Porto Alegre, 30 de agosto de 2023 – Em julho de 2023, os preços da indústria variaram -0,82%
frente a junho, sexta queda consecutiva. Nessa comparação, 16 das 24 atividades industriais
tiveram queda de preços. O acumulado no ano foi de -7,23%, o menor para um mês de julho desde o
início da série histórica, em 2014. O acumulado em 12 meses ficou em -14,07%.
O Indice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os
preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias
econômicas.
As quatro maiores variações no indicador mensal foram: indústrias extrativas (5,08%);
vestuário (3,12%); refino de petróleo e biocombustíveis (-2,91%); e metalurgia (-2,59%).
Já os setores de maior influência no resultado agregado foram: alimentos (-0,33 ponto
percentual); refino de petróleo e biocombustíveis (-0,29 p.p.); indústrias extrativas (0,22
p.p.); e metalurgia (-0,17 p.p.).
O acumulado no ano foi de -7,23%. A título de comparação, o acumulado do ano até julho de
2022 foi de 11,37%. O acumulado até julho de 2023 foi o menor para um mês de julho desde o início
da série histórica, em 2014.
As maiores variações acumuladas no ano entre as atividades foram: refino de petróleo e
biocombustíveis (-25,57%), outros produtos químicos (-18,47%), papel e celulose (-16,01%) e
vestuário (9,30%).
Já as principais influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (-3,06 p.p.),
outros produtos químicos (-1,62 p.p.), alimentos (-1,52 p.p.) e papel e celulose (-0,54 p.p.)
O acumulado em 12 meses foi de -14,07% em julho. No mês anterior, este mesmo indicador havia
registrado taxa de -12,37%. Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação
de julho com junho foram: refino de petróleo e biocombustíveis (-39,23%); outros produtos
químicos (-32,93%); indústrias extrativas (-28,31%); e metalurgia (-15,21%).
Os setores de maior influência no resultado agregado foram: refino de petróleo e
biocombustíveis (-5,33 p.p.); outros produtos químicos (-3,24 p.p.); alimentos (-2,65 p.p.); e
indústrias extrativas (-1,57 p.p.).
Entre as grandes categorias econômicas, o resultado de julho repercutiu assim: -0,42% de
variação em bens de capital (BK); -0,63% em bens intermediários (BI); e -1,19% em bens de consumo
(BC), sendo que a variação de bens de consumo duráveis (BCD) foi de -0,22%, ao passo que nos bens
de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de -1,39%.
A principal influência veio de bens de consumo, cujo peso na composição do índice geral foi
de 36,95% e respondeu por -0,44 p.p. da variação de -0,82% da indústria.
Completam a lista, bens intermediários, com influência de -0,35 p.p. e bens de capital com
-0,03 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em julho se divide em -0,01 p.p.,
que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,43 p.p. associado à
variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado no ano a variação das grandes categorias econômicas chegou a: -1,69%, no caso de
bens de capital; -10,84% em bens intermediários; e -2,51% em bens de consumo – sendo que bens de
consumo duráveis acumulou variação de 1,54%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não
duráveis, -3,30%.
Bens de capital foi responsável por -0,13 p.p. dos -7,23% verificados na indústria geral até
julho deste ano. Bens intermediários respondeu por -6,22 p.p., enquanto bens de consumo exerceu
influência de -0,88 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,09
p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e -0,97 p.p. causados pelas
variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 0,81% em julho de
2023. Os preços dos bens intermediários variaram -19,80% neste intervalo de um ano e a variação
em bens de consumo foi de -7,08%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de 3,51%
e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de -9,01%.
Em termos de influência, com peso de 7,90% no cálculo do índice geral, bens de capital foi
responsável por 0,05 p.p. dos -14,07% de variação acumulada em 12 meses na indústria em julho.
Houve, ainda, influência de -2,42 p.p. de bens de consumo e de -11,70 p.p. de bens intermediários.
O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,18 p.p. por bens de consumo
duráveis e em -2,60 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso
de 82,88% no cômputo do índice daquela grande categoria.
Indústrias extrativas – Os preços de julho subiram 5,08% ante junho. Isso não impediu, que o
acumulado no ano permanecesse negativo (-1,43%), assim como os preços do mês contra igual mês do
ano anterior (-28,31%), o que vem ocorrendo desde junho de 2022.
O resultado do setor foi o maior na análise de julho contra junho e o terceiro no índice dos
últimos 12 meses. Por outro lado, foi a terceira influência no julho contra junho (0,22 p.p., em
-0,82%) e a quarta no acumulado em 12 meses (-1,57 p.p., em -14,07%).
Alimentos – Frente a junho, os preços do setor caíram 1,36%. É o terceiro resultado negativo
consecutivo, nessa perspectiva, e o quinto no ano. O acumulado no ano chegou a -6,29%. Vale dizer
que, nesse caso, não havia um resultado negativo desde julho de 2019 (-0,31%) e o primeiro que
supera em intensidade este de agora é o de julho de 2017, -6,56%.
