Porto Alegre, 29 de março de 2023 – Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em fevereiro de 2023, os preços da indústria variaram -0,30% frente a janeiro. O acumulado
no ano atingiu -0,01%, terceiro menor já registrado para um mês de fevereiro desde o início da
série histórica, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em 1,38%. Em fevereiro, 11 das 24
atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações negativas de preço ante o
mês imediatamente anterior.
O Indice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os
preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias
econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e
não duráveis).
Em fevereiro de 2023, os preços da indústria variaram -0,30% frente a janeiro. Onze das 24
atividades industriais investigadas apresentaram variações negativas ante o mês imediatamente
anterior, acompanhando o sinal do índice da indústria geral.
As quatro maiores variações foram: vestuário (4,91%); indústrias extrativas (3,00%); outros
produtos químicos (-2,43%); e bebidas (1,79%). Já a maior influência foi em outros produtos
químicos, setor de maior destaque na composição do resultado agregado. A atividade foi
responsável por -0,21 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,30% da indústria
geral. Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e
biocombustíveis, (-0,20 p.p. de influência), alimentos (-0,18 p.p.) e indústrias extrativas (0,14
p.p.)
O acumulado no ano atingiu -0,01%, ante 0,29% de janeiro. Este é o terceiro menor já
registrado para um mês de fevereiro desde o início da série histórica, em 2014. Em 2022, a taxa
acumulada até o mês de fevereiro havia sido de 1,74%.
As maiores variações foram em indústrias extrativas (12,90%), bebidas (7,26%), vestuário
(5,82%) e papel e celulose (-3,93%). As principais influências foram registradas em indústrias
extrativas (0,56 p.p.), refino de petróleo e biocombustíveis (-0,37 p.p.), outros produtos
químicos (-0,30 p.p.) e bebidas (0,16 p.p.).
O acumulado em 12 meses foi de 1,38%, ante 2,24% de janeiro. As quatro maiores variações
foram: bebidas (18,13%); vestuário (17,61%); impressão (16,03%); e fumo (15,36%). Já os setores
de maior influência foram: outros produtos químicos (-1,39 p.p.); alimentos (1,00 p.p.);
indústrias extrativas (-0,70 p.p.); e metalurgia (-0,54 p.p.).
A variação de preços de -0,30% em relação a janeiro repercutiu da seguinte maneira entre as
grandes categorias econômicas: -0,22% de variação em bens de capital (BK); -0,69% em bens
intermediários (BI); e 0,32% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de
consumo duráveis (BCD) foi de 0,13%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não
duráveis (BCND) foi de 0,36%.
A principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens
intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 57,18% e respondeu por -0,40 p.p.
da variação de -0,30% nas indústrias extrativas e de transformação.
Completam a lista, bens de consumo, com influência de 0,11 p.p. e bens de capital com -0,02
p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em fevereiro se divide em 0,01 p.p., que
se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,10 p.p. associado à variação
de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado no ano a variação foi de -0,47%, no caso de bens de capital; -0,37% em bens
intermediários; e 0,67% em bens de consumo – sendo que bens de consumo duráveis acumulou
variação de 0,91%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 0,62%.
Em termos de influência no resultado acumulado até fevereiro, bens de capital foi responsável
por -0,03 p.p. dos -0,01% verificados na indústria geral até fevereiro deste ano. Bens
intermediários, por seu turno, respondeu por -0,21 p.p., enquanto bens de consumo exerceu
influência de 0,24 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,05 p.p.
devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 0,18 p.p. causados pelas
variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 8,14% em
fevereiro/2023. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram -1,62% neste intervalo de
um ano e a variação em bens de consumo foi de 5,18%, sendo que bens de consumo duráveis
apresentou variação de preços de 6,33% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 4,96%.
Em relação às influências, com peso de 35,40% no cálculo do índice geral, bens de consumo
foi responsável por 1,77 p.p. dos 1,38% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste
mês de referência. No resultado de fevereiro de 2023, houve, ainda, influência de 0,57 p.p. de
bens de capital e de -0,95 p.p. de bens intermediários.
O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,35 p.p. por bens de consumo
duráveis e em 1,42 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso
de 83,52% no cômputo do índice daquela grande categoria.
Indústrias extrativas – depois de ter tido variações negativas de preços ao longo dos
últimos sete meses de 2022, a variação foi positiva, em 3,00%. Com isso, o acumulado no ano
chegou a 12,90%. Já na comparação fevereiro de 2023 contra fevereiro de 2022, os preços atuais
estão 12,40% menores que aqueles.
O destaque dado ao setor se deveu ao fato de que a variação de preços, nas três
comparações feitas na análise, foi positivamente a segunda mais intensa no indicador mensal, e a
primeira no acumulado no ano. Foi também a quarta influência no indicador mensal (0,14 p.p., em
-0,30%), a primeira no acumulado no ano (0,56 p.p., em -0,01%) e a terceira no acumulado em 12 meses
(-0,70 p.p., em 1,38%).
O resultado positivo observado entre janeiro e fevereiro esteve em linha com o aumento de
preços dos minérios de ferro, haja vista que os demais produtos, em particular “óleos bruto de
petróleo”, apresentaram variações negativas de preços.
Alimentos – na passagem de janeiro para fevereiro, os preços do setor variaram, em média,
-0,73%, voltando ao campo negativo depois de dois meses consecutivos de variações positivas. A
taxa negativa de fevereiro é a mais intensa desde setembro de 2022, -1,10%. Com o resultado atual,
o acumulado no ano chegou a -0,25%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 4,28%, 1,47 p.p. abaixo
daquele observado em janeiro de 2023.
