Porto Alegre, 29 de agosto de 2017 – Em julho de 2017, o Indice de Preços
ao Produtor teve variação de -0,99% em relação ao mês anterior, número
inferior ao observado na comparação entre junho e maio de deste ano (-0,20%),
de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Entre as 24 atividades, seis tiveram alta de preços, contra 16 do mês
anterior. O acumulado no ano atingiu -1,27%, contra -0,29% em junho. Esta é a
segunda maior queda acumulada no ano em toda a série do IPP, perdendo apenas
para o acumulado no ano de abril de 2016 (-1,49%).
O Indice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de
Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de
fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes
categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de
consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis).
Em julho, a variação de preços de -0,99% frente a junho repercutiu da
seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: -0,62% em bens de
capital; -1,05% em bens intermediários; e -0,99% em bens de consumo, sendo que
0,19% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e -1,36% em bens
de consumo semiduráveis e não duráveis.
As influências das grandes categorias econômicas sobre o IPP de julho foram de
-0,05 p.p. de bens de capital, -0,59 p.p. de bens intermediários e -0,35 p.p.
de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,37 p.p. foi devido às
variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não
duráveis e 0,02 p.p. vieram dos bens de consumo duráveis.
Na perspectiva do acumulado no ano (mês atual contra dezembro do ano
anterior), as variações de preços da indústria acumularam, até julho,
variação de -1,27%, sendo 1,46% a variação de bens de capital (com
influência de 0,12 p.p.), -1,15% de bens intermediários (-0,64 p.p.) e -2,12%
de bens de consumo (-0,76 p.p.). No último caso, este resultado foi
influenciado em 0,27 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -1,03
p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços da indústria alcançou,
em julho, 1,11%, com as seguintes variações: bens de capital, 4,06% (0,35
p.p.); bens intermediários, 1,05% (0,58 p.p.); e bens de consumo, 0,50% (0,18
p.p.), sendo a influência de bens de consumo duráveis 0,42 p.p. e a de bens de
consumo semiduráveis e não duráveis -0,25 p.p.
Em julho de 2017, frente ao mês anterior, 18 das 24 atividades tiveram
queda de preços, contra oito do mês anterior. As quatro maiores variações
foram observadas nas seguintes atividades industriais: perfumaria, sabões e
produtos de limpeza (-2,22%), alimentos
(-2,00%), fumo (-1,95%) e indústrias extrativas (-1,81%). Em termos de
influência, sobressaíram alimentos (-0,41 p.p.), refino de petróleo e
produtos de álcool (-0,14 p.p.), outros produtos químicos (-0,14 p.p.) e
metalurgia (-0,11 p.p.).
No acumulado no ano (-1,27%), as atividades que tiveram as maiores
variações percentuais foram indústrias extrativas (-16,88%), minerais
não-metálicos (-7,28%), alimentos (-6,47%) e metalurgia (5,80%) e os setores
de maior influência foram: alimentos (-1,39 p.p.), indústrias extrativas
(-0,62 p.p.), metalurgia (0,43 p.p.) e veículos automotores (0,33 p.p.).
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação de preços em
julho foi de 1,11%, contra 1,53% em junho de 2017. As quatro maiores altas
ocorreram em indústrias extrativas (12,26%), metalurgia (10,46%), minerais
não-metálicos (-6,08%) e veículos automotores (5,97%). Neste indicador, os
setores de maior influência foram: alimentos (-1,21 p.p.), metalurgia (0,75
p.p.), veículos automotores (0,64 p.p.) e indústrias extrativas (0,34 p.p.).
Indústrias extrativas
Em julho, os preços do setor variaram em -1,81%, os principais recuos
entre as indústrias extrativas e de transformação. O acumulado no ano ficou
em -16,88%, com influência destacada (-0,62 p.p) sobre o indicador acumulado da
indústria geral (-1,27%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior (12,26%),
houve variação positiva nos preços de todos os produtos. No mês, à
exceção dos “óleos brutos de petróleo”, todos os produtos pesquisados na
atividade apresentaram variação negativa em seus preços. Já em relação ao
mesmo mês do ano anterior, todos os produtos do setor apresentaram expansão de
preços, com destaque para os “minérios de ferro”.
Alimentos
Os preços do setor recuaram, em média, -2,00%, terceira maior queda da
série, atrás de fevereiro de 2013 (-2,58%), e de janeiro de 2017 (-2,23%). O
acumulado no ano (-6,47%), assim como a comparação julho 2017/julho 2016
(-5,57%) apresentaram a maior variação negativa da série, independe do mês e
do ano considerados. O setor é aquele de maior contribuição no cálculo do
índice (20,92%).
