Porto Alegre, 10 de maio de 2023 – Após vários anos com a presença ativa do fenômeno La
Niña, o ano de 2023 está sendo marcado pelo retorno do El Niño. No que diz respeito à produção
de soja e milho, as regiões afetadas pelo fenômeno incluem os Estados Unidos, a América do Sul e
o Mar Negro, conforme destaca o relatório “El Niño e seus efeitos no mercado de commodities”. da
hEDGEpoint Global Markets.
Analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets, Pedro Schicchi, observa que nos
Estados Unidos os efeitos do El Niño são mais intensos durante os meses de inverno, devido à
influência do fenômeno na posição das correntes de ar sobre o país. No entanto, durante os
meses de verão, esses efeitos são minimizados no Meio-Oeste dos EUA, onde se encontram importantes
culturas como o milho e a soja.
Embora os efeitos sejam menos significativos durante o verão, eles não são inexistentes.
Entre os dez principais estados produtores dos EUA, as correlações entre o El Niño e a produção
de soja e milho são baixas, o que indica que os efeitos do fenômeno são pequenos. A boa notícia
é que, na maioria dos estados, os efeitos têm sido positivos este ano, exceto em Ohio e Indiana,
onde foram observados efeitos negativos mais consistentes, principalmente no milho.
No caso do milho, os EUA têm como meta atingir uma produtividade nacional de mais de 180
bushels por acre, mas as más condições climáticas nos últimos anos têm diminuído as
expectativas. No entanto, neste ano, as condições climáticas favoráveis proporcionadas pelo El
Niño indicam que essa meta pode ser alcançada. O plantio começou cedo e as safras têm se
beneficiado das condições meteorológicas.
Ao analisar a América do Sul, destacam-se duas janelas de tempo relevantes: outono/início do
inverno e primavera/início do verão. No outono/inverno brasileiro (março a agosto), o El Niño
está associado a temperaturas mais quentes, o que favorece o desenvolvimento do milho de inverno no
Brasil. No entanto, a influência do El Niño é mais neutra no restante do Brasil, o que torna as
condições de precipitação durante o período decisivas para determinar a produtividade das
lavouras. O estresse hídrico causado por altas temperaturas pode afetar negativamente a
produtividade.
Nos anos em que há uma boa precipitação, a produtividade do milho de inverno tende a ser
maior. No entanto, quando ocorre uma falha na precipitação, as altas temperaturas podem levar a
perdas na produção. Além disso, vários estados brasileiros plantaram milho fora da janela ideal
neste ciclo, o que exerce pressão adicional sobre as lavouras. As informações são da assessoria
da hEDGEpoint Global Markets
Revisão:Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45