Os altos custos de produção que perduram desde os primeiros meses de 2021 preocupam os suinocultores gaúchos. Dos oito meses do ano (de janeiro a agosto), cinco foram de resultados negativos, quando comparados o preço médio do suíno independente e o custo de produção.
O primeiro vice-presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS, Mauro Antonio Gobbi, explica que preços elevados, principalmente do milho e do farelo de soja, principais ingredientes utilizados na alimentação de suínos, se deram principalmente por conta de efeitos climáticos, que prejudicaram a produção agrícola e a alta do dólar.
“No Rio Grande do Sul enfrentamos uma seca, que diminuiu bastante a colheita de milho. Com isso tínhamos a esperança da safrinha no Paraná e Mato Grosso, que também sofreram com a seca. E, depois disso, veio a geada. Com esse cenário, o preço inflacionou de uma maneira absurda. Já o farelo de soja aumentou por conta da alta do dólar”, explica Gobbi.
Apesar disso, o primeiro vice-presidente da entidade não classifica como ruim o preço médio pago pelo quilo do suíno vivo no estado gaúcho, mas destaca que o real problema enfrentado pelos suinocultores neste momento é os altos custos de produção.
“Os preços dos custos praticamente triplicaram em comparação com o ano anterior”, enfatiza Gobbi, ao justificar sua preocupação com o atual cenário do setor suinícola.
Ainda assim, a expectativa para os últimos meses do ano é que os preços melhorem para suinocultores gaúchos, comenta Gobbi. Ele, que também é suinocultor, almeja um equilíbrio entre o preço médio pago pelo quilo do suíno vivo e os custos de produção, mas apesar disso, ainda classifica o ano de 2021 como negativo para os suinocultores.
Análise
Conforme dados da ACSURS e Embrapa Suínos e Aves (Gráfico) os meses de janeiro e fevereiro foram de margens positivas para os suinocultores. Neste período os ganhos frente aos custos de produção foram de 8% e 9%, respectivamente.
Em março, o cenário mudou. O preço médio e o custo de produção se equivaleram, já que, neste período a média dos preços foi de R$ 6,70 e R$ 6,67 nesta ordem.
No mês de abril, a margem foi positiva para os suinocultores, apesar dos altos custos de produção continuarem altos. Cenário que não se repetiu em maio, quando houve perda de -6%, os seja, os custos estavam mais altos do que o preço médio pago pelo quilo do suíno vivo.
Já em junho, o ganho e os custos se equivaleram, assim como o que ocorreu em março, com isso, o suinocultor não teve ganho e nem perda. Os meses de julho e agosto, continuarem negativos, os resultados foram -6% e -8% respectivamente.
Até o fecho desta matéria, os custos de produção referentes ao mês de setembro não foram divulgados pela Embrapa, por isso, não foi possível comparar.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50