Porto Alegre, 4 de março de 2016 – Considerada uma das tecnologias mais
sustentáveis para agricultura brasileira, o processo de Fixação Biológica de
Nitrogênio (FBN) tem despertado a curiosidade de produtores rurais que querem
aumentar a produtividade no campo e implantar técnicas pelo Programa
Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA).
Para falar sobre as possibilidades da tecnologia, especialistas da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se reuniram com representantes da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na última
terça-feira, na sede da entidade, em Brasília.
A fixação biológica é um processo no qual o nitrogênio presente na
atmosfera é convertido em formas que possam ser utilizadas pelas plantas. De
acordo com o pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Segundo Urquiaga, o
inoculante, produto que contém microrganismos formadores de nódulos nas
raízes das plantas (rizóbios), é adicionado à semente no momento da
semeadura para produzir enzima nitrogenase e captar o nitrogênio atmosférico.
“A soja é uma das culturas que demanda grande quantidade de nitrogênio e com
a fixação biológica, a qualidade do solo aumenta e o impacto causado por
adubos nitrogenados reduz”, explica Urquiaga.
O pesquisador esclarece que a tecnologia da inoculação tem uma
contribuição global, para os diferentes ecossistemas, de aproximadamente 260
milhões de toneladas de nitrogênio por ano, sendo que a contribuição
específica na agricultura é estimada em 60 milhões de toneladas. “A Embrapa
realizou pesquisas nas culturas de soja, milho, feijão comum e feijão caupi e
constatou um aumento na produtividade, redução de custo e emissão de gases
de efeito estufa provocados pelos adubos”, afirmou Segundo Urquiaga.
A também pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio,
apresentou os resultados de estudo, revelando que o ingresso de nitrogênio via
fertilizante ou fixação biológica no solo segue como uma das fontes mais
importantes de nitrogênio para as culturas. “Essa tecnologia reduz o impacto
ambiental que causa a perda de matéria orgânica do solo. Constatamos que a
agricultura familiar é o setor da economia onde as técnicas microbiológicas
são mais necessárias”.
Para o consultor da Área de Tecnologia da CNA, Reginaldo Minaré, as
apresentações foram importantes para ampliar o conhecimento sobre técnicas
alternativas de agricultura de baixo carbono. “A fertilização de plantas tem
impacto significativo no custo de produção e a tecnologia é uma vertente
para dar suporte também à recuperação de áreas degradadas”, revela
Minaré.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50