Porto Alegre, 27 de agosto de 2018 – A China está intensificando os
esforços para interromper a rápida depreciação do iuane, numa mudança de
política que visa a controlar a fuga de capital e combater as críticas
norte-americanas de que Pequim estaria desvalorizando a moeda como parte da
guerra comercial. As informações são da agência de notícias “Dow Jones”.
Num comunicado publicado na sexta-feira, o braço de câmbio do Banco do
Povo da China (Pboc, o banco central do país) anunciou que está ajustando o
mecanismo usado para fixar a cotação oficial diária do iuane, a fim de
impedir que a moeda se deprecie rápido demais. Para isso, o banco central
reaplicou um “fator anticíclico” ao modelo de cálculo da cotação.
O Pboc fixa um valor para o iuane a cada dia e permite que a moeda flutue
até 2% acima ou abaixo deste ponto médio. O fator anticíclico, usado no
passado para contrapor forças do mercado, reforça o peso da mão do Pboc sobre
o valor do iuane e a reintrodução desta ferramenta é o mais recente passo
para apoiar a moeda.
No início do mês, o banco central readotou uma regra para a negociação
de iuanes que torna mais caro para os investidores apostar na queda da divisa. O
Pboc também têm alertado bancos comerciais e outros participantes do mercado
a não especular contra a iuane, segundo funcionários do governo chinês e
executivos de bancos.
Durante boa parte deste ano, o Pboc adotou uma postura menos
intervencionista sobre o iuane, que normalmente sofria forte controle, mesmo com
a queda de 10% no valor da moeda ante o dólar entre abril e agosto. No
entanto, a depreciação está reavivando no governo receios de que empresas e
indivíduos corram para tirar dinheiro da China.
O governo norte-americano de Donald Trump, por sua vez, suspeita que a
China quer um iuane mais fraco para ajudar os exportadores a amenizarem o
impacto das tarifas comerciais. Trump criticou Pequim novamente na semana
passada por manipular o iuane.
Embora a medida do Pboc possa ajudar a estabilizar a moeda no curto prazo,
a mudança de política significa que Pequim está, novamente, voltando atrás
nos esforços para deixar que o valor do iuane seja definido pelo mercado.
O fator anticíclico no cálculo da cotação foi introduzido pela primeira
vez em meados de 2017, quando o banco central tentava conter as expectativas de
depreciação. Em janeiro deste ano, quanto a moeda começava a se apreciar, o
Pboc suspendeu o uso do mecanismo, sinalizando que não queria que a moeda se
apreciasse demais e que as forças do mercado voltariam a ter mais influência.
No comunicado da última sexta-feira, o Sistema de Negociação de Câmbio
da China citou o fortalecimento do dólar e as tensões comerciais como os
principais motivos para que os investidores continuassem a apostar contra o
iuane. Segundo o texto, a readoção do fator anticíclico ajudaria a moeda a se
manter praticamente estável. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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