Porto Alegre, 3 de maio de 2019 – Em março de 2019, a produção
industrial nacional recuou 1,3% em comparação a fevereiro deste ano (série
com ajuste sazonal), eliminando, assim, o crescimento de 0,6% observado no mês
anterior. No confronto com março de 2018 (série sem ajuste sazonal), a
indústria caiu 6,1%, queda mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%). As
informações partem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O acumulado nos últimos doze meses (-0,1%) apontou o primeiro resultado
negativo desde agosto de 2017 e permaneceu com a trajetória descendente
iniciada em julho de 2018 (3,3%). Já o acumulado no ano teve recuo de 2,2%.
16 dos 26 ramos pesquisados recuaram em março
A queda de 1,3% da indústria reflete o recuo na produção de três das
quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados. Entre as
atividades, a principal influência negativa foi em produtos alimentícios,
(-4,9%), que eliminou parte da expansão de 13,8%, acumulada no período
novembro de 2018 a fevereiro de 2019.
Outras contribuições negativas importantes vieram de veículos
automotores, reboques e carrocerias (-3,2%), de coque, produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (-2,7%), de indústrias extrativas (-1,7%) e de
outros produtos químicos (-3,3%). O primeiro setor voltou a recuar após
avançar 6,4% em fevereiro; o segundo devolveu parte da expansão de 3,9%
verificada no mês anterior; o terceiro acumulou perda de 17,6% em três meses
consecutivos de queda na produção; e o último acentuou a queda de 0,5%
registrada em fevereiro.
Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção, o
desempenho de maior relevância foi o de produtos farmoquímicos e
farmacêuticos, que avançou 4,6%, intensificando o crescimento de 1,5%
verificado em fevereiro e eliminando parte da queda de 10,9% observada em
janeiro de 2019.
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (-1,5%), bens
de consumo duráveis (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-1,1%)
assinalaram as taxas negativas. O primeiro segmento apontou o terceiro mês
seguido de queda na produção e acumulou perda de 2,7%; e os dois últimos
interromperam dois meses consecutivos de crescimento, período em que
registraram expansão de 4,5% e 0,7%, respectivamente. Já o setor produtor de
bens de capital (0,4%) apontou a única taxa positiva nesse mês e marcou o
segundo avanço consecutivo, acumulando nesse período alta de 5,1%.
Média móvel trimestral cai 0,5%
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da
indústria recuou 0,5% no trimestre encerrado em março de 2019, mantendo,
assim, a trajetória predominantemente descendente iniciada em agosto de 2018.
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (-0,9%)
apontou a queda mais acentuada e o segundo resultado negativo consecutivo,
acumulando redução de 1,2%. Bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%)
também assinalou taxa negativa, permanecendo com a trajetória
predominantemente descendente iniciada em agosto de 2018.
Por outro lado, bens de consumo duráveis (1,0%) e bens de capital (0,9%)
avançaram, com o primeiro registrando o segundo mês consecutivo de expansão e
acumulando nesse período ganho de 2,1%; e o último voltando a crescer após
quatro meses seguidos de taxas negativas, período em que acumulou perda de
8,3%.
Produção industrial cai 6,1% em comparação a março de 2018
Na comparação com março de 2018, o setor industrial recuou 6,1%, com
resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos,
60 dos 79 grupos e 63,7% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que março de
2019 (19 dias) teve dois dias úteis a menos do que março de 2018 (21).
Entre as atividades, indústrias extrativas (-14,0%) e veículos
automotores, reboques e carrocerias (-13,3%) exerceram as maiores influências
negativas. Outras contribuições negativas relevantes foram: produtos
alimentícios (-5,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e
ópticos (-23,7%), máquinas e equipamentos (-7,8%), outros equipamentos de
transporte (-22,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios
(-11,8%), produtos de borracha e de material plástico (-6,7%), impressão e
reprodução de gravações (-30,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos
(-7,7%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-11,8%),
de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,5%)
e de móveis (-11,6%).
Já entre os quatro setores que avançaram na produção, os principais
impactos foram em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis
(5,0%) e bebidas (9,9%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo
duráveis (-15,8%) e bens de capital (-11,5%) assinalaram os recuos mais
acentuados entre as grandes categorias econômicas. Bens de consumo semi e
não-duráveis (-5,2%) e bens intermediários (-4,4%) também apontaram taxas
negativas, mas menos elevadas do que a média nacional (-6,1%).
