Porto Alegre, 01 de fevereiro de 2022 – A MAPFRE Economics — área do
Grupo MAPFRE dedicada a pesquisas e análises sobre seguros, previdência,
macroeconomia e finanças – acaba de lançar o “Panorama Econômico e Setorial
2022”, em que estima que a economia brasileira desacelere este ano, com
expectativa de crescimento real do PIB de apenas 0,5%, ante o desempenho de
2021, quando o indicador cresceu 4,6%. O panorama ainda aponta que os principais
riscos para a economia brasileira são a inflação, o impacto da seca nos
preços da energia elétrica, a alta dos preços dos alimentos e dos juros – que
certamente afetarão o consumo e o investimento. Além disso, a produção
industrial também pode ser impactada por mais alguns meses diante das
dificuldades de abastecimento.
De acordo com o levantamento, caso ocorram avanços nas reformas públicas
(administrativa e fiscal) o cenário econômico se tornará mais favorável. O
relatório aponta ainda que o debate político que ocorrerá à medida que as
eleições presidenciais de outubro se aproximarem pode gerar novas
complexidades para o desenvolvimento da atividade econômica.
Por outro lado, o estudo mostra que prosseguirá o processo de aperto da
política monetária implementado pelo Banco Central, que voltou a elevar as
taxas de juros em dezembro para 9,25% (quinta subida desde o início de 2021),
com possibilidade de aplicar algum aumento adicional nos primeiros meses de 2022
para, posteriormente, estabilizar. “A recuperação econômica e a elevação
dos preços da energia provocaram um forte aumento da inflação, obrigando o
Banco Central a apertar a sua política monetária e invertendo as medidas de
expansão adotadas para combater os efeitos econômicos causados pela
pandemia”, explica Manuel Aguilera, diretor geral da MAPFRE Economics.
O estudo também afirma que o ambiente de taxa de juros elevada é
favorável ao desenvolvimento do negócio de seguros de Vida a curto prazo, que
poderá registar um crescimento significativo devida a sua utilização como um
instrumento de sucessão e proteção das finanças pessoais face ao aumento da
inflação. “Somado a isso há uma maior sensibilidade por parte da
população ao risco visualizado decorrente da pandemia”, reforça o
executivo.
Crescimento da economia mundial
A MAPFRE Economics também prevê para este ano um crescimento da economia
mundial de 4,8% e 3,6% para 2023. Fatores como as altas dos preços, tanto das
matérias-primas como dos custos de energia, a demanda congestionada em bens de
consumo, ou a renovada incerteza gerada pela variante ômicron, continuarão a
determinar a atividade em 2022.
Além disso, a inflação elevada, que continuará de maneira persistente,
começa a influir nas decisões de política monetária e fiscal, com uma
resposta mais acelerada nos países emergentes. Esse endurecimento da política
monetária (acompanhada de um serviço da dívida sensível a este novo
horizonte de menores compras de ativos e taxas mais altas) intensifica os
receios de insustentabilidade e do retorno para medidas de austeridade que
afetem o desempenho econômico. Além disso, segundo Manuel Aguilera, há outro
risco global que aumentou nos últimos meses: a governança global e crises
geopolíticas.
“Apesar de um balanço de riscos em alta na inflação e em baixa na
atividade, a recuperação continuará; com um ritmo menor e com divergências
entre as economias desenvolvidas e emergentes, como consequência tanto das
vulnerabilidades inerentes quanto de fatores de natureza estrutural, como a
dependência energética, a interconexão com as cadeias de fornecimento global
ou a transcendência econômica do setor de serviços”, afirma o executivo no
relatório “Panorama Econômico e Setorial 2022”.
Para o conjunto da Zona Euro, a MAPFRE Economics espera um crescimento de
3,9% para 2022 e de 2,7% para 2023. A inflação na região alcançou 5% em
dezembro, com a subjacente permanecendo em 2,6%. “É previsto que a inflação
estará moderada nos próximos meses à medida que os preços da energia caiam,
mas com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo sem ampliar a
produção e com o mix energético europeu sem soluções rápidas, é possível
que a queda seja lenta”, explica Aguilera. No relatório, os riscos para a
região aumentam com este incremento de preços. “Os preços ao produtor
estão em tensão e será difícil não os repassar ao consumidor. Por sua vez,
os problemas de abastecimento nas indústrias de automóveis e eletrônicos
serão resolvidos nos próximos trimestres. A introdução de novas restrições
à mobilidade, como resultado da nova onda de contágios, também não
beneficiará a recuperação do turismo e dos serviços. O adequado uso dos
fundos de recuperação europeus, de forma oportuna, juntamente com reformas
estruturais, continuam sendo a chave para a concretização das taxas de
crescimento estimadas”, acrescenta Manuel Aguilera.
Nos Estados Unidos, os fatores não variam muito, com a particularidade de
que na área da política monetária, o Federal Reserve acelerou a retirada dos
estímulos. Precisamente por essa mudança no panorama das taxas de juros,
juntamente com o aumento dos custos da energia e outras matérias-primas, a
MAPFRE Economics estima que a primeira economia mundial crescerá 4% e 2,5% em
2022 e 2023, respectivamente. “O mercado de trabalho está forte, mas os
preços da energia continuam em tensão e a inflação tenderá a se tornar
persistente, mesmo que ela venha a cair por efeito de base em 2022. São
previstas subidas nas taxas de juros oficiais, o que terá impacto nas
condições financeiras das empresas e das famílias. Pelo lado positivo, está
o plano de infraestrutura de um trilhão de dólares que será um importante
impulsionador da atividade econômica nesse país”, aponta o executivo.
As informações partem da assessoria de imprensa da MAPFRE Economics.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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