Porto Alegre, 13 de abril de 2020 – Planejar o curto prazo diante de
tanta incerteza se transformou numa tarefa árdua para o produtor brasileiro e
toda cadeia agropecuária. Para o Sindicato Nacional da Indústria de
Alimentação Animal – Sindirações, além do desafio diário em atender o
protocolo de prevenção da Covid-19 e manter um nível aceitável de produção
e escoamento, a alta do dólar e a iminente recessão global pós pandemia
deixa um clima de incerteza no campo.
A desvalorização do câmbio nos últimos 12 meses favoreceu a cadeia
produtiva exportadora, mas a desvalorização em torno de 35% do Real
inflacionou o preço do milho, da soja e outros itens como vitaminas, enzimas e
outros aditivos que o Brasil importa. Segundo Ariovaldo Zani, CEO do
Sindirações, “no mesmo período, o preço da ração para frango e suíno
subiu em média 35%, enquanto o preço (do kg do frango e suíno) pago ao
produtor recuou 10%. O milho, que custava R$40 a saca de 60kg em abril de 2019,
hoje está valendo R$61. Aumento de 52% em 12 meses. Já o farelo de soja, subiu
quase 50%, era vendido a R$1.165, e agora em março passou de R$1.725. Uma
situação que coloca o produtor no vermelho”, informa.
Para Zani, há muitas incertezas pairando no ar, e depende de como e quando
será o “Dia Seguinte” da Covid-19, tanto em termos de segurança
sanitária e saúde das pessoas, como em relação ao retorno da plena atividade
econômica. “É consenso entre os analistas e envolvidos no processo que a
recessão será global. O PIB per capita vai cair no mundo inteiro, o consumidor
eventualmente passará a consumir menos proteína animal ou gastar menos, nesse
caso, menos milho e farelo de soja serão necessários. Teoricamente os
preços, em dólares, devem arrefecer. É difícil estimar agora se o recuo
desse preço em dólar vai compensar a desvalorização abissal do Real. De toda
forma, um cenário que pode ser construído, é que a menor demanda de
proteína animal pode resultar em menor quantidade de ração a ser
produzida”, analisa Zani.
Até aqui, segundo o Sindirações, as ações dos Ministérios da
Agricultura e de Infraestrutura têm garantido o trânsito das mercadorias
(insumos para fabricação e as rações prontas para alimentação dos animais)
pelo país e a continuidade no desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas
pelo setor.
“O Sindirações tem se integrado às demais entidades representativas do
agronegócio com intuito de convergir demandas de maneira transversal e então
sugerir medidas de mitigação às autoridades dos Poderes Executivo e
Legislativo, em nível federal e nos Estados da Federação. Dentre elas, a
manutenção do fluxo de caixa, crédito e financiamento para garantia da
produção, manutenção do emprego e abastecimento dos consumidores”, informa
Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.
Para os produtores, o Sindirações reforça a importância de ficar atento
às informações disponibilizadas pelas associações representativas e seguir
as recomendações do Ministério da Saúde para garantir aos colaboradores
(exceto àqueles que cumprem quarentena compulsória – com mais de 60 anos,
portadores de doenças crônicas, gestantes e lactantes, além dos que podem
realizar suas tarefas remotamente) um ambiente de trabalho mais seguro
possível. As informações partem da assessoria de imprensa do Sindirações.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2020 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10