Porto Alegre, 12 de julho de 2023 – O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) e membro
do Conselho Executivo da instituição, Philip R. Lane, afirmou nesta quarta-feira que, de acordo
com sua análise, os efeitos completos dos aumentos de juros recentes do BCE “só serão observados
nos próximos dois anos”.
Em comentários preparados para o painel “Discussion on Banking Solvency and Monetary Policy” do
National Bureau of Economic Research (NBER), Lane destacou que “a duração típica e a transmissão
monetária significam que o impacto econômico total dos apertos no ano passado só ocorrerá nos
próximos dois anos”.
O economista-chefe também enfatizou o papel fundamental do setor bancário nesse processo,
afirmando que “a transmissão continuará a se fortalecer com a repactuação contínua do
financiamento bancário, enquanto a repactuação dos empréstimos a taxa fixa vincendos
pressionará ainda mais as taxas ativas agregadas”.
Lane ressaltou ainda que “qualquer deterioração do ambiente macroeconômico também
reforçaria o canal bancário, reduzindo a demanda por empréstimos e aumentando os riscos de
crédito”.
Para uma análise mais abrangente do canal bancário de aperto da política monetária, Lane
mencionou a importância de considerar “dados bancários, financeiros e econômicos mais amplos, o
BLS (Pesquisa de Empréstimos Bancários do BCE) de julho nos ajudará a atualizar nossa
avaliação”. Segundo ele, essa abordagem baseada em dados é essencial para uma compreensão mais
precisa dos efeitos da política monetária sobre o setor bancário e sua transmissão para a
economia real.
O economista-chefe destacou ainda que, à medida que o aperto cumulativo da política monetária
ganha força, “o impacto compensatório desses fatores diminuirá plausivelmente, com a queda dos
lucros ou uma desaceleração na renda das famílias, ampliando o impacto do canal de crédito”. Com
informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 07/11/2024 17:50