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POR VALDECIR LUIS FOLADOR – Presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS (ACSURS) e Conselheiro de Relações de Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS)
Um dos principais desafios enfrentados pela suinocultura, em especial neste 2018, está sendo a retomada das exportações ao mercado exterior, principalmente à Rússia. No ano passado, a Rússia foi o destino de 43% das exportações brasileiras de carne suína. O forte impacto da suspensão russa à carne suína brasileira trouxe ao mercado interno a queda de preços. Aumentou-se a oferta no mercado interno e, consequentemente, caíram os preços. Tirar parte da produção do mercado interno é estratégico para que o produtor volte a ter renda e estabilidade. A produção acima da demanda tira a competitividade.
O RS é o segundo maior exportador brasileiro de carne suína e em 2017 representou 30% das exportações brasileiras de carne suína. No Brasil, o mercado externo representa aproximadamente 85% de demanda e o mercado interno apenas 15%. Retomar as exportações à Rússia representa a recuperação da rentabilidade do produtor.
Outro fator de grande preocupação para o criador de suínos é o aumento dos custos de produção, em especial no que tange o preço de insumos como o milho e o farelo de soja, principais componentes da ração do suíno. Ao longo do primeiro semestre, o saco do milho chegou a custar R$ 40 em média e a mesma situação aconteceu em 2016, quando o mesmo milho chegou a custar até R$ 60. O aumento do custo de produção gera grandes consequências econômicas ao setor.
Segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa (Concórdia/SC), o custo de produção do quilo de suíno (ciclo completo) no mês de maio chegou aos R$ 4,18 no RS, enquanto que a média de preço recebido pelo produtor independente no quilo do suíno vivo no Estado chegou a R$ 3,15 (Pesquisas Acsurs 07, 14 e 21 de maio/2018), ou seja, o suinocultor teve prejuízo de R$ 1,03 no quilo do suíno vivo.
A suinocultura precisa repensar, se reorganizar para que cresça de acordo com a demanda de mercado, para que o produtor consiga colocar sua produção tanto no mercado interno quanto no externo aliado à rentabilidade do seu negócio.
No RS, a suinocultura está presente em 320 municípios e os gaúchos também ocupam a segunda colocação quando se fala em produção. No ano passado, por exemplo, foram abatidos quase 9 milhões de suínos. O município que mais abateu suínos foi Rodeio Bonito, com 277.357 animais.
Estima-se que no RS estejam em atividade em torno de 9 mil criadores de suínos. Segundo levantamento feito em 2015 pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o Estado gaúcho conta com 340 mil matrizes, o que representa 20% do total de matrizes brasileiras. Conta com 635 granjas UPL, UPD e CC; 166 crechários e 5.077 unidades de terminação, representando 20%, 24% e 36% do total brasileiro, respectivamente.
Para finalizar, acredito que os suinocultores precisam cada vez mais repensar suas estratégias de crescimento, mas desde que com sabedoria e responsabilidade.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 05/07/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 7,25Farelo de soja à vista tonelada
R$ 2.170,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 64,00Preço base - Integração
Atualizado em: 05/07/2024 14:00