Porto Alegre, 30 de novembro de 2015 – De hoje (30) a 11 de dezembro,
representantes de 195 países e da União Europeia se reúnem, em Paris, para a
21 Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima
(COP21). O objetivo é chegar a um acordo que reduza a emissão de gases de
efeito estufa que causam o aquecimento global. O Acordo de Paris deve entrar em
vigor em 2020, em substituição ao Protocolo de Quioto, que prevê a redução
de emissões de gases poluentes apenas para países desenvolvidos.
Na avaliação de especialistas, a postura dos principais países emissores
de gases de efeito estufa tem mudado nos últimos anos passando de uma atitude
defensiva para um maior engajamento nas negociações climáticas na busca de
soluções para o aquecimento global. “Essa posição defensiva que bloqueava
avanços foi vencida”, disse o coordenador do Sistema de Estimativa de
Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, Tasso Azevedo.
Segundo ele, o posicionamento histórico da China, India e dos Estados
Unidos era mais conservador alinhado a um discurso de que não podiam
desacelerar o crescimento econômico. “Todos têm expressado sua preocupação
[com a questão climática] e dissociado do discurso de que não podem reduzir
as emissões para não comprometer o crescimento”, afirmou.
O diretor do departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do
Ministério das Relações Exteriores, ministro Raphael Azeredo, considera
positivo que os principais atores das negociações climáticas, como os Estados
Unidos, a China, a União Europeia e a India, além do Brasil, tenham
apresentado suas Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs)
para a Organização das Nações Unidas.
“Estados Unidos e China [os maiores emissores] fizeram uma declaração
conjunta [em que anunciaram metas de redução de emissões em 2014] que já
dava um gostinho do que seriam as respectivas INDCs e isso foi muito importante
para o processo multilateral porque eram dois países que não estavam no
Protocolo de Quioto. Eram dois países que certos setores associavam como sendo
reticentes ao esforço multilateral, que preferiam estar eventualmente fora de
um acordo”, disse o diplomata.
Segundo Tasso Azevedo, os Estados Unidos apresentaram um engajamento maior
do que a China e a India, mas insuficiente no longo prazo. “A trajetória das
emissões é de queda nos Estados Unidos, mas dado o histórico do que já
emitiu, é insuficiente como contribuição para chegar aos 2 graus Celsius
[limite estabelecido para o aumento da temperatura média da Terra até 2100]”.
A China, maior emissor mundial, sinalizou em sua INDC que o pico de suas
emissões ocorrerá até 2030. “Como a China é uma economia muito grande,
fazer esse movimento [de redução das emissões] vai gerar muita economia de
escala. Se diz que vai entrar na energia eólica ou solar, causa uma
revolução. Ainda que esteja muito longe do que é preciso, aponta para uma
direção que é correta, de fazer movimentos antecipados, o que vai causar
revoluções nos setores [de energia renovável]”, observou Azevedo.
De acordo com Raphael Azeredo, a India é um parceiro importante do Brasil
dentro do Basic, que reúne as grandes economias emergentes (África do Sul,
India, China e Brasil), e do Grupo dos 77, que congrega os países em
desenvolvimento, e é também um importante ator nas questões relativas ao
clima.
“É um país que tem a segunda maior população do mundo e um dos maiores
desafios globais em termos de inclusão social. Sempre foi muito vocal no
sentido de que, como não poderia deixar de ser, a prioridade dele tem que ser a
erradicação da pobreza do seu povo. O que é muito positivo é que a India
sempre se engajou no processo do clima e continua sendo um ator participante.
Isso prova que é possível conciliar o combate à mudança do clima com o
desenvolvimento sustentável e com a erradicação da pobreza”, completou o
diplomata. Com informações da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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