Porto Alegre, 16 de setembro de 2014 – Pesquisadores do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) revisaram as
projeções do cenário econômico para baixo, após divulgação de queda do
Produto Interno Bruto (PIB) em 0,6%, no segundo trimestre do ano, na
comparação com o primeiro trimestre. Os dados foram apresentados ontem (15) no
seminário trimestral de Análise Conjuntural.
De acordo com o instituto, os dados do segundo trimestre confirmam que a
desaceleração é forte, com queda na produção industrial há quatro
trimestres, além de queda nos investimentos e na poupança. Com isso, a
projeção dos economista é que o PIB cresça 0,1% no terceiro trimestre,
fechando o ano com crescimento de 0,2%. De acordo com a pesquisadora Silvia
Matos, do Ibre-FGV, a previsão há quatro meses era 1,5%, e já tinha sido
revisada para 0,6%, caindo novamente com a divulgação do resultado oficial.
“O PIB veio um pouquinho pior no segundo trimestre, e a recuperação no
terceiro trimestre está sendo bem mais fraca do que poderia ser, se fosse algo
mais transitório, como o efeito Copa, de piora de expectativas. Parece que,
realmente, a indústria de transformação está sofrendo mais. A gente tem
visto uma melhora, mas é muito pequena e não compensa as perdas. A
construção civil tem mostrado uma piora muito forte e o setor de serviços –
que depende da renda de outros setores da economia – tem crescido cada vez
menos. Então, ele não segura mais o crescimento do PIB, logo, o crescimento
vai ser mais fraco mesmo neste ano”.
Para 2015, a previsão do Ibre é que a economia continue com crescimento
baixo, em torno de 0,5%, além de inflação alta, acima de 6%, como neste ano.
Silvia destaca que o ano eleitoral impossibilita grandes mudanças econômica,
mas diz que os ajustes fiscais precisam ser feitos em 2015.
“Para o ano que vem, estamos mais próximos de 1% (de crescimento do PIB),
mas pode até ser pior, vai depender do que acontecer no cenário de
ajustamento macroeconômico, que vai ser necessário. A inflação continua
muito forte, o cenário externo continua desafiador, e para começar, o próximo
governo vai ter que fazer um ajuste fiscal. A gente pode esperar um ano
difícil ainda, no ano que vem, mas se os ajustes forem feitos, podemos esperar
um crescimento maior nos próximos anos”, acrescentou.
Apesar das previsões ruins, a pesquisadora explica que não se trata de
recessão. “Recessão é quando vem um choque muito forte e a economia desaba.
Agora, a economia desacelerou e não está voltando rápido, então, na média,
é um crescimento mais próximo de zero. E para o ano que vem a gente espera um
crescimento positivo, porque tem setores que ainda podem crescer, como os
setores agropecuário, extrativo e a indústria de transformação, que caiu
mais de 3% neste ano e deve ter alguma recuperação, porque tem essa coisa
cíclica. Alguma coisa deve voltar, mas ainda não dá para esperar um
crescimento acima de 1% para o não que vem – 1% seria para comemorar mesmo”,
disse ela. As informações são da Agência Brasil.
Revisão: Rodrigo Ramos / Agência SAFRAS
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