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CLIMA: Pesquisa da Embrapa estuda tendências de chuvas em Mato Grosso nos últimos 34 anos

6 de junho de 2023
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Porto Alegre, 6 de junho de 2023 – Alguns dos pioneiros na colonização da região médio-norte
de Mato Grosso costumam dizer que antigamente chovia mais cedo e com maior intensidade. Um estudo
feito pela Embrapa avaliou dados pluviométricos das últimas 34 safras em busca de evidências de
uma possível alteração de tendência no regime de chuvas no estado. O resultado mostra que
ocorreram anomalias de chuva no período e que os últimos 17 anos foram mais chuvosos do que os 17
anos anteriores.

O trabalho, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril (MT) Jorge Lulu, analisou
dados coletados em dez estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
localizadas em diferentes regiões do estado, no período entre 1988 até 2022. As informações
foram trabalhadas mês a mês de forma a se calcular o Indice de Anomalia de Chuva (IAC). Este
índice varia em uma escala numérica, cujo número zero representa um período dentro da escala
normal meteorológica. Valores positivos representam períodos mais chuvosos que a normal, com
número maior ou igual a quatro, representando períodos extremamente chuvosos. Já números
negativos indicam períodos mais secos do que o esperado, e valor igual ou menor que -4 representa
um período extremamente seco.

Um primeiro resultado obtido foi a confirmação da característica já apontada pelo Zoneamento
Agrícola de Risco Climático (Zarc) de que, apesar de ocorrerem precipitações em setembro, as
chuvas só têm início de forma consistente a partir de outubro, sendo este o mês de abertura da
janela de semeadura da soja no estado. Dos 34 anos agrícolas analisados, por 19 vezes os meses de
setembro foram mais secos do que a média esperada, com IAC negativo, e em 15 foram mais chuvosos,
com IAC positivo. Somente em quatro ocasiões o mês de setembro foi considerado muito chuvoso e, em
duas, extremamente chuvoso, enquanto em oito anos foi considerado muito seco e em um ano
extremamente seco.

Para verificar se há tendência de redução da quantidade de chuva em todo o ano agrícola, os
pesquisadores calcularam médias anuais dos Indices de Anomalia de Chuvas. O resultado mostrou que
dos 34 anos avaliados, houve 16 anos com IAC médio positivo e 18 anos com IAC médio negativo em
Mato Grosso, ou seja, foram mais anos secos do que chuvosos.

Porém, ao dividir a série histórica em duas metades, sendo uma de 1988 a 2004 e outra de 2005
a 2021, verifica-se que a segunda metade teve mais anos chuvosos do que a primeira.

O resultado reflete um comportamento verificado em todos os meses de outubro a abril, nos quais
os últimos 17 anos foram mais chuvosos do que os 17 anos anteriores. Já para os meses mais secos,
de maio a setembro, o IAC manteve o padrão em todos os 34 anos.

O pesquisador explica que para uma análise climatológica são necessários ao, menos 30 anos,
para se identificar tendências de alterações. Ao contemplar um intervalo de 34 anos, esse
trabalho não indica que as chuvas em Mato Grosso estão atrasando ou mesmo se consolidando mais
cedo. A confirmação da ocorrência de anomalias, por sua vez, reforça a necessidade de se seguir
as recomendações de janela de plantio preconizadas pelo Zarc.

“É uma forma de o produtor ver não só as datas de chuvas, mas também observar como os
desvios em relação à média podem ocorrer ao longo do tempo. Com isso, o produtor pode ficar mais
alerta pois as anomalias acontecem e, por isso, é importante ele estar atento às janelas do
zoneamento para reduzir os riscos”, alerta Jorge Lulu.

Como essa pesquisa analisou somente os dados de precipitação que ocorreram, sem fazer uma
análise de fenômenos climatológicos e de mudanças na paisagem, não está no escopo do trabalho
entender o porquê da ocorrência das anomalias em cada ano. Ainda assim, ele traz avanços para o
conhecimento, ao confirmar que o Indice de Anomalia de Chuvas é um bom indicador de análise e que
seus resultados são compatíveis com os mapas de anomalias de precipitação que são gerados pelo
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(CPTEC/Inpe).

De acordo com o pesquisador, o trabalho pode ter desdobramentos futuros com incremento de
informações sobre o déficit hídrico na série histórica. Para isso, devem ser levadas em
consideração não só a precipitação, mas também as temperaturas diárias. As informações
são do boletim agrometeorológico periódico da Embrapa Agrossilvipastoril.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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