ICP EMBRAPA, produzir frango está 39,79% mais
caro em relação a abril de 2020. O mesmo ocorre com o setor de suínos, com
alta de 44,5%. Acompanhe abaixo, na íntegra, a manifestação.

POSICIONAMENTO INSTITUCIONAL – QUADRO SETORIAL e IMPACTOS INFLACIONÁRIOS

A ACAV – Associação catarinense de avicultura, a AINCADESC –
Associação da Indústria de Carnes e Derivados no estado de Santa Catarina e o
SINDICARNE – Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa
Satarina, entidades afiliadas à Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA), que representa a avicultura e a suinocultura do Brasil, vem à público
destacar o grave quadro setorial enfrentado pelos setores produtivos
responsáveis por três das proteínas animais estratégicas para a segurança
alimentar da população: a carne de frango, a carne suína e o ovo.

Em 2020, logo no início da pandemia, estes produtores foram convocados a
garantir o abastecimento destes alimentos básicos, e assim ocorreu. Foram
investidos bilhões em todo o setor produtivo, com o compromisso de não apenas
produzir, como também ampliar a oferta de alimentos para a nossa população –
e aumentamos em todas as proteínas, seja em aves (6,5% de alta), suínos (5,5%)
ou ovos (9,1%). O Estado de Santa Catarina foi um dos principais colaboradores
neste contexto, ofertando 14,88% da produção nacional de carne de frango, e
30,73% da produção de carne suína.

Entretanto, em meio ao quadro pandêmico, um quadro de forte especulação
atingiu estes setores. O milho e a soja, insumos básicos que compõem 70% dos
custos de produção, acumulam altas nunca registradas no País. No caso do
milho, houve registros superiores a 100% em diversas praças consumidoras do
país. No caso da soja, as elevações acumularam mais de 60% em relação ao
mesmo período de 2020. Em praças como Chapecó e Campos Novos, as altas
giraram entre 113% de elevação no milho e, 71,6% de elevação no farelo de
soja quando comparados ao ano anterior.

A estas altas se adicionam a outras, como o diesel (+ – 30%), a embalagem
de papelão (+60%) e as embalagens rígidas e flexíveis (+ 80%).
Em 12 meses, conforme o monitoramento feito pelo Indice de Custos de Produção
(ICP) da Embrapa Suínos e Aves mais recente (abril 2021), produzir frango
está 39,79% mais caro em relação a abril de 2020 – já em um momento de forte
alta de custos. O mesmo ocorre com o setor de suínos, com alta de 44,5%.

Os efeitos nocivos desta forte especulação sobre os insumos já alcançam
o consumidor, de acordo com o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (ICPA) do
IBGE. O consequente e inevitável repasse ao consumidor já está nas gôndolas,
mas em patamares que ainda não alcançam os níveis de custos. E há outro
agravante: a carne de aves, de suínos e ovos que hoje estão com preços mais
elevados foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020 – quando os
valores por tonelada eram menores. Por isto, novas elevações de preços
deverão alcançar a população brasileira nos próximos meses, em um momento
crítico para a renda e para a segurança alimentar de nosso país.

Para evitar que o quadro se agrave ainda mais, as representações
setoriais solicitaram ao governo medidas para que o setor de proteína animal do
Brasil tenha igualdade de competição pelos insumos em relação ao mercado
internacional, evitando a desindustrialização e a perda de postos de
trabalhos, especialmente em cidades no interior do País. Ao mesmo tempo, as
representações buscam a redução da desigualdade de condições que existem
entre importar e exportar os grãos. Hoje é muito mais fácil embarcar grãos
para o exterior do que importar.

Isto, por meio das seguintes medidas:

* Viabilização emergencial das importações de milho e de soja estritamente
para uso em ração animal. Hoje há desoneração de tarifa para esta
importação, mas não há viabilização técnica;

* Suspensão do imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante
(AFRMM) sobre a importação destes insumos de países não-integrantes do
Mercosul;

* Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS para importações
provenientes de países extra-Mercosul, para empresas que não conseguem
realizar Drawback;

* Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS sobre os fretes realizados
no mercado interno;

* Criação de sistema oficial de informação antecipada sobre exportações
futuras de grãos, assim como ocorre em outros países, para dar mais
transparência ao mercado de insumos, evitando situações especulativas como a
atual.

* Financiamento para construção de armazéns e realização de armazenagem
para os produtos, dando mais estabilidade ao mercado;

* Políticas de incentivo de plantio de milho e de cereais de inverno no Brasil;

A avicultura e a suinocultura do estado pedem apoio. São 4 milhões de
empregos diretos e indiretos em jogo em todo o país, juntamente com a
segurança alimentar de nossa população. Medidas rápidas são emergenciais
para evitar que o quadro de perda de renda seja impactado pela redução de
acesso à alimentos básicos, agravando a fome em nosso País.

Florianópolis/SC, 24 de maio de 2021.

Irani Pamplona Peters
Presidente AINCADESC

José Antônio Ribas Junior
Presidente SINDICARNE

Ricardo Castellar de Faria
Presidente ACAV

As informações partem da assessoria de imprensa das entidades.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Dados referentes a semana 08/08/2025

Suíno Independente kg vivo

R$ 8,28

Farelo de soja à vista tonelada

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Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.400,00

Milho Saca

R$ 69,00
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AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,60

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,70

Cooperativa Majestade*

R$ 6,60

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

R$ 5,75

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

BRF

R$ 7,30

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
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