Bens de consumo duráveis recuou 15,8%, após avançar 12,6% em fevereiro,
quando interrompeu três meses de resultados negativos consecutivos. O recuo foi
o mais intenso desde julho de 2016 (-16,1%). O setor foi pressionado pela queda
na fabricação de automóveis (-16,8%) e de eletrodomésticos da “linha
marrom” (-29,2%) e também pelas reduções em motocicletas (-3,5%) e móveis
(-17,1%). Por outro lado, os impactos positivos foram em eletrodomésticos da
“linha branca” (2,9%) e outros eletrodomésticos (2,5%).
Bens de capital (-11,5%) marcou a queda mais intensa desde abril de 2016
(-15,0%), influenciado, em grande parte, pelo recuo de bens de capital para
equipamentos de transporte (-15,7%). As demais taxas negativas foram: bens de
capital para fins industriais (-8,8%), uso misto (-9,5%), energia elétrica
(-13,1%) e agrícolas (-9,2%). Por outro lado, o único impacto positivo foi em
bens de capital para construção (6,7%).
Bens de consumo semi e não-duráveis (-5,2%) apontou o recuo mais elevado
desde maio de 2018 (-9,1%). O desempenho foi explicado principalmente pela queda
no grupamento de não-duráveis (-10,6%). Vale citar também os resultados
negativos dos subsetores de semiduráveis (-9,3%) e de alimentos e bebidas
elaborados para consumo doméstico (-2,0%). Já o subsetor de carburantes (1,7%)
apontou a única taxa positiva nessa categoria.
Bens intermediários (-4,4%) apresentou a sétima taxa negativa consecutiva
e a mais elevada desde maio de 2018 (-4,9%). Resultado explicado,
principalmente, pelos recuos nos produtos das atividades: indústrias extrativas
(-14,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,5%), produtos de
borracha e de material plástico (-6,0%), máquinas e equipamentos (-8,4%),
produtos alimentícios (-1,9%), outros produtos químicos (-1,9%), metalurgia
(-1,6%), produtos têxteis (-5,2%), celulose, papel e produtos de papel (-0,9%)
e produtos de minerais não-metálicos (-0,3%). As pressões positivas foram em
coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,0%) e produtos de
metal (1,9%). Vale citar também os resultados de insumos típicos para
construção civil (-3,9%), que interrompeu dois meses consecutivos de
crescimento; e de embalagens (1,3%), que apontou o terceiro avanço seguido, mas
o menos acentuado dessa sequência.
Em 2019, indústria acumula queda de 2,2%
No índice acumulado para janeiro-março de 2019, frente a igual período
do ano anterior, a indústria recuou 2,2%, com resultados negativos nas quatro
grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 56,9% dos
805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, indústrias extrativas (-7,5%) exerceu a maior
influência negativa. Vale destacar também os ramos: equipamentos de
informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,0%), produtos farmoquímicos
e farmacêuticos (-10,6%), máquinas e equipamentos (-4,6%), produtos
alimentícios (-1,4%), outros equipamentos de transporte (-10,5%), produtos de
borracha e de material plástico (-3,4%), metalurgia (-1,8%), produtos de
madeira (-7,9%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,7%).
Por outro lado, entre as cinco atividades que avançaram na produção, a
principal influência foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (4,2%). Outras contribuições positivas relevantes vieram de
bebidas (5,0%) e de produtos de metal (5,4%).
Entre as grandes categorias econômicas, houve menor dinamismo para bens de
capital (4,3%) e bens de consumo duráveis (-3,4%), pressionadas, em grande
parte, pela redução de bens de capital para equipamentos de transporte (-4,2%)
e para fins industriais (-4,9%), na primeira; e de eletrodomésticos da linha
“marrom” (-16,7%), na segunda. Bens intermediários (-2,0%) e bens de
consumo semi e não-duráveis (-1,4%) também assinalaram quedas, mas com recuos
abaixo da média nacional (-2,2%).
O setor industrial, ao recuar 2,2% no primeiro trimestre de 2019,
intensificou a queda verificada no quarto trimestre de 2018 (-1,2%) e permaneceu
com a perda de ritmo iniciada no último trimestre de 2017 (5,0%). A queda de
intensidade também foi observada nas quatro grandes categorias econômicas, com
destaque para bens de capital (3,3% no quarto trimestre de 2018 para -4,3% nos
três primeiros meses de 2019), pressionada, em grande parte, pela menor
fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (de 6,0% para
-4,2%) e agrícolas (de 28,5% para -5,3%). Bens de consumo duráveis (de -2,5%
para -3,4%), bens de consumo semi e não-duráveis (de -0,8% para -1,4%) e bens
intermediários (de -1,6% para -2,0%) também fizeram esse movimento entre os
dois períodos. As informações partem do IBGE.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 15/05/2025 09:30