Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2021 – As novas variantes do coronavírus
descobertas recentemente não só podem ser mais contagiosas como também podem
ser um vetor de reinfecção, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
que está recebendo relatos de pessoas que voltaram a contrair a covid-19 via
novas cepas.
“Agora estamos recebendo relatos de pessoas sendo reinfectadas com uma
nova variante do vírus e há alguns relatos iniciais da África do Sul
sugerindo que pessoas que tiveram infecção anterior podem ser infectadas
novamente”, disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, em entrevista
coletiva.
As novas variantes do coronavírus surgiram pela primeira vez no Reino
Unido, na África do Sul e no Brasil e o temor é que possam piorar uma pandemia
que ainda não está sob controle. Os cientistas agora estão avaliando se
certas mutações do vírus SARS-CoV-2 estão ajudando a se espalhar mais
rápido, evitar anticorpos das vacinas ou causar novas infecções.
“Essa é a tendência natural de um vírus: eles evoluem. Cabe a nós
conseguir detectar essas mutações e contê-las. As mutações são motivos de
preocupação, mas não de pânico. As empresas estão avaliando constantemente
suas vacinas para saber se as vacinas são eficazes e precisam de
atualizações”, afirmou Swaminathan.
Um estudo recente da AstraZeneca mostrou que sua vacina oferece proteção
limitada contra casos leves de infecção com a variante encontrada na África
do Sul. A pesquisa foi conduzida na Universidade de Witwatersrand, na África do
Sul, e os testes envolveram um pequeno grupo de cerca de 2.000 voluntários com
idade média de 31 anos.
“O grupo testado é pequeno e até agora não temos evidências
conclusivas de que as vacinas não funcionam. Trabalhamos com a premissa de que
as vacinas são capazes de evitar o agravamento da doença e isso é muito
importante”, disse Swaminathan. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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