ECONOMIA: Indices da Ásia fecham em queda por Grécia e petróleo

Porto Alegre, 5 de fevereiro de 2015 – Os principais índices de ações da
Ásia fecharam a quinta-feira em queda, à exceção do Hang Seng, depois que o
Banco Central Europeu (BCE) anunciou ontem que deixará de aceitar os títulos
da Grécia como garantia para suas operações de crédito. A queda renovada nos
preços do petróleo também pesou sobre as ações.

Segundo o BCE, os títulos gregos deixarão de ser aceitos como colateral
na concessão de financiamento devido à incerteza sobre o fim do programa de
resgate financeiro da Troika – grupo formado por representantes do Fundo
Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu
(BCE).

O novo governo grego está tentando renegociar a dívida que o país
assumiu no resgate e já desfez algumas das medidas exigidas no programa, como a
privatização de estatais. Agora, os bancos gregos terão suas opções de
financiamento limitadas e deverão recorrer ao Banco Central da Grécia para
obter liquidez.

A notícia afetou a confiança dos investidores de que haveria uma
solução tranquila para o embate entre a Grécia e os parceiros europeus e tem
derrubado índices de ações também na Europa nesta manhã.

Além disso, os preços de petróleo despencaram ontem depois de mais um
aumento dos estoques da commodity nos Estados Unidos. O contrato futuro do Brent
com vencimento em março de 2015 caiu 6,48% na quarta-feira, cotado a US$ 54,16
o barril, enquanto o WTI com vencimento no mesmo mês teve queda de 8,67%, para
US$ 48,45 o barril.

As notícias derrubaram até mesmo o índice Xangai Composto, que antes
vinha subindo devido ao estímulo oferecido ontem pelo Banco do Povo da China
(Pboc, o banco central do país).

Ontem depois do fechamento do mercado asiático o Pboc cortou em 0,5 ponto
percentual (pp) a taxa de depósito compulsório aplicada aos bancos do país, a
fim de estimular a economia chinesa, que vem numa sequência de
desaceleração.

O Pboc fez também um corte adicional de 0,5 pp para alguns bancos
comerciais que oferecem financiamento a pequenas e médias empresas, ao setor
rural e a grandes projetos hidráulicos.

Segundo as analistas Wei Yao e Claire Huang, do banco Société Générale,
o corte foi em parte direcionado a compensar a saída de capitais do país.
“No entanto, para estabilizar a economia doméstica e combater a chance de um
pouso forçado da economia, o banco central terá que continuar a oferecer mais
medidas”, dizem as analistas. “Nós esperamos mais um corte de 0,5 pp na taxa
do compulsório e um corte de 0,25 pp na taxa de depósitos no segundo
trimestre”.

O índice Xangai Composto caiu 1,18%, a 3.136,53 pontos, o Nikkei 225, da
bolsa de Tóquio, recuou 0,98%, a 17.504,62 pontos, e o Kospi, da bolsa de Seul,
teve queda de 0,51%, a 1.952,84 pontos. Já o índice Hang Seng, da bolsa de
Hong Kong, subiu 0,35%, a 24.765,49 pontos. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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