Porto Alegre, 28 de dezembro de 2015 – A economia brasileira entrou em
recessão técnica no segundo trimestre deste ano, quando encolheu 2,1%, vinda
de uma queda de 0,8% nos três primeiros meses de 2015, ambos em base
trimestral. A queda livre da economia se confirmou no terceiro trimestre com
retração de 1,7%. Foi a primeira vez na série histórica do IBGE que o país
teve três trimestres consecutivos de retração, acumulando recuo de 3,2% desde
janeiro. As informações partem da Agência CMA, que divulgou hoje a matéria
“Retrospectiva 2015”.
Os dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015 só
serão conhecidos em março do ano que vem, mas no relatório Focus, do Banco
Central, a estimativa é de retração de 3,70% neste ano. Tal desempenho, se
confirmado, deve fazer o país perder posições no ranking das maiores
economias do mundo.
Atualmente na sétima posição, o Brasil deve ser superado pela India em
2015, caindo para o oitavo lugar – no mínimo. É certo que grande parte das
nações também vêm sofrendo com a desaceleração econômica global, puxada
pela China. Mas o desempenho doméstico não foi afetado somente por fatores
externos.
Dados mais recentes do PIB local mostram que os três setores da atividade,
do lado da oferta, mostram recuo – incluindo a agropecuária, que vinha
impedindo um resultado mais negativo da economia. Do lado da demanda, o consumo
das famílias parou de dar uma contribuição positiva em 2015, ao passo que os
gastos do governo ficaram vacilantes. Já a formação bruta de capital fixo
(FBCF) cai há quase dez trimestres.
Nesse sentido, os números do PIB são um reflexo do conturbado cenário
econômico observado ao longo de 2015, com inflação, juros e desemprego em
alta; confiança em baixa e câmbio depreciado. Sem soluções no front
político para equilibrar o quadro doméstico, o país foi duplamente atingido –
por fatores internos e externos. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 26/06/2025 13:30