ECONOMIA: Conselho Europeu está pronto para negociações do Brexit

Porto Alegre, 29 de março de 2017 – O Conselho Europeu (grupo dos
presidentes e primeiros-ministros da União Europeia) confirmou o recebimento da
carta enviada pelo governo britânico dando início ao processo de separação
entre o Reino Unido e o bloco econômico.

“Nós lamentamos que o Reino Unido esteja saindo da União Europeia, mas
estamos prontos para o processo que teremos que seguir agora”, disse o grupo
num comunicado. A carta dos britânicos aciona o Artigo 50 do Tratado de Lisboa,
que dá a largada a um período de dois anos para que as partes negociem os
termos da separação.

Os líderes europeus afirmam que o primeiro passo será a adoção de
diretrizes que nortearão a negociação com os britânicos, determinando
posições e princípios. Nesta sexta-feira, o presidente do Conselho Europeu
Donald Tusk, entregará aos demais membros do grupo uma proposta de diretrizes
que deverá ser discutida e aprovada em reunião no dia 29 de abril.

“Nessas negociações, a União Europeia agirá unida e preservará seus
interesses. Nossa prioridade é minimizar a incerteza causada pela decisão do
Reino Unido para nossos cidadãos, empresas e Estados membros”, diz o
comunicado. “Vamos abordar as negociações de forma construtiva e nos
esforçaremos para chegar a um acordo. No futuro, esperamos que o Reino Unido
continue sendo um parceiro próximo”.

Em coletiva de imprensa, Tusk reiterou o desejo de manter conversas
construtivas com os britânicos, mas não escondeu seu descontentamento. “Não
há razão para fingir que esse é um dia feliz, nem em Bruxelas, nem em
Londres”, disse ele a jornalistas. “Não vou fingir que estou feliz, mas,
paradoxalmente, o Brexit trouxe algo positivo: tornou nossa união de 27 países
mais determinada e mais unida”.

Tusk afirmou que os países da UE estão decididos a seguir juntos e a
proteger seus interesses. “Não há nada a ganhar neste processo. Em essência,
se trata de controle de danos”, disse ele. “Nossa meta é minimizar os custos
para cidadãos, empresas e países. Faremos tudo o que está ao nosso alcance e
temos as ferramentas necessárias para atingir essa meta”.

Por fim, ele lembra que, até o final das negociações, as leis europeias
continuam se aplicando ao Reino Unido. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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