A variação dos preços de alimentos, entre todas as dos setores que compõem as indústrias
extrativas e de transformação, exerceu a terceira mais intensa influência no indicador mensal
(-0,18 p.p., em -0,30%) e a segunda no acumulado em 12 meses (1,00 p.p., em 1,38%).
Dois grupos entre os que são explorados na pesquisa tiveram variação em sentido contrário à
do setor: “laticínios” (1,00%) e “fabricação e refino de açúcar” (0,66%). O clima adverso
explica em boa parte o comportamento dos derivados de leite, enquanto, no caso dos derivados de
cana, uma menor oferta estaria na base da variação observada. Mas, como a variação de preços do
setor foi negativa, vale dizer que, entre os grupos, aquele que se destacou foi o de “fabricação
de óleos e gorduras vegetais e animais” (-3,95%).
Bebidas – em fevereiro, houve elevação de 1,79% dos preços do setor em relação ao mês
anterior. Uma variação menos intensa que a de janeiro (5,38%), mas ainda assim entre as
variações de destaque, sendo a quarta maior, em termos absolutos, dentre as demais atividades.
À exceção de dezembro de 2022, o setor permanece com tendência positiva dos preços desde
abril de 2021. Os preços da atividade acumularam aumento de 7,26% no ano; segunda maior variação
e a quarta maior influência no indicador acumulado no ano (0,16 p.p. em -0,01%) em relação às
outras atividades, além de ser a maior variação para fevereiro no setor desde o início da série
em 2010.
Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, ocorreu um aumento de 18,13% dos preços,
sendo a maior variação dentre as atividades pesquisadas.
Refino de petróleo – na passagem de janeiro para fevereiro, os preços do setor variaram
-1,66%, terceira taxa negativa consecutiva. Com isso, o acumulado no ano ficou em -3,12%. O
acumulado em 12 meses continua no campo positivo, apontando que os preços de fevereiro de 2023
foram 3,49% maiores do que os de fevereiro de 2022. Nessa comparação, trata-se do menor resultado
desde janeiro de 2021 (-1,22%).
A variação de preços observada no setor foi a segunda de maior influência entre todos os
setores industriais, tanto no indicador mensal (-0,20 p.p., em -0,30%), quanto no acumulado no ano
(-0,37 p.p., em -0,01%).
Outros químicos – em fevereiro, a indústria química apresentou mais um recuo de preços
médios na comparação com o mês imediatamente anterior, -2,43%. Com isso, o resultado o setor
acumulou o oitavo mês consecutivo de taxas negativas no indicador mensal. O momento deflacionário
na atividade química tem sido, ao longo dos meses, protagonista na determinação do resultado da
indústria geral. Em fevereiro não foi diferente, o recuo de -2,43% foi a terceira variação mais
intensa percebida dentre todos os setores investigados pelo IPP e, dado seu peso no cômputo do
índice geral, o setor exerceu a maior influência no resultado agregado, -0,21 p.p. na taxa média
de -0,30% das indústrias extrativas e de transformação.
A intensidade da redução de preços neste mês foi responsável, também, por colocar a
indústria química entre as maiores influências no resultado acumulado no ano do IPP (terceira
maior influência). A inflação geral na porta da fábrica reverteu o sinal de janeiro e em
fevereiro acumulou -0,01% de variação no ano – os químicos responderam por -0,30 p.p. na soma
desse resultado, com uma variação de -3,44%.
Na comparação com fevereiro de 2022, o setor registrou uma deflação de -13,98%, resultado
que consolida o impacto de sua trajetória de queda dos preços sobre a dinâmica da indústria no
acumulado em 12 meses. O IPP vem desacelerando desde o segundo semestre de 2022 e, em fevereiro
chegou a 1,38%, tendo a principal influência exercida pela atividade química, que respondeu por
-1,39 p.p. na composição daquela taxa.
Metalurgia – na comparação fevereiro contra janeiro, a variação de preços da atividade foi
de 0,33%, segundo resultado positivo consecutivo no indicador após uma série de sete meses em
queda, entre junho e dezembro de 2022. Desta forma, nos primeiros dois meses de 2023, a atividade
acumula em aumento de 0,40%. Nos últimos 12 meses, o setor acumula uma redução de 7,98%, uma
queda menos intensa do que a observada no mês anterior para o mesmo indicador (-10,62%), mas ainda
distante do resultado observado em fevereiro de 2022, quando o setor havia acumulado uma alta de
18,71% nos últimos 12 meses. E é justamente no indicador acumulado em 12 meses que o setor se
destacou neste mês, apresentando a quarta maior influência dentre as 24 atividades pesquisadas no
IPP, com -0,54 p.p. em 1,38% da variação da Indústria Geral.
O grupo econômico siderúrgico também apresentou alta no mês, com um resultado de 0,32% em
fevereiro, acumulando uma variação de 0,22% nos dois primeiros meses do ano. Porém, nos últimos
12 meses, o resultado do grupo continua no campo negativo, com uma variação de -6,10%. Vale
lembrar que o grupo siderúrgico é afetado, principalmente, pela recomposição de estoques na
cadeia do consumidor e pelos preços dos minérios de ferro, que, apesar dos aumentos nos últimos
meses, ainda apresenta preços mais baixos na comparação em 12 meses. Além disso, deve ser
considerada a apreciação do real frente ao dólar acumulada durante os últimos 12 meses, de 0,5%.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45