SAFRAS (26) – A indústria brasileira de defensivos agrícolas comemorou em
2013 mais um recorde de vendas, novamente embalada pelo desempenho do segmento
de inseticidas. Levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de
Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) indica que o mercado nacional atingiu no
ano passado a cifra de US$ 11,45 bilhões, 18% acima dos US$ 9,71 bilhões de
2012.
O resultado reforça a posição de liderança que o Brasil conquistou há
cerca de três anos no mercado global de defensivos, à frente dos US$ 8
bilhões movimentados nos EUA em 2013, conforme o Sindiveg. “Lá só existe uma
safra, e nós temos três. Nos EUA, não há ferrugem da soja, e US$ 2 bilhões
das nossas vendas são apenas contra essa doença”, afirma Ivan Sampaio,
gerente de informação do Sindiveg.
Em volume, foram vendidas 902,41 mil toneladas de agroquímicos aos
produtores do Brasil no ano passado, crescimento de 9,6% em relação a 2012. Da
receita total, 40% (US$ 4,553 bilhões) vieram da comercialização de
inseticidas. A categoria foi que a teve o maior salto anual nas vendas, de US$
3,606 bilhões para US$ 4,553 bilhões.
O recente aparecimento de novas pragas, caso da helicoverpa, e o
ressurgimento de velhas conhecidas, como a mosca branca e a lagarta falsa
medideira, foram fatores determinantes para que as vendas de inseticidas
voltassem a crescer. “Os produtores podem ter relaxado nos tratos culturais com
essas pragas mais antigas porque estavam mais preocupados com a helicoverpa, e
de última hora precisaram de mais inseticidas”, avalia Sampaio.
Na sequência dessa categoria, vieram os herbicidas (com US$ 3,739
bilhões) e fungicidas (US$ 2,591 bilhões). Entre as culturas, a soja seguiu
como o carro-chefe das vendas, mas ampliou sua fatia de 47% para 51,3% da
receita total. O montante total movimentado pela oleaginosa foi de US$ 5,866
bilhões, 28,4% acima dos US$ 4,566 bilhões registrados do ano anterior. “Com
o preço bom da soja, os agricultores também investiram mais e em defensivos
mais específicos”, afirma o gerente do Sindiveg.
A cana-de-açúcar ocupou a segunda posição entre as que mais demandaram
defensivos, com 10,1% de participação – o equivalente a US$ 1,159 bilhão,
queda de 7% ante 2012. Contudo, a retração no segmento de café foi mais
expressiva (de 14%, para US$ 293 milhões). Nos dois casos, o recuo nas vendas
de defensivos refletiu as cotações deprimidas do grão e do etanol no ano
passado.
Ainda conforme os dados do Sindiveg, os agroquímicos genéricos continuam
a responder pela maior parcela das vendas no país, mas sua participação
diminuiu de 60% do total, em 2012, para 55% no ano passado. “Houve o
lançamento de pelo menos três grandes produtos patenteados em 2013, que
conquistaram mercado e são mais caros que os genéricos”, diz Sampaio.
Outra constatação do levantamento é que o mercado nacional permanece
altamente dependente de importações. No ano passado, foram trazidas do
exterior aproximadamente 408 mil toneladas, entre produtos técnicos
(matérias-primas concentradas) e formulados, ou US$ 7,4 bilhões, contra 297
mil toneladas (US$ 5,5 bilhões) em 2012.
De acordo com o representante do sindicato das indústrias, a concorrência
de países como China e India, que têm custos de produção bem inferiores, e
também questões ligadas à legislação brasileira explicam esse cenário.
“Produzir aqui é mais restritivo do que importar. Existem hoje no mercado
cerca de 300 ingredientes ativos, dos quais apenas 10 a 15 produzidos no
Brasil”, afirmou. O produto de maior produção localmente é o herbicida
glifosato – não por acaso, também o de maior demanda.
Para 2014, o Sindiveg projeta um aumento de 6% nas vendas de defensivos no
Brasil, com avanços em algodão, café, milho e soja. Nos últimos cinco anos,
o mercado brasileiro cresceu a um ritmo mais acelerado (de 15% ao ano, em
média), mas problemas climáticos enfrentados em importantes regiões
produtoras este ano podem enxugar os investimentos. “Tudo depende também dos
preços internacionais. Se a soja disparar em Chicago, o produtor vai gastar
mais em tecnologia. Mas, por ora, não é essa a sinalização que temos. A
safra americana está indo muito bem”, afirma Sampaio. As informações são do
Valor.
(CS)
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50