Entre os produtos, “açúcar demerara, inclusive açúcar VHP”,
“açúcar cristal” e “leite esterilizado / UHT / Longa Vida” se destacaram
em termos de variação e influência. “Preparações e conservas de peixes”
foi o quarto produto entre as variações e é o único com variação positiva
nas duas listas. Entre as influências, “carnes de bovinos frescas ou
refrigeradas” foi o quarto produto, seguindo a tendência negativa geral do
setor. Os quatro produtos de maior influência responderam por -1,39 p.p. em
-2,00%.
Essas quedas mais expressivas nos preços dos produtos (os dois açúcares,
o leite e a carne fresca ou refrigerada) estão ligadas, em grande parte, ao
período de colheita (cana), o bom clima, que tem possibilitado a maior
captação de leite, e à oferta maior de animais para abate.
Refino de petróleo e produtos de álcool
A variação média de -1,38% representa o quinto resultado negativo do ano
(os únicos positivos foram janeiro, 5,54%, e maio, 2,45%). O acumulado do ano
foi de -3,17% e nos últimos 12 meses, -0,78%, resultado negativo que não
ocorria desde dezembro de 2016 (-2,44%). O setor é o terceiro em termos de
contribuição (10,16%), e é a segunda maior influência no cálculo da
variação observada entre junho e julho (-0,14 p.p. em -0,99%). Entre os
produtos, “álcool etílico (anidro ou hidratado)” foi destaque tanto em
termos de variação quanto de influência. Entre os derivados de petróleo, as
variações são preponderantemente negativas, com exceção de “óleos
lubrificantes básicos”, na perspectiva da variação, e de “gasolina
automotiva”, na da influência.
Outros produtos químicos
A queda de preços de -1,42% foi a terceira variação negativa de 2017. O
acumulado no ano alcançou 1,51%, o que contribuiu para a manutenção da queda
de preços acumulada nos últimos 12 meses (-0,16%), que tem sido uma constante
desde março de 2016, (5,34%), com exceções em abril de 2017 com 0,01% e maio
de 2016 com 0,03%.
As principais variações ocorreram em produtos que não fazem parte dos
que apresentam o maior peso de cálculo: “amoníaco”, “borracha de
estireno-butadieno” e “PEBD”, os três com resultados negativos, e “tintas
de impressão”, com resultado positivo. Todos os quatro produtos de maior
influência no mês tiveram resultados negativos, sendo que apenas
“polipropileno (PP)” também está entre os quatro de maior peso de cálculo.
Os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente
anterior representaram -1,00 p.p. no resultado do mês, ou seja, os demais 28
produtos contribuíram com -0,42 p.p. no resultado do mês.
Metalurgia
A variação de -1,34% foi o segundo resultado negativo no ano. O acumulado
de 2017 (5,80%) foi a maior variação positiva de preços entre todas as 24
atividades analisadas. Nos últimos 12 meses a variação foi de 10,46%. Em
relação aos produtos que mais influenciaram os resultados no mês contra mês
anterior, aparecem os quatro de maior peso na atividade, todos com resultados
negativos, são eles: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao
carbono”, “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas a
quente de aços ao carbono, não revestidas” e “alumínio não ligado em
formas brutas”. Entre os 22 produtos selecionados para a pesquisa, os quatro
com destaque na análise de influências do tipo mês contra mês anterior,
mencionados anteriormente, representaram -1,31 p.p. da variação no mês, ou
seja, os demais 18 produtos influenciaram em -0,03 p.p.
Veículos automotores
A variação observada no setor (0,18%) foi a décima segunda taxa positiva
seguida da atividade. O acumulado no ano (3,09%) apresentou a segunda maior
variação positiva para o mês de julho desde o início da série histórica,
ficando atrás apenas de julho de 2015 (3,54%). Além de ser um dos setores de
maior peso no cálculo do indicador geral (atrás apenas do setor de alimentos),
a atividade de veículos automotores também se destacou, dentre todos os
setores pesquisados, em outros três indicadores: apresentou a quarta maior
variação acumulada nos últimos 12 meses (5,97%); a quarta maior influência
na variação acumulada no ano (0,33 p.p. em -1,27%); e a terceira maior
influência na variação acumulada nos últimos 12 meses (0,64 p.p. em 1,11%).
Entre os quatro produtos de maior influência no mês contra mês anterior,
dois tiveram impacto positivo no índice (“carrocerias para ônibus” e
“automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de
qualquer potência”, este último o produto de maior peso na atividade). Os
outros dois produtos dentre os de maior influência impactaram negativamente o
indicador: “peças para motor de veículos automotores” e “caminhão-trator
para reboques e semirreboques” (os produtos que apresentam, respectivamente, o
terceiro e o quarto maior peso no setor, freando uma maior variação média de
preços da atividade no mês). A influência desses quatro produtos que mais
impactaram a variação mensal foi de 0,19 p.p. em 0,18%, ou seja, os demais 21
produtos da atividade contribuíram com -0,01 p.p. As informações partem da
assessoria de imprensa do IBGE.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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