São Paulo, 28 de março de 2023 A ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom/BC), realizada nos dias 21 e 22 de março, destacou, mais uma vez, de forma
consistente o tema fiscal. “O Comitê avalia que o compromisso com a execução do pacote fiscal
demonstrado pelo Ministério da Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na
reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de
alta sobre a inflação no curto prazo”.
Segundo a ata, o Comitê seguirá acompanhando o desenho, a tramitação e a implementação do
arcabouço fiscal que será apresentado pelo Governo e votado no Congresso. O Copom enfatizou que
não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço
fiscal, uma vez que a primeira segue condicional à reação das expectativas de inflação, às
projeções da dívida pública e aos preços de ativos.
No entanto, o Comitê destaca que “a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal
sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no
canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio
de risco associado aos ativos domésticos”, completou o documento.
Balanço de riscos
As alterações nas projeções de inflação do Copom seguem sendo primordialmente afetadas
pelas alterações nas expectativas, tal como na última reunião. “Por fim, no balanço de riscos,
o maior debate se deu, de um lado, entre uma maior desancoragem das expectativas de inflação para
prazos mais longos e, de outro lado, uma redução mais abrupta da concessão de crédito doméstica
ou global impactando a atividade econômica”.
O Copom enfatizou que a execução da política monetária, neste momento, requer “serenidade e
paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de
juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária”.
O Comitê reforçou que a harmonia entre as políticas monetária e fiscal reduz distorções,
diminui a incerteza, facilita o processo de desinflação e fomenta o pleno emprego ao longo do
tempo. Nesse aspecto, o Comitê reforça a importância de que a concessão de crédito, público e
privado, se mantenha com taxas competitivas e sensíveis à taxa básica de juros.
Decisão
Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações
disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que
essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta
ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024. “Sem
prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também
implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”,
especifica a ata.
Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a
estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de
assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se
consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno
de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos. O Comitê
enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em
retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Dylan Della Pasqua / Agência CMA
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