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DB Agricultura e Pecuária completa quatro décadas

12 de fevereiro de 2016
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Do alto do morro, o jovem engenheiro agrônomo ficou assustado quando mirou o cerrado mineiro pela primeira vez. Era 19 de fevereiro de 1976 e Décio Bruxel pensou: “Como vamos fazer”? Patos de Minas ainda era para ele um desafio. Mistério de milho, café, feijão, pecuária e sessenta mil habitantes. Mas o susto passou rápido e a confiança voltou ao peito do gaúcho de 27 anos. E Décio foi descansar da viagem no Rosa Hotel, ainda com a cabeça na cidade de onde vinha, Não-Me-Toque, e na jovem Astrit, futura mulher, que chegaria um ano mais tarde. “Quando ela chegou aqui desandou a chorar. (Rsss!). Mas é que era a primeira vez longe da casa dela, da cidade, dos pais. Nada mais natural. Hoje ela adora”, brinca este descendente de alemães, com seu corpo alto, rosto de bom anfitrião, sorriso farto e jeitão de pai. Natureza e determinação germânica nas veias e nos olhos vívidos e claros. História familiar iniciada em 1867, quando Johann Martin Bruxel chegou ao interior gaúcho para trabalhar firme na roça, deixando para trás uma Alemanha em conflito fratricida, que resultaria na unificação do país.

Concentrados na região de Arroio do Meio, os Bruxel fincaram raízes e pegaram pesado na agropecuária de subsistência. Plantar, colher e cuidar de criações para dar de comer aos filhos. O que sobrava era vendido como dava, na zona rural ou na parte urbana. O pequeno Décio, nos anos 1940 e 1950, frequentava a escola rural e ajudava a capinar as lavouras de milho e mandioca dos pais Fridolino e Lídia, sempre encontrando tempo para jogar futebol com bola de bexiga de porco e brincar de carrinho com carretéis de linha de costura. Época de cuidar da família o melhor possível. Foi pensando assim que Fridolino levou a esposa e os nove filhos para Itapiranga, em Santa Catarina, em 1954. Foi assim que começou uma pequena saga para o garoto escolhido pela mãe para ser o padre da casa. Décio fez o primário no colégio das freias da divina providência, estudou no colégio dos padres jesuítas e, depois, seguiu para um seminário em Florianópolis. Sempre com apoio dos pais, deixou os estudos e voltou a Itapiranga para ser professor. O tempo passou e o rapaz decidiu voltar a escola. Embarcou para Porto Alegre e moldou de vez um novo caminho. Concluiu o antigo científico, graduou-se Engenheiro Agrônomo e em 1974 aceitou a oferta do amigo para integrar uma equipe em projetos agropecuários, na pequena Não-Me-Toque, a 300 km da capital. “Era uma outra época. O objetivo de todas as famílias era encontrar uma profissão para os filhos o mais rápido possível. E na área agrícola, com rendimento em 50 hectares, o bom produtor conseguia até comprar um maquinário próprio”, recorda. Dois anos depois, novo amigo, outro convite. Fincar enxada na terra para cultivar soja no Cerrado de Minas Gerais.

Começou com grão, depois a produção de sementes. Dez anos depois, o projeto de irrigação permitiu novos plantios, oportunidades de negócios. Tomate, café, algodão. Rotação de culturas que abriu espaço para o milho, grão bom, porém bem mais difícil de comercializar e exige armazenagem. Foi o ponto de partida da Suinocultura, instalada inicialmente na vizinha Presidente Olegário. Nascia a Granja Chuá, 260 matrizes. “Trabalhávamos como multiplicadores de uma empresa de genética. Tínhamos praticamente uma só genética no Brasil naquela época. Eu sempre pensei que havia uma boa oportunidade para outras”, relembra Décio. A ideia foi ganhando corpo em conversas que ele mantinha com Mário Pires de Morais, na época um representante de uma indústria de nutrição, que atuava naquela região. “Discutimos bastante o assunto e chegamos à conclusão de que o melhor investimento era optar por uma genética só para a gente. Rodamos o mundo, conhecemos todos os trabalhos e optamos por uma raça dinamarquesa pela longevidade, tradição de um trabalho de quase 140 anos. A Dan Bred é a que faz melhoramento genético há mais tempo, além de ser responsável por 80% da carne suína daquele país, que exporta 85% da produção para os mercados mais exigentes do planeta”, explica Bruxel.

Duas décadas depois de se instalar em Patos, chegava ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), setenta animais, entre machos e fêmeas. Um sistema completo para produção e controle genético foi erguido na cidade vizinha a Patos, Varjão de Minas. Granja Jeribá. Aposta em qualidade e heterose. O trecho Dinamarca – Varjão foi percorrido em quatro dias e fez história. “Lembro dos palets usados no desembarque do avião sendo queimados lá mesmo, em Viracopos, cumprindo o ritual sanitário do ministério”, conta Bruxel. Em quatro anos, o povoamento da Jeribá estava completo. As primeiras matrizes foram vendidas para a Cooperativa Aurora e criadores conhecidos da região. “Naquela época, a média era de 18 desmamados por fêmea ao ano. Hoje, chega a 30, 32. É um trabalho que envolve muita gente. Mas conseguimos ser os precursores, beneficiando os produtores, toda a cadeia. Temos uma matriz e ela é sempre melhorada”, afirma Décio Bruxel.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Preço base - Integração

Atualizado em: 22/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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