Já na comparação julho de 2023 contra julho 2022, a variação foi de -11,23%, a queda mais
intensa da série. Já o número-índice de julho de 2022 é o mais alto da série, 188,97.
O destaque dado ao setor se deve ao fato de ser a primeira influência na comparação julho
contra junho (-0,33 p.p., em -0,82%) e a terceira tanto no acumulado no ano (-1,52 p.p., em -7,23%)
quanto nos últimos 12 meses (-2,65 p.p., em -14,07%).
Dos quatro produtos de maior influência no resultado mensal, três pertencem ao grupo de “abate
e fabricação de produtos de carne” e um ao de “fabricação e refino de açúcar”. A variação de
preço dos quatro produtos é negativa. No caso das carnes, de boi, de frango e de porco, dois
fatores contribuíram para essa queda: uma maior oferta de animais para abate e a apreciação do
real frente ao dólar. No caso do “açúcar cristal”, deve-se considerar, também, que nesse mês
ocorre o pico da safra.
Papel e celulose -A atividade apresentou variação positiva de 0,86% em julho contra junho,
interrompendo a sucessão de resultados negativos ocorridos desde dezembro de 2022. Esse resultado
atenuou o acumulado no ano (-16,01%), o terceiro maior, em módulo, na indústria geral. Em
relação aos últimos 12 meses, a atividade apresentou resultado de -12,30%.
Os resultados nos indicadores de curto e mais longo prazo do setor corroboram a aderência à
dinâmica dos preços internacionais da celulose, que após um 2022 de forte recomposição de
estoques, esteve em queda no primeiro semestre de 2023. Houve, em julho, alguma recuperação de
demanda pelo produto, provocando viés de alta no mercado internacional. O preço doméstico
acompanhou os mercados globais, mesmo diante da apreciação cambial. A alta de julho esteve
acompanhada de movimento similar em demais produtos do setor.
Refino de petróleo e biocombustíveis – Assim como vem ocorrendo desde dezembro de 2022, a
variação de preços, ante o mês anterior, foi negativa em julho: -2,91%. Com isso, o acumulado no
ano foi a -25,57%, a queda mais intensa em igual mês na série, e o primeiro negativo desde julho
de 2020 (-16,62%). No acumulado em 12 meses, a variação foi de -39,23%, também o resultado
negativo mais intenso da série. Deve-se observar que a comparação está feita contra o mês cujo
número-índice é o mais alto, julho de 2023, 262,34.
O destaque dado ao setor se deve ao fato de, em termos de variação, ter sido a terceira (no
campo negativo) mais intensa na comparação mensal e a primeira no acumulado no ano e no acumulado
em 12 meses (ambas negativas). Em termos de influência, foi a segunda na comparação de julho
contra junho (-0,29 p.p., em – 0,82%) e a primeira no acumulado no ano (-3,06 p.p., em -7,23%) e no
acumulado em 12 meses (5,33 p.p., em -14,07%).
Outros químicos – Os preços dos químicos recuaram por mais um mês na porta da fábrica: em julho
apresentou uma retração de 1,79% em relação aos preços médios de junho. Embora o recuo nos
preços tenha dado continuidade na sequência deflacionária do setor (iniciada no segundo semestre
de 2022), a magnitude de queda nesse mês de referência foi menos intensa do que o observado nos
três meses anteriores e essa diferença pode ser associada a uma ligeira mudança em relação ao
quadro conjuntural observado no último trimestre.
Na perspectiva de mais longo prazo, o registro de mais uma redução geral nos preços em julho
(apesar das pressões focais de demanda) levou o indicador acumulado no ano a -18,47% e em 12 meses
o setor acumula redução de 32,93% nos preços. Em ambos os indicadores a indústria química foi
destaque, pela magnitude das taxas registradas e pela influência exercida no cômputo do índice
geral da indústria, figurando entre as quatro atividades com maiores valores absolutos registrados
nessas comparações dentre todas as pesquisadas pelo IPP.
Metalurgia – Em julho, a variação de preços da atividade foi de -2,59% em relação ao mês
anterior, terceiro resultado negativo consecutivo observado neste indicador. Dentre todas as
atividades analisadas na pesquisa, foi a quarta variação mais intensa, assim como a quarta
principal influência no resultado geral da indústria (-0,17 p.p. em -0,82%). Nos sete primeiros
meses do ano, a atividade apresentou uma queda acumulada de 4,95%. E nos últimos 12 meses, o setor
acumulou uma redução de 15,21% no período, fazendo com que a atividade se destacasse também no
indicador acumulado dos últimos 12 meses, apresentando a quarta variação mais intensa dentre as
24 atividades pesquisadas no IPP.
O setor tem sido influenciado, principalmente, pelos grupos econômicos dos metais não ferrosos
(que costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas,
principalmente, pelos menores preços do alumínio e pela apreciação do real frente ao dólar) e o
de siderurgia, que é afetado, principalmente, pela recomposição de estoques na cadeia do
consumidor e pelos preços dos minérios de ferro (que, apesar da alta observada em julho, vem
apresentando recorrente quedas de preço).
As informações partem da assessoria de imprensa do IBGE.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50