ECONOMIA: Bolsas europeias fecham mistas com PIB e possíveis estímulos/BCE

Porto Alegre, 26 de novembro de 2014 – A maioria dos principais índices
do mercado de ações da Europa fechou as negociações sem tendência definida,
com os investidores repercutindo positivamente o possível anúncio de novas
medidas por parte do Banco Central Europeu (BCE). Por outro lado, os dados do
Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido não viram tão bons quanto o
esperado.

O departamento nacional de estatísticas britânico confirmou na segunda
leitura que o PIB do Reino Unido cresceu 0,7% no terceiro trimestre em relação
ao trimestre anterior e avançou 3% na comparação com o mesmo período de
2013.

“Na superfície, o número parece bom, com crescimento de 0,7% sem
revisão [ante a primeira leitura], mas os detalhes não são bons, exceto pelo
crescimento do setor de serviços que foi revisados para 0,8% na comparação
trimestral, de 0,7% na leitura anterior”, afirmou Marc Ostwald, estrategista da
ADM Investor Services International.

Ele detalha que os investimentos caíram 0,7% na comparação trimestral,
enquanto os gastos do governo subiram 1,1%. Porém, o dado mais preocupante, diz
Ostwald, é a produção de eletricidade e gás, cujo crescimento foi rebaixado
de 6,5% (na primeira leitura) para 2,6%.

Do lado das notícias boas, o vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio,
afirmou que a autoridade monetária vai considerar a compra de títulos
soberanos no primeiro trimestre de 2015, em montantes proporcionais ao tamanho
de cada país, caso as medidas de estímulo anunciadas até agora não tenham o
efeito desejado.

Embora o mercado se anime com a possibilidade de um novo programa de
compras, Jonathan Loynes, economista-chefe da Capital Economics, chama atenção
para o fato de que, dependendo do tipo e do tamanho do programa, ele pode não
ser tão eficiente, pois os yields dos títulos já teriam sofrido uma queda
antecipada devido à expectativa pelo afrouxamento.

“Um programa de afrouxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do
BCE provavelmente não será suficientemente decisivo para aumentar as
expectativas de inflação”, afirmou Loynes em relatório.

O FTSE 100, de Londres, fechou com leve queda 0,03%, a 6.729,17 pontos, o
índice Dax-30, de Frankfurt, teve alta de 0,55%, a 9.915,56 pontos e o SMI-20,
de Zurique, teve ganho de 0,18%, a 9.058,94 pontos. Em Milão, o FTSE MIB caiu
0,36%, a 19.938,42 pontos, o CAC-40, de Paris, perdeu 0,20%, a 4.373,42 pontos e
o Ibex-35, de Madrid, perdeu 0,49%, a 10.647 pontos. As informações partem da